Palmeiras representou o Brasil no Mineirão e fatura o seu 1º título oficial no estádio

Liderada por Ademir da Guia, 1ª Academia deu o pontapé inicial no principal palco do futebol mineiro e a 3ª, sob o comando de Abel, é coroada no mesmo local

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Foto do author Marcos Antomil
Atualização:

O Mineirão tem parte de sua história ligada ao Palmeiras. Foi o clube paulista, vestindo o uniforme da seleção brasileira, que marcou as comemorações de inauguração do estádio em 1965. Nesta quarta-feira, essa relação ganha mais um capítulo honroso para o Alviverde paulista. Diante do Cruzeiro, a equipe de Abel Ferreira faturou seu primeiro troféu oficial no local e na cidade de Belo Horizonte, o Campeonato Brasileiro de 2023.

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No dia 7 de setembro de 1965, o Palmeiras representou a seleção brasileira em um jogo festivo contra o Uruguai. A partida fez parte da programação de inauguração do estádio localizado na região da Pampulha, que dois dias antes tivera a vitória da seleção mineira sobre o argentino River Plate por 1 a 0. Foi a primeira vez que uma equipe foi convidada a servir integralmente o escrete nacional. Aquele ano simbolizou o auge da primeira Academia alviverde, comandada pelo argentino Filpo Núñez.

Hoje, sob as ordens de Abel Ferreira, torcedores e ídolos daquela geração, caso de Ademir da Guia, batizaram os atletas do atual elenco do português de terceira Academia, diante dos títulos estaduais, nacionais e continentais. “Os mais jovens precisam sempre saber disso e ter orgulho desse jogo. O Palmeiras um dia foi Brasil, e isso ninguém vai apagar”, disse Ademir ao site do Palmeiras.

Palmeiras, vestindo o uniforme da seleção brasileira, enfrentou o Uruguai no Mineirão em 1965. Foto: Acervo/ Estadão

O Palmeiras entrou em campo aquele dia com a seguinte escalação: Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Valdemar (Procópio); Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera), Ademir da Guia e Rinaldo (Dario). Técnico: Filpo Nuñez.

A seleção uruguaia vinha de grandes resultados, havia se classificado de forma invicta para a Copa do Mundo de 1966 e contava com craques como Manicera e Cincunegui, que também fizeram história no futebol brasileiro vestindo os uniformes de Flamengo e Atlético-MG, respectivamente.

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O time celeste foi montado com Walter Taibo (Carlos Fogni); Héctor Cincunegui (Miguel de Britos), Jorge Manicera e Luis Alberto Varela; Omar Caetano, Raúl Núñez (Homero Lorda), Héctor Salvá e Horacio Franco; Héctor Silva (Orlando Virgili), Vladas Douksas e Víctor Espárrago (Julio César Morales). Técnico: Juan López, conforme reportagem do Estadão resgatada do Acervo do jornal.

Estadão destacou a vitória do Palmeiras sobre o Uruguai em 1965. Foto: Acervo/ Estadão

Em campo, de acordo com relato publicado pela republicação, o Palmeiras impôs seu jogo desde os primeiros minutos, superou a consistente defesa celeste e teve em Ademir da Guia, Julinho e Rinaldo os grandes nomes da partida. Rinaldo abriu a contagem aos 25 minutos do primeiro tempo de pênalti, Tupãzinho aumentou, aos 35, em um gol contestado pelos uruguaios, que reclamaram da bola ter batido no braço do palmeirense. Germano deu números finais ao amistoso com um chute de fora da área, aos 29 do segundo tempo. Placar final: 3 a 0.

A vitória deu à Confederação Brasileira de Desporto (CBD, que deu lugar à CBF mais tarde) a Taça Independência. A questão da premiação é um capítulo à parte nessa história. Até 1988, esse troféu ficou com a CBD, em sua sede. Depois, foi entregue ao Palmeiras e fica atualmente exposta na sala de troféus do clube, no Allianz Parque.

O Palmeiras ergueu outras taças menos relevantes em Belo Horizonte em jogos únicos contra equipes mineiras. Nesta noite, o time de Abel Ferreira se prepara para festejar seu primeiro troféu de um torneio oficial no Mineirão. Até aqui, o conjunto alviverde disputou 74 jogos no estádio de Belo Horizonte, com 23 vitórias, 18 empates e 33 derrotas. Marcou 76 gols e sofreu 95. O retrospecto do Palmeiras no Mineirão não é tão positivo, mas entre a memória e o presente despontam honras para a primeira Academia e a glória iminente para a terceira, de Raphael Veiga e Abel Ferreira.

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