Análise | Palmeiras faz péssimo primeiro tempo, mas Endrick resolve e time de Abel vai à final do Paulistão

No retorno ao Allianz Parque, equipe alviverde derrota o Novorizontino por 1 a 0 e decide o título contra o Santos; clube quebra recorde e chega à quinta decisão Estadual consecutiva

PUBLICIDADE

Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

O Palmeiras está na final do Campeonato Paulista pelo quinto ano consecutivo, um recorde na história do clube. No retorno ao Allianz Parque após a instalação do novo gramado sintético, o time de Abel Ferreira derrotou o Novorizontino por 1 a 0, nesta quinta-feira, e vai decidir o título em clássico contra o Santos. Depois de um péssimo primeiro tempo, a equipe alviverde contou com a estrela de Endrick, que confirmou a grande fase depois de marcar pela seleção brasileira contra Inglaterra e Espanha, e se aproveitou das mexidas ruins do técnico Eduardo Baptista, comandante adversário.

A final do Paulistão 2024 acontece nos próximos dois domingos, dias 31 de março e 7 de abril, ambos às 18h (horário de Brasília). Depois de jogar a semifinal na Neo Química Arena, casa do Corinthians, e disputar partida da fase inicial no MorumBis, reduto do São Paulo, o Santos anunciou nesta quinta que vai utilizar a Vila Belmiro, estádio com capacidade para um público menor, no primeiro jogo da decisão. Por ter a melhor campanha, o time alviverde faz a segunda partida em casa.

Endrick fez o gol da vitória do Palmeiras sobre o Novorizontino. Foto: Guilherme Veiga/Ag. Paulistão

Primeiro tempo para esquecer

PUBLICIDADE

Usando um uniforme todo branco, parte de uma ação contra o ódio no futebol, o Palmeiras pôde contar com Endrick, Murilo e Raphael Veiga entre os titulares, dois dias depois de o trio servir a seleção brasileira na Data Fifa — o atacante de 17 foi destaque contra Inglaterra e Espanha. Richard Ríos, que estava com a Colômbia, e Gustavo Gómez, voltando de lesão, ficaram no banco. Já Eduardo Baptista colocou em campo o mesmo time que despachou o São Paulo, nas penalidades, no MorumBis, incluindo o camisa 10 Rômulo, que vai se transferir para o Palmeiras ao fim do Paulistão.

A partida também marcou a estreia do novo gramado sintético do Allianz Parque. Utilizando antes um termoplástico, o campo agora tem cortiça orgânica em sua composição. Curiosamente, os primeiros minutos da partida foram de bastante estudo por parte de ambas as equipes. O Palmeiras buscou ficar mais com a bola e apostou nas bolas esticadas para Flaco López, artilheiro do Paulistão, mas levou pouco perigo. O time de Abel Ferreira errou passes fáceis, deixou buracos no meio campo e quase não chutou a gol. Um dos piores 45 minutos da equipe no ano.

Publicidade

O Novorizontino foi a antítese do Palmeiras na etapa inicial. Escalado com três zagueiros, o time do interior demostrou aplicação na marcação, encaixotando Endrick, e aproveitou os espaços para criar jogadas importantes de contra-ataque. A equipe de Eduardo Baptista perdeu pelo menos quatro boas oportunidades, colocando Weverton para trabalhar em cobranças de escanteio e chutes de fora da área. Rômulo ditou o ritmo do meio-campo e foi a peça-chave para organizar a chegada dos visitantes ao ataque.

A estrela de Endrick

Na volta do intervalo, Eduardo Baptista desmontou o esquema com três zagueiros do Novorizontino, enquanto Abel Ferreira não modificou o Palmeiras, mas foi notável a mudança de postura. Mais “brigador”, a equipe alviverde continuou apostando em jogadas conhecidas, como as bolas esticadas para Flaco López — mas desta vez funcionou! Aos sete minutos, o argentino escorou lançamento de Mayke e encontrou Endrick livre na grande área. A joia alviverde confirmou a grande fase e colocou os donos da casa à frente do placar.

A partida ganhou contornos de tensão após o gol alviverde. Nervoso, o time do Novorizontino passou a reclamar de faltas e arrefeceu a aplicação tática. Aníbal Moreno, sumido no primeiro tempo, ajudou o Palmeiras a ganhar disputas no meio-campo e a equipe de Abel Ferreira passou a tomar conta do jogo. Endrick precisou ser substituído por Rony após sentir um problema na coxa direita, o mesmo do qual reclamou no duelo contra a Espanha.

Eduardo Baptista precisou repensar mais uma vez a parte tática e foi para cima, tirando jogadores de defesa para empilhar atacantes. A mudança não teve efeito e o os donos da casa continuaram soberanos na marcação, com destaque para a boa partida de Murilo, e criando lances de perigo pela faixa central, especialmente com López. O time de Abel tentou ampliar o placar até o último minuto, mas o placar não sofreu mais alterações até o apito final.

Publicidade

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 1 X 0 NOVORIZONTINO

PALMEIRAS - Weverton; Marcos Rocha, Luan, Murilo e Piquerez; Aníbal Moreno, Zé Rafael (Gabriel Menino), Mayke e Raphael Veiga (Lázaro); Endrick (Rony) e Flaco López (Richard Ríos). Técnico: Abel Ferreira.

NOVORIZONTINO - Jordi; Cesar Martins, Luisão (Paulo Vitor) e Chico (Danilo Barcelos); Willeam Lepo, Geovane (Fabrício Daniel), Marlon, Rômulo e Reverson; Neto Pessoa (Lucca) e Waguininho (Rodrigo Soares). Técnico: Eduardo Baptista.

Publicidade

ÁRBITRO - Edina Alves Batista

GOLS - Endrick, aos sete do segundo tempo

CARTÕES AMARELOS - Richard Ríos (Palmeiras); Luisão e Fabrício Daniel (Novorizontino)

PÚBLICO - 40.448

Publicidade

RENDA - R$ 3.497.749, 50

LOCAL - Allianz Parque, em São Paulo (SP)

Análise por Rodrigo Sampaio

Jornalista natural do Rio de Janeiro (RJ) em São Paulo. Repórter de Esportes do Estadão desde 2021. Antes, passagens por TV Globo e Jornal O Dia, com experiência na cobertura da Metrópole, Cultura, Política e Judiciário. Fez parte da 30ª turma do Curso Estado de Jornalismo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.