“Fala, Salame.” Não era preciso olhar para saber que Antero Greco havia chegado à redação do Estadão. Trabalhei por mais de uma década com o ‘italiano’. Por termos a mesma origem, as discussões eram acaloradas, mas sempre terminavam em gargalhadas.
Conheci o Antero no fim dos anos 80, quando fui trabalhar na revisão dos jornais de bairro, que fechavam no prédio do Estadão na Marginal do Tietê. Logo no primeiro dia, subi no sexto andar para ver a redação e conhecer a editoria de Esportes. Vi o Antero de longe. Quando passei a trabalhar no Jornal da Tarde, o convívio foi maior.
No início de 1995, fui trabalhar na ESPN Brasil, emissora em que ele já era um ‘talento’. A partir daí a amizade aumentou e as brincadeiras foram inúmeras. Muitas delas envolvendo a rivalidade entre Corinthians e Palmeiras.
Antero chegou a colocar dois tijolos de concreto em uma mala que eu usava para trabalhar. Ela era tão grande que eu nem notei o aumento do peso. Tudo por causa do pênalti do Marcelinho Carioca defendido pelo Marcos nas quartas de final da Copa Libertadores de 1999.
Em 2001, no casamento dos jornalistas Cacá Martins e Elys Marina, ficamos vendo Palmeiras e Boca Juniors. Com a eliminação do alviverde, passei a tirar tanto sarro do Antero, que ele saiu correndo atrás de mim na rua e eu acabei escorregando uma poça de óleo, o que me causou o rompimento do ligamento cruzado do joelho direito.
Minha relação com Antero foi de amizade, mas também de muito aprendizado. Como editor, ele confiou em mim para me colocar nas equipes das Copas de 2006 e 2010 e na Olimpíada de 2008. “Boa, Baldinho!”, disse quando voltava de uma cobertura.
Sabia cobrar e não poupou críticas ao meu texto sobre os dez anos da “Luta da Mordida’ entre Mike Tyson e Evander Holyfield. “Não gostei. Poderia ter sido bem melhor.” Ele estava certo.
Obrigado pela amizade e companheirismo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.