A CBF divulgou nesta segunda-feira a súmula do polêmico clássico com o São Paulo vencido por 2 a 1 pelo Palmeiras, no Allianz Parque, domingo. No documento, o árbitro Raphael Claus confirma as expulsões de Zé Rafael e Rodrigo Nestor, que brigaram no túnel de acesso aos vestiários, e revela ter sido intimidado pelo diretor de futebol palmeirense Anderson Barros. Além disso, relata o arremesso de objetos no gramado, inclusive um tênis.
Zé Rafael e Nestor não receberam cartão vermelho na hora da confusão justamente porque Claus e os demais integrantes da comissão de campo não presenciaram a cena, e não houve tempo de advertir os atletas antes que eles se dirigissem aos vestiários. A equipe do VAR, contudo, sugeriu ao árbitro que analisasse imagens captadas no túnel.
“Após o término da partida e antes de deixar o campo de jogo, o VAR me sugeriu a revisão de um confronto entre dois jogadores no túnel de acesso aos vestiários. Ao revisar, constatei uma conduta violenta do jogador Nº 08, Sr José Rafael Vivian, da equipe SE Palmeiras, agarrando o pescoço do senhor Rodrigo Nestor Bertalia, Nº 11 da equipe do São Paulo FC, com o uso de força excessiva, que revidou com um soco no rosto de seu adversário ciado acima. Informo que ambos, expulsos, não receberam cartão vermelho devido ao fato de se dirigirem aos respectivos vestiários de forma imediata após o conflito”, diz o relato.
Claus também detalhou a expulsão de João Martins, auxiliar de Abel Ferreira no Palmeiras, nos acréscimos do primeiro tempo. De acordo com o árbitro, o português “gesticulou de forma acintosa” após marcação de falta a favor do São Paulo e disse: “Tem que apitar para os dois lados, seu critério é uma vergonha, a arbitragem aqui é uma vergonha”. Martins teve de ser contido pelos jogadores após receber o vermelho.
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A expulsão revoltou o diretor de futebol do time alviverde, Anderson Barros, que fez cobranças a Claus na saída para os vestiários, durante o intervalo, conforme descrito na súmula. “Ainda no túnel que dá acesso ao vestiário, fui abordado pelo Sr Anderson Barros, diretor de futebol da SE Palmeiras, bradando as seguintes palavras: “‘Claus, qual é o seu problema com a nossa comissão técnica? Se você tem problema, é melhor não apitar mais. Você é tendencioso’”, diz o documento.
Depois de relatar o comportamento do dirigente, o árbitro cita novas ofensas feitas pelo auxiliar João Martins. “Informo ainda que o Sr. João Miguel Barreto Martins, auxiliar técnico do Palmeiras, que fora expulso da área técnica, como relatado acima, novamente, de forma acintosa, profere as seguintes palavras: ‘Você é mentiroso’, repetindo essa mesma frase por diversas vezes”.
O extenso relato da súmula também detalha objetos que foram arremessados ao gramado aos 27 minutos do segundo tempo, após gol marcado pelo são-paulino Luciano. “Foram arremessados no campo de jogo um pé de tênis branco, um copo descartável contendo água, um saco plástico contendo pipoca, vindos da direção de onde se encontravam os torcedores da equipe SE Palmeiras, não atingindo ninguém.”
Por fim, Claus atribuí a confusão generalizada aos gandulas do Palmeiras, identificados como Marcel Rodrigues Teixeira e Leonardo Ribero, que fizeram provocações aos são-paulinos no momento do término da partida.
Durante a partida, Luciano chutou a bandeira de escanteio com o símbolo adversário, o que foi interpretado como uma provocação, e foi punido com cartão amarelo. No final da partida, acabou expulso ao receber o segundo amarelo “por calçar o adversário de forma temerária”.
Maxi Cuberas, auxiliar técnico de Luis Zubeldía (fora do clássico por suspensão), reclamou do primeiro cartão sofrido por seu atleta. “Por que deram o primeiro cartão? Na Inglaterra, na Europa, festejam assim e não se leva cartão. Ele faz como mandante ou visitante. Não agride ninguém. Achamos exagerado, não machucou ninguém, ele faz isso como mandante, não creio que seja para cartão”.
Do outro lado, a revolta demonstrada por João Martins e Anderson Barros continuou até depois da partida, a ponto de o Palmeiras decidir que Abel Ferreira não daria coletiva de imprensa. Os jogadores também não deram entrevistas na zona mista. De acordo com o clube, a atitude foi tomada “para evitar que o clima de hostilidade iniciado dentro de campo se estenda para fora das quatro linhas”.
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