Abatido e com os olhos vermelhos, Neymar falou rapidamente sobre a eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar. O astro do Brasil comentou muito a respeito do sentimento depois de mais uma queda em Mundiais, a terceira que ele viveu de forma consecutiva. Desta vez, o algoz foi a Croácia.
“Passei muito mal após o jogo. É difícil assimilar tudo o que está acontecendo. Parece que é um pesadelo”, definiu. “Não dá para acreditar no que está acontecendo. Vou ter tirar conforto disso tudo com a família. Essa derrota vai doer por muito tempo. Por isso que é tão triste”.
Sobre o futuro, foi lacônico. Disse que não pode “fechar as portas para a seleção brasileira”, mas também não garantiu que vai continuar. Ele havia dito no ano passado que não sabia se “teria cabeça” para disputar outra Copa do Mundo depois da edição do Catar.
“Quero pegar esse tempo para pensar na seleção, pensar no que quero para mim. Não fecho as portas para a Seleção, também não digo 100% que vou voltar”, afirmou ele, que terá 34 anos na Copa do Mundo de 2026, a ser realizada em conjunto por Estados Unidos, Canadá e México.
O camisa 10 se despediu do Catar com um golaço que poderia ter garantido a equipe nas semifinais. Não assegurou porque a Croácia empatou o jogo a três minutos do fim da prorrogação e depois foi perfeita nos pênaltis, ao contrário do Brasil, que errou suas cobranças com Rodrygo e Marquinhos.
Rodrygo chorou muito e quis assumir a culpa no vestiário, mas foi absolvido por Neymar. “Um menino muito jovem. Sempre falava para eles que a responsabilidade era minha porque sou um dos mais velhos. Rodrygo é um craque e quis bater. Só erra quem bate. Não só ele mas todos nós vamos aprender com isso”, declarou tirando também a responsabilidade de outros atletas. “Não existe culpado, ganhamos juntos e perdemos juntos.”
O atacante deu alguns poucos detalhes sobre a conversa que os jogadores e Tite tiveram no vestiário, onde ficaram quase duas horas antes de descerem para falar com os jornalistas. Neymar, aliás, foi um dos poucos que parou. Com os olhos marejados, ele olhou algumas vezes para o tornozelo que estava machucado, arrumou o tênis e pediu desculpas antes de começar a falar.
“A gente conversou, falou de coisas que ficaram para a gente de aprendizado. Falei algumas palavras sobre todo esse ciclo, esses dias que ficamos juntos. Passa muito rápido, por isso tem que aproveitar o máximo. Carreira de um se encerra na seleção, de outro também, jovens chegam”, contou o atleta.
“Fizemos muitos amigos aqui, estou contente de ter feito parte deste grupo, estou orgulhoso de cada um. Infelizmente não coroamos este grupo com a vitória, mas acontece. É lamentar neste momento de tristeza, é difícil encontrar palavras para confortar cada um”.
O revés nos pênaltis para os croatas, disse ele, foi injusto. “Infelizmente não conseguimos realizar nosso sonho. Faz parte, é futebol, acontece. Agora é lamentar e sofrer pela derrota”.
A delegação brasileira deixa o hotel onde está hospedada em Doha às 5h30 de sábado (horário de Brasília). O voo fretado decola às 6h50 (também de Brasília), com parada prevista em Londres.
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