O atacante Pedro, do Flamengo, falava ao telefone com a família quando foi agredido pelo preparador físico do clube, Pablo Fernandez, na noite de sábado, dia 29, depois do jogo entre o clube carioca e o Atlético-MG, em Belo Horizonte, com vitória por 2 a 1. Todos foram para a delegacia e liberados. O jogador teve um corte na boca e escoriações no rosto. A delegação do Flamengo já retornou ao Rio.
Conforme apurou o Estadão, Pedro estava ao celular no vestiário quando Pablo Fernandez chegou perto do atleta e apontou o dedo em seu rosto. Ele cobrava Pedro por não ter feito um aquecimento junto aos demais reservas. Segundo registrado pela polícia, o preparador dizia que isso era “falta de respeito” por parte do jogador, ao que lhe deu três tapas no rosto. Pedro, então, tirou a mão do preparador de perto, mas a reação de Fernandez foi um soco no lado direito da face do atacante.
Os próprios jogadores do Flamengo tiveram de conter o preparador. Ainda assim, Fernandez insistia em tentar agredir Pedro. A delegação do Flamengo chamou a Polícia Militar, que chegou à Arena Independência por volta de 0h30 e acompanhou os envolvidos até a delegacia. Ainda antes, em relato à PM, o preparador alegou não ter “nada a declarar”. Jogadores do Flamengo, como Everton Cebolinha e Luiz Araújo, confirmaram a agressão à Polícia Civil e também foram à delegacia.
Todos foram ouvidos e liberados na madrugada. Não houve pedido de prisão para Pablo Fernandez. Ele apenas comprometeu-se em audiência perante o Juizado Especial Criminal para as medidas legais cabíveis. Conforme o delegado Marcos Pimenta, responsável pelo plantão na delegacia, agora deve ser aplicada apenas uma multa ao profissional. “Não há prisão em princípio. E a pena conferida nesse tipo de delito é de multa, não é necessária nem a prisão. Vamos condensar todas as oitivas e encaminharemos ao Poder Judiciário”, explicou.
Ex-companheiros de clube demonstraram apoio a Pedro
Em post publicado nas redes sociais, Pedro contou sobre a agressão e lamentou o acontecido. Ele chegou a mencionar “covardia psicológica” que tem sofrido nas últimas semanas por parte da comissão técnica de Sampaoli. Entretanto, no registro da ocorrência e no depoimento à Polícia Civil, foi dito apenas sobre a agressão física. “Alguém que se acha no direito de agredir o outro não merece respeito de ninguém. Já passei por muitas provações aqui no Flamengo, mas nada se compara com a covardia sofrida hoje”, escreveu o atacante.
Nos comentários, ele recebeu apoio de torcedores e atletas, incluindo ex-colegas de Flamengo. ““Estamos contigo, irmão. Cadeia e fora por justa causa nesse covarde”, escreveu Marinho, hoje no Fortaleza. Arturo Vidal também o apoiou: “Estamos juntos, hermano”. O chileno, que atualmente joga pelo Athletico-PR, saiu do Flamengo brigado com o técnico Sampaoli.
Do elenco atual do Flamengo, o único que comentou na publicação do camisa 9 foi o zagueiro Léo Pereira. Titular na partida de sábado, dia 29, contra o Atlético-MG, onde a agressão ocorreu, o defensor foi sucinto. “Estamos com você, irmão!”. Até a publicação deste texto, o Flamengo ainda não havia se pronunciado. Pablo voltou ao Rio acompanhado por seguranças do clube.
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