Pedro não comparece a treino do Flamengo nesta segunda após sofrer agressão no fim de semana

Atacante foi agredido pelo preparador físico do clube, Pablo Fernández, demitido no domingo, após partida contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão; jogador dá cano na reapresentação do elenco

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Foto do author Murillo César Alves
Atualização:

Após um fim de semana conturbado, o atacante Pedro não compareceu à sessão de treinamento do Flamengo, no Ninho do Urubu, nesta segunda-feira, na reapresentação do elenco. O episódio se soma à agressão que o jogador sofreu do preparador físico Pablo Fernandez após a partida contra o Atlético-MG no sábado, pelo Brasileirão. O profissional foi demitido pelo clube, enquanto Pedro será punido pelo ato de indisciplina – ele teria se recusado a participar de um aquecimento no Estádio Independência. O caso foi parar na polícia em Belo Horizonte.

A informação foi confirmada pelo Estadão. Segundo apurou a reportagem, o clube não liberou o atacante das atividades e não foi informado sobre sua decisão de não comparecer ao treinamento. Jorge Sampaoli chegou ao CT ainda nesta manhã de segunda-feira, seguido pelos demais atletas do elenco.

Pedro não compareceu ao treino do Flamengo nesta segunda-feira. Foto: Alexandre Loureiro/AFP

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A sessão de treinamentos nesta segunda-feira já não contou com a participação de Pablo. Ao Estadão, o Flamengo informou que seu filho, Marcos Fernandez, trabalhou normalmente com os jogadores. Até o momento, Pedro não compareceu ao CT. O clube aguarda um esclarecimento do atacante para decidir quais caminhos serão tomados na sequência. Uma nova punição deve ser aplicada. Em sua declaração por escrito, Pedro reclamou que não vinha sendo usado pelo treinador argentino. Ele usou a expressão “covardia psicológica”.

A agressão ocorreu no vestiário, após Pedro, que não saiu do banco de reservas na vitória por 2 a 1 diante do Atlético-MG, se recusar a continuar o aquecimento após os atacantes Everton Cebolinha e Luiz Araújo terem sido escolhidos para entrar na partida. Pablo Fernandez não gostou da insubordinação de Pedro e reclamou com o atleta, que retrucou. O preparador físico, então, deu um soco na boca do jogador.

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O episódio se deu durante uma conversa do atacante ao telefone com sua família. Pedro não revidou à agressão. A diretoria do clube convocou uma série de reuniões de emergência para tentar contornar a situação ao longo do domingo e decidiu pelo desligamento de Pablo Fernandez, que ainda não foi oficializada. O preparador deve apresentar sua carta de demissão nesta segunda.

Após o ocorrido, Pedro foi até uma delegacia de Belo Horizonte para registrar Boletim de Ocorrência (B.O.), acompanhado pelos jogadores Everton Cebolinha, Thiago Maia e Pablo, além do coordenador Gabridel Andreata. Todos confirmaram a agressão. O atacante foi liberado após prestar depoimento e também realizou exame no Instituto Médico Legal (IML), que atestou a lesão na boca.

A assessoria de Pedro foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até a publicação desta matéria. Caso venha a se pronunciar, a reportagem será atualizada. O Flamengo também não se manifestou sobre a ausência do atleta. Na quinta, o Flamengo recebe o Olimpia pela Libertadores. Até agora, a diretoria do clube não se posicionou publicamente sobre o assunto.

Desculpas de Pablo e manifestação de Sampaoli

Um dia depois da agressão e de volta ao Rio escoltado por seguranças do clube, Pablo Fernandez tentou se explicar por meio de nota oficial. “Eu poderia começar essas palavras de mil maneiras, mas a única que realmente faz sentido é pedir desculpas. Ao Pedro, aos colegas, aos trabalhadores e ao Flamengo”, escreveu o preparador físico. No texto, Pablo Fernandez admite ter entrado no vestiário “chateado”. Conforme o Estadão apurou, Pablo Fernandez começou a confusão apontando o dedo no rosto de Pedro e alegando que o jogador “faltou com respeito” a ele ao não querer fazer um aquecimento.

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Sampaoli defendeu Pedro e seu preparador físico em texto publicado nas redes sociais. Foto: Sergio Moraes/Reuters

“Entrei no vestiário muito chateado, querendo resolver logo a situação e fiz errado. Foi planejado que hoje seria um dia de folga. É uma pena, porque gostaria de poder, primeiro, falar sobre isso pessoalmente com todos os funcionários do clube. Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma”, escreveu.

Minutos antes da manifestação de Pablo, o técnico Sampaoli publicou um longo texto nas redes sociais comentando o caso. O treinador lamentou o episódio, condenando a atitude violenta do preparador, e disse que não conseguiu dormir pensando em como ajudar Pedro e Pablo. Mas não tomou partido nem comentou sobre a demissão do preparador. Na coletiva de imprensa de Sampaoli após a vitória do Flamengo em Minas, o assunto foi sumariamente ignorado.

Segundo o site “Coluna do Fla”, a falta de um posicionamento público do treinador argentino aliado a uma fraca justificativa de Sampaoli para os atletas dentro do vestiário causou um enorme mal-estar com os jogadores.

Pablo Fernandez tem histórico de agressões. O preparador físico se envolveu em um caso de violência contra um torcedor quando integrava a equipe de Sampaoli no Olympique de Marselha, da França, em 2021. Ele também esteve com Sampaoli no Atlético-MG, Santos e Sevilla, além de ter passagens por Athletic Bilbao e Celta de Vigo, da Espanha, e O’Higgins, do Chile.

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Em todos os clubes, Pablo atuou como preparador físico. No Flamengo, ele dividia a função com o filho, Marcos Fernandez, que continua na Gávea. A dupla tem a confiança do técnico Sampaoli e chegou ao time em abril deste ano junto com treinador.

Leia a na íntegra a nota da Polícia Civil sobre o caso

Sobre a ocorrência de lesão corporal registrada nesta madrugada (30/7), ocorrida em um estádio de futebol, na capital, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa os envolvidos foram encaminhados e ouvidos por meio da Central Estadual do Plantão Digital. A vítima, de 26 anos, foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal André Roquete (IMLAR) para realizar o exame de corpo de delito, onde foram constatadas lesões leves no rosto e na boca. Após as procedimentos de polícia judiciária, foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), em que o envolvido, de 54 anos, assumiu o compromisso de comparecer à audiência perante o Juizado Especial Criminal para as medidas legais cabíveis, conforme previsão legal, foi liberado.

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