Vídeo: Piquerez transforma recuperação de lesão no Palmeiras em conteúdo para engajar fãs

Lateral recebe reportagem do ‘Estadão’ e compartilha a superação da timidez, o investimento na imagem de ‘Joaco’, a saudade de jogar e a ambição pelo retorno à seleção uruguaia

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Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

Joaquín Piquerez não deve mais jogar pelo Palmeiras em 2024, após cirurgia no joelho esquerdo. Enquanto isso, o lateral superou a timidez e passou a compartilhar mais sobre si e os bastidores da recuperação com vídeos no Instagram. Quem já o acompanhava pôde saber que o atleta joga Fortnite, gosta de catchup na pizza e é fã do super-herói Hulk. Piquerez recebeu a reportagem do Estadão no condomínio em que mora e, mais uma vez, esquivou-se do perfil tímido para comentar sobre futebol, carreira e o carinho dos palmeirenses.

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A conversa aconteceu em uma sala de escritório do conjunto de prédios. Ao lado, em um espaço destinado a home office, uma garota acompanhava uma aula particular. Piquerez atentou para fechar a porta e evitar que o barulho da entrevista a atrapalhasse. Melhor lateral-esquerdo do Brasileirão 2023, em que foi campeão, o uruguaio também demonstra ser bom vizinho.

Outros condôminos, aliás, são companheiros de Palmeiras e rivais do São Paulo. Os centros de treinamento dos dois clubes fica próximo do complexo de prédios. A coincidência no endereço é oposta à origem: o lateral é o único uruguaio no elenco alviverde e segue o perfil de muitos jogadores vindos do país ao Sul, mais recluso e de certa simplicidade. Entretanto, quando ele se dispõe a compartilhar mais de si, mostra uma personalidade singular. É assim que se conhece também quem é “Joaco”, além de Piquerez.

Piquerez recebeu reportagem do 'Estadão' no condomínio em que mora e detalhou período de recuperação de cirurgia no joelho. Foto: Alex Silva/Estadão

“No começo foi difícil, né? Porque nenhum jogador quer que aconteça isso. Mas, como a gente trabalha com o nosso físico, é algo que pode acontecer. Tentei digerir isso da melhor forma possível, para recuperar logo. Tenho bastante apoio da minha família e de toda galera próxima, para que seja mais tranquilo”, conta ao Estadão.

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Quando fala na “galera”, Piquerez indica com a cabeça o amigo Paulo Morise, que o acompanha. Foi ele quem teve a ideia de criar conteúdos para aumentar a presença digital do lateral. O problema é que isso foi pensado antes da lesão. Morise então reformulou a ideia junto do gerente de projeto André Petrochelli e o responsável criativo Alex Lee.

“A gente fez um relatório das redes sociais dele e viu que os seguidores se interessam primeiro pelo lifestyle do Piquerez e, em segundo lugar, pelo esporte. A galera já via muito coisa de Palmeiras. O Alex veio com as ideias de falar: ‘Vamos mostrar também a vida dele. Vamos falar das tatuagens deles’”, explica Petrochelli.

Conforme os produtores, o público do Instagram de Piquerez se divide em 53% de homens e 47% de mulheres, enquanto o mais comum é uma predominância masculina em redes sociais de jogadores de futebol. “Já existia uma demanda. Nas poucas investidas que ele já tinha feito, vinha um resultado astronômico com conteúdos despretensiosos. O desafio foi conseguir um conteúdo que tivesse a essência dele”, complementa Lee.

Lee (a partir da esquerda), Petrochelli, e Morise formam o time que cria os conteúdos juntos do jogador palmeirense. Foto: Alex Silva/Estadão

O lateral, então, também entrou na parte da criação. “É muito bom conseguir o carinho, o apoio de torcedores. Eu, sinceramente, não vejo muito, fico sabendo mais pelos meus amigos aqui”, confessa Piquerez, que revela um comentário que chamou atenção entre tantos: “Fiquei sabendo que o Scarpa comentou em um vídeo meu. Eu nem sabia, foi muito engraçado. Mas fico feliz de ter esse contato com as pessoas. Antes não tinha e agora tenho”.

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Além do ex-companheiro, os fãs do jogador desejam boa recuperação, relatam saudade de Piquerez em campo e não perdoam para elogiar a aparência do palmeirense. “Se prestar atenção, ele está falando alguma coisa”, diz um comentário na publicação sobre as tatuagens do atleta, em que ele aparece sem camisa.

Até mesmo “vem para o Corinthians” aparece entre o que dizem os seguidores. O futuro de Piquerez, porém, está bem determinado. O contrato com o Palmeiras vai até 2026. O foco, claro, é a recuperação, ainda que o futebol europeu não seja um destino descartado.

“Conseguir voltar para estar à disposição do grupo o quanto antes. Ainda não tenho um período de retorno na data, mas a respeito a jogar em outros países, eu acho a Europa é um bom destino, mas estou tranquilo, que faça meu melhor aqui no dia a dia”, avalia.

É a mesma lógica para a seleção uruguaia. Piquerez tem 13 partidas pela equipe. A última foi contra o Brasil, em outubro de 2023. O último chamado foi em março, mas ele acabou cortado após uma confusão com voos.

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Autoajuda em português, comida italiana e ‘crime gastronômico’

Além de Hulk, Piquerez também gosta do Wolverine, herói cujo poder envolve a capacidade de cura. A leitura que o acompanha na recuperação, porém, não é nenhum quadrinho. O livro escolhido é “A Sutil Arte de Ligar o F*da-se”, literatura motivacional do americano Mark Manson.

“Queria achar o livro no espanhol, mas não consegui. Terminei achando em português, mas foi bom para praticar meu português”, diz o lateral, que tem facilidade na fala, mas que admite ter a melhorar na conjugação de alguns verbos.

De aprendiz a mestre, em um dos vídeos criados pela equipe que o acompanha, o jogador ensina expressões comuns no Uruguai, como “bo”, “a llorar el quartito”, “a la miércoles”, entre outras. A saudade da terra natal é amenizada quando Piquerez joga Fortnite com amigos do Uruguai ou quando visita restaurantes típicos. Em São Paulo, porém, a preferência é pelas massas italianas.

Já o gosto na pizza seria ofensivo para quem defende a tradição da Itália. No vídeo que fala sobre itens que não vive sem, Piquerez destaca o catchup, cutucando a polêmica. O lateral argumenta: “Não estraga nada. Tem gente que coloca maionese na pizza, é muito pior. Pelo menos catchup é tomate, né?”.

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