Premiação recorde de R$ 91,8 milhões empolga equipes na disputa da Copa do Brasil

Presidentes dos clubes enaltecem premiação e qualidade técnica do torneio, cujo sorteio da primeira fase aconteceu nesta quarta

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Por Redação

O crescimento da Copa do Brasil e equilíbrio técnico da competição têm sido notórios nos últimos anos. Com investimento de marcas parceiras e uma premiação que pode chegar R$ 91,8 milhões, a competição ganha força e entra cada vez como prioridade para os principais clubes que a disputam.

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“A competição deste ano é uma das prioridades no Avaí. Queremos fazer uma boa campanha por ser o ano do nosso do centenário e também pela questão financeira. A premiação por avançar de fase é muito atrativa”, afirma Júlio César Heerdt, presidente executivo do clube catarinense, que vai pegar o Retrô-PE nesta primeira fase.

A opinião é compartilhada por Fábio Pizzamiglio, mandatário do Juventude, que vai enfrentar o São Luiz de Ijuí-RS. “Vejo como uma receita importante, principalmente agora que estamos na Série B do Campeonato Brasileiro. Estimamos que a disputa deste ano possa representar cerca de 20% do nosso orçamento.”

Sorteio definiu nesta quarta-feira os confrontos da primeira fase da Copa do Brasil 2023. Foto: Thais Magalhães/CBF

“Além da possibilidade de enfrentar grandes equipes do futebol brasileiro, a Copa do Brasil oferta premiações impactantes aos clubes que trabalham com um orçamento mais justo. Avançar de fase na competição pode nos proporcionar investimentos importantes para o restante da temporada”, acrescenta Adalberto Baptista, gestor do Botafogo de Ribeirão Preto, que encara o Parnahyba-PI.

NO HORIZONTE

A Copa do Brasil vai começar ainda neste mês de fevereiro, no dia 22, e a final está prevista para 24 de setembro. 92 equipes vão disputar a competição, mas 12 entram apenas na terceira fase, casos de Atlético-MG, Fortaleza, Flamengo, Palmeiras, Athletico-PR, Internacional, Corinthians e Fluminense, classificados via Copa Libertadores, além de São Paulo, classificado pelo Brasileirão, Cruzeiro, campeão da Série B, Sport, vice-campeão da Copa do Nordeste, e Paysandu, campeão da Copa Verde.

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“É uma competição nacional de muita força, não apenas no aspecto técnico, mas também fora das quatro linhas com a valorização das marcas parceiras e a premiação, que é muito alta e atraente para todos que a disputam”, aponta Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.

Pedro Melo, CCO do Atlético-MG, responsável pela captação e gestão de patrocínios do clube, cita um outro fator fundamental para a importância do evento. “A Copa do Brasil conversa com os quatro cantos do Brasil, o que é muito importante para os nossos parceiros comerciais. Nos dez últimos anos, a competição vem evoluindo, se tornando um produto forte e consolidado. Nesse período, tivemos a felicidade de conquistá-la por duas vezes e sabemos quão ela é representativa no cenário nacional.”

A primeira fase é disputada apenas em jogo único, e em caso de empate, o visitante avança para a próxima fase. O Fortaleza, que mais uma vez vai entrar na terceira fase, é um dos times que cada vez mais tem priorizado a competição.

“O Fortaleza encara a Copa do Brasil sempre com uma importância enorme, não apenas pelo fato de a disputa ter crescido e da premiação ser bastante atrativa, mas porque também temos objetivos técnicos de chegar cada vez mais longe. É uma oportunidade de levarmos nossa torcida aos jogos de mata-mata”, diz o mandatário do time tricolor, Marcelo Paz.

Para Paulo Rogério Pinheiro, presidente do Goiás, que enfrenta o ASA de Arapiraca na primeira fase, aponta o fator mais relevante do torneio da CBF. “O aspecto mais importante é o esportivo e o impacto disso junto ao nosso torcedor”, analisa.

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DINHEIRO NO BOLSO

A premiação máxima da Copa do Brasil deste ano é de R$ 91,8 milhões, caso a equipe finalista tenha começado desde a fase inicial. Para os times que começam na terceira fase, a premiação final é de R$ 70 milhões. Já o vice-campeão assegura R$ 30 milhões, enquanto os semifinalistas, R$ 9 milhões.

Rogério Neves, CEO da Motbot, plataforma de crowdfunding esportivo parceiro do CRB, CSA, Sergipe, Náutico e Campinense, afirma que é animador notar o fortalecimento do futebol nacional

“Os clubes também têm se organizado financeiramente e tudo isso contribui para a valorização da competição. Com receitas maiores, é natural que ocorra esse aumento na premiação. Isso comprova a importância do aspecto financeiro que, além de servir como motivação, também possibilita a evolução do esporte”, destaca.

O Athletic, de São João del Rei-MG, aparece de maneira inédita pela segunda vez na Copa do Brasil, e nesta edição vai encarar o Brasiliense. “O torcedor pode ter certeza que chegaremos preparados, com muita humildade, mas também com vontade de fazer história”, declarou Vinicius Diniz, sócio majoritário da SAF do Athletic.

APOIOS

A Penalty, tradicional marca brasileira de artigos esportivos, também se junta ao grupo de patrocinadores da Copa do Brasil. O contrato entre as partes é válido para a temporada de 2023. Além da exclusividade no segmento de material esportivo do torneio, a empresa ainda contará com exposição em LEDs e nos pórticos de entrada das equipes.

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“A Copa do Brasil representa muito bem o futebol nacional. É democrática, tradicional e emocionante, aspectos que valorizam o esporte. Para nós, que somos uma empresa 100% brasileira é motivo de orgulho poder contribuir diretamente para o fortalecimento dessa competição e de todo o esporte brasileiro”, afirma Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty.

Além da Penalty, a Copa do Brasil conta com outros parceiros confirmados para este ano. O naming rights foi fechado com a casa de apostas Betano. Os outros três são a Intelbras, Cobrecom e Asaas.

COPA DO BRASIL x BRASILEIRÃO

Armênio Neto, especialista em geração de receitas na indústria esportiva, explica o motivo de o torneio ser considerado um produto mais bem acabado e completo para os patrocinadores. A Copa do Brasil é a competição que paga os maiores prêmios, com valores acima do Brasileirão, Libertadores e outros torneios.

“Claro que o Brasileirão tem o seu valor, mas são produtos diferentes, desde o formato da competição, frequência de partidas, abrangência e até mesmo a forma como foram concebidos e geridos comercialmente. Quando uma empresa patrocina a Copa do Brasil, ela se faz presente em todas as propriedades, inclusive com realização de ativações e hospitalidade nas principais partidas. Já no Brasileirão é um modelo híbrido, porque os clubes fazem a gestão dos seus jogos, focados em seus próprios patrocinadores”, conclui Armênio.

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