O futebol não tem lógica. A derrota da seleção brasileira para a Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo no Catar não foi prevista pelo algoritmo de inteligência artificial do Instituto Alan Turing, considerado o “pai da computação”.
O instituto alimentou seu algoritmo com dados históricos sobre as partidas de cada time que disputaria a edição de 2022 da Copa do Mundo e fez 100 mil simulações de jogos. O resultado era claro: o Brasil era o grande favorito para vencer o Mundial.
“O Brasil é o grande favorito, com cerca de 25% de chance de vencer, enquanto Bélgica e Argentina também são altamente cotadas”, disse o instituto, em uma publicação em 18 de novembro deste ano. França, Inglaterra e Espanha apareceram na análise, respectivamente, como quarta, quinta e sexta colocadas.
Então, o que deu errado? No caso do Brasil, a culpa foi dos pênaltis.
A análise do Instituto Alan Turing não considerou a cobrança de pênaltis com embasamento em dados históricos. Talvez, se tivesse feito isso, teria identificado que a Croácia nunca perdera uma decisão por pênaltis. Em vez de se basear em dados, os pesquisadores optaram por uma análise baseada na sorte, dando 50-50 para cada time em caso de uma partida empatada chegar a esse último recurso do futebol.
Alguns outros fatores limitantes podem gerar distorções na análise do instituto, como a performance excepcional de jogadores e as condições climáticas no dia da partida.
Com o Brasil e Bélgica eliminados, agora, a análise ainda pode acertar a melhor de três se a Argentina vencer o Mundial.
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