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Quatro grandes têm estratégias diferentes para levantar a taça

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Os quatro clubes grandes têm estratégias diferentes para buscar o Campeonato Paulista. Enquanto o Palmeiras fez 17 contratações, entre elas, o volante Arouca, negociado nesta quinta-feira, Corinthians e São Paulo apostavam no entrosamento e manutenção do elenco. Para o Santos, o momento é de reconstrução. 

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OTIMISMO VERDEO Palmeiras vive um início de ano totalmente diferente do que aconteceu nas últimas temporadas. Há tempos, a expectativa por bons resultados e pela volta dos títulos não é tão grande. A equipe espera aproveitar a grande reformulação e o fato de os rivais São Paulo e Corinthians estarem focados na Libertadores para mostrar força e conquistar um torneio que não vence desde 2008. 

Antes de a bola rolar, tudo parece no caminho certo para o time se dar bem. O clube tem melhorado consideravelmente sob o ponto de vista financeiro e o elenco passou por uma grande transformação, na qual 22 atletas que terminaram 2014 no clube foram embora. Por outro lado, chegaram 17 reforços, além dos atletas que retornam de empréstimo.

Dudu está entre as maiores contratações do Palmeiras para 2015 Foto: Daniel Teixeira/Estadão

No comando da equipe, Oswaldo de Oliveira é o responsável por fazer o novo Palmeiras se encaixar e corresponder às expectativas. “É uma competição importante. O Palmeiras deve entrar em todas as competições para ganhar. Mas é de se lamentar o limite de inscrições, pois gostaria de dar oportunidades para alguns garotos, mas tenho apenas 28 inscrições para fazer”, lamenta o treinador. 

Oswaldo conta com alguns jogadores que podem brilhar, considerando o que fizeram no ano passado. São exemplos Dudu, Alan Patrick, Zé Roberto e Gabriel. Somam-se a eles o meia Valdivia e o goleiro Fernando Prass, líderes do elenco na temporada passada. Fora das quatro linhas, a contratação de Alexandre Mattos, responsável pela montagem do Cruzeiro bicampeão brasileiro, faz com que o torcedor se encha ainda mais de esperança para gritar “campeão”. 

CORINTHIANS DE OLHO NA PRÉ-LIBERTADORES. O desempenho e a motivação do Corinthians no Campeonato Paulista dependem exclusivamente do que vai acontecer com a equipe na pré-Libertadores, diante do Once Caldas. Se o vexame de 2011 se repetir, o Alvinegro vai com força total no Estadual. Somente o título seria capaz de minimizar os efeitos de uma eliminação precoce na Libertadores. Caso o time confirme o favoritismo diante dos colombianos e avance para a fase de grupos, o Paulistão ficará em segundo plano porque dificilmente os jogadores terão fôlego para disputar as duas competições no mesmo nível.

Um dos trunfos da equipe é o entrosamento, pois a diretoria manteve a base do ano passado. O único titular que deixou o clube foi o zagueiro Anderson Martins. Mas há uma diferença substancial na equipe: os reforços que chegaram deixaram o time mais velho. O zagueiro Edu Dracena tem 33 anos, o atacante Emerson Sheik, 36 e o volante Cristian, 31. Com a mudança no regulamento do Paulista, que limitou o número de jogadores inscritos na competição a 28 (25 jogadores de linha e três goleiros), muitos garotos campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior dificilmente serão aproveitados no Estadual. O jeito, então, será Tite dosar o elenco, poupando titulares. 

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Guerrero durante treino do Corinthians: peruano é a grande esperança de gols do time Foto: José Patrício/Estadão

A volta do treinador, inclusive, é um dos trunfos do Corinthians para buscar o 27º título e disparar ainda mais na liderança como maior campeão do Estado. Tite recebe um time que foi reformulado por Mano Menezes na temporada passada. Em comparação com 2013, quando ele deixou o clube após a vitoriosa passagem, saíram peças importantes, mas chegaram atletas que se firmaram na equipe. E mais: com um orçamento bem mais enxuto. Tite tem crédito de sobra com a Fiel. Isso, no entanto, não significa que não será cobrado. Por “culpa” dele, o corintiano ficou mais exigente nos últimos anos.

SÃO PAULO CONTRA O JEJUM O São Paulo, entre os grandes, é aquele que amarga o maior jejum no Estadual. A última vez que levantou o título foi em 2005, ano em que também faturou a Libertadores e o Mundial. Desde então, a vida do Tricolor tem sido assistir aos rivais, sobretudo Corinthians e Santos, revezarem-se nas conquistas. O Tricolor chega perto, mas não consegue emplacar. 

O time é basicamente o mesmo de 2014. Da formação inicial, foram feitas mudanças nas laterais (Bruno e Carlinhos entraram nas vagas de Douglas e Alvaro Pereira, ambos negociados). No meio, Michel Bastos herdou a vaga de Kaká. A manutenção da base e os reforços pontuais contratados justamente para dar mais opções a Muricy Ramalho são as maiores apostas para que o time enfim saia da fila. Embora a Libertadores seja a prioridade, voltar a dominar o Estado é uma possibilidade bastante atraente para o elenco. Por isso, a ordem é tratar o Campeonato como algo importante.

Rogério Ceni faz a sua última temporada pelo São Paulo Foto: Clayton de Souza/Estadão

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“Sabemos que temos o elenco grande, haverá substituições e precisamos estar focados nas duas frentes. Quando vier o Paulistão, o foco é o Paulistão; vale o mesmo quando for a disputa da Libertadores, precisamos pensar só nessa competição quando formos jogar”, resumiu o reforço Thiago Mendes.

MOMENTO DE RECONSTRUÇÃO O Campeonato Paulista é a chance para o Santos tentar se reconstruir. No final do ano passado, uma grave crise financeira provocou um atraso de quatro meses no pagamento de salários de atletas e funcionários. Insatisfeitos, sete jogadores abriram processos trabalhistas. O lateral Mena e o goleiro Aranha já se desligaram do clube enquanto Arouca decide hoje seu futuro em uma audiência na Justiça do Trabalho – seu provável destino é o Palmeiras. Nesse contexto, Edu Dracena negociou uma saída amigável e virou o xerife coritiano. A diretoria do Santos recorreu a empréstimos do ex-presidente Marcelo Teixeira, quitou dois ordenados atrasados, e prometeu regularizar a situação até o mês de março. Paralelamente, ainda busca um patrocinador. 

O atacante Robinho durante treinamento do Santos, que pretende se reconstruir após a crise Foto: Maurício de Souza

Do outro lado da balança, chegaram sete reforços, com destaque para Ricardo Oliveira e Elano. O técnico Enderson Moreira quer um time versátil e dinâmico, com jogadores capazes de exercer mais de uma função. O seu grande desafio, no entanto, é encontrar um substituto para Arouca. “Um momento de crise também abre novas oportunidades. Nós podemos surpreender no Campeonato Paulista”, diz. 

Com as contratações, o Santos conseguiu reeditar o quarteto de 2003, com Robinho, Renato, Ricardo Oliveira e Elano. O clube vai apostar na experiência como contraponto para a juventude do zagueiro Gustavo Henrique e do lateral Caju. 

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