A seleção brasileira venceu o segundo jogo na Copa do Mundo do Catar. Com gol de Casemiro, o Brasil derrotou a Suíça, nesta segunda-feira, no estádio 974, chegou aos seis pontos no Grupo G e se garantiu nas oitavas de final. Confira análise dos profissionais do Estadão sobre o destaque da equipe do técnico Tite.
Robson Morelli, editor de Esportes
Vinícius Junior mostrou o caminho para o Brasil contra a Suíça. Estava um jogo duro para a seleção. O time não fez uma boa apresentação. Paquetá não funcionou na vaga de Neymar. Militão fez o que pôde na direita. Mas quando tudo estava embaçado, com os suíços pressionando e fazendo o torcedor brasileiro segurar a respiração, Vini começou a fazer das suas pela esquerda, mesmo com marcação dobrada. Fez um gol anulado. E mostrou o caminho da vitória. Sem Neymar, Vini é o melhor jogador do Brasil. Precisa receber mais bolas em profundidade. Precisa parar de voltar para marcar. Precisa ter liberdade.
Marcius Azevedo, editor assistente de Esportes
A seleção brasileira não fez um bom jogo. A escolha de Tite para substituir Neymar não se mostrou correta. A opção pelo volante Fred com Lucas Paquetá mais adiantado deixou o Brasil com pouca criatividade diante de um adversário fechado. O primeiro tempo foi sofrível. A entrada de Rodrygo e depois Bruno Guimarães corrigiram o problema. A equipe acelerou o jogo e encontrou o gol da vitória com um herói improvável. Porém merecido. Casemiro foi o elemento surpresa na área. Estava onde o volante moderno precisa estar. O jogador revelado pelo São Paulo acertou um chute certeiro para colocar o Brasil nas oitavas de final.
Almir Leite, editor assistente de Esportes
Em uma exibição complicada da seleção brasileira, Vinicius Jr. merece menção. Lutou incansavelmente e criou as melhores jogadas ofensivas. Não foi brilhante. Demorou ao entrar no jogo no primeiro tempo e ainda perdeu uma chance em que, apesar da excelente intervenção do goleiro Sommer, ele pegou mal na bola. Na etapa final foi de seus pés que nasceram as melhores jogadas ofensivas do Brasil. O gol que ele fez foi corretamente anulado. Mas participou da jogada do gol de Casemiro. Vini Jr. se firma a cada jogo como um dos principais valores da seleção.
Glauco de Pierri, editor assistente de Esportes
Tite foi mal na preparação da seleção brasileira para a partida contra a Suíça. O Brasil tem no grupo de jogadores soluções melhores do que a apresentada pelo treinador para suprir a ausência de Neymar. Pelo segundo jogo seguido, a equipe teve muita dificuldade em vencer a primeira linha defensiva do adversário - o toque de bola precisa ser mais rápido. Raphinha está mal, pode deixar o time titular para a próxima partida. E Daniel Alves? Ele não entra nem mesmo quando o titular da sua posição se machuca. Foi convocado por Tite para que então? Para ser o batuqueiro?
Raphael Ramos, editor assistente
Volante tem de pisar na área. A regra vale para a várzea e para a Copa do Mundo. Casemiro (chamado de Casemito pelos são-paulinos) entrou no território inimigo e fuzilou o gol, garantindo a classificação do Brasil. Em um jogo tão apertado, a seleção mostrou que tem variações táticas e opções, de acordo com as dificuldades que lhe são impostas. Já Casemiro mostra que sabe ler o jogo como poucos atletas. Sua inteligência tática é acima da média. Está claro que, sem Neymar, aquele com mais capacidade e talento para desmontar defesas bem armadas é Vinicius Junior. Não deu certo contra a Suíça, mas aí Casemiro resolveu.
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