Quem são os renegados do São Paulo que vivem expectativa de redenção com título da Copa do Brasil?

Alguns jogadores do elenco melhoraram seu desempenho sob o comando de Dorival Júnior após período de baixa com os torcedores; time tricolor pode conquistar troféu inédito neste domingo diante do Flamengo

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Foto do author Murillo César Alves

Rodrigo Nestor poderia estar escalado para começar jogando nesta quarta-feira, quando o São Paulo provavelmente irá utilizar os reservas no duelo com o Fortaleza, às 21h30, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O meia, no entanto, deve ser poupado para o segundo jogo da final da Copa do Brasil, domingo, no Morumbi, diante do Flamengo. Foi dele a assistência para o gol de Calleri, que garantiu a vitória por 1 a 0 ao time paulista e a chance de jogar por um empate para conquistar o título.

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Revelado nas categorias de base do São Paulo, em Cotia, Nestor foi promovido ao elenco profissional em 2020 depois de bom desempenho na Copinha. O jogador era considerado uma das principais joias do clube e ganhou minutos com Fernando Diniz em sua primeira temporada na equipe. Ele teve uma sequência como titular com Crespo no ano seguinte, conquistando o Paulistão, e sendo mantido como titular com a chegada de Rogério Ceni.

As oscilações em campo, naturais de um jogador em processo de amadurecimento, combinadas com a fase ruim do time, no entanto, fez de Rodrigo Nestor um alvo de críticas por parte dos torcedores. Em agosto, a mãe do jogador foi ameaçada por um são-paulino pelas redes sociais, antes de partida decisiva nas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O jogador deu uma assistência para o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre o San Lorenzo, marcado por Luciano.

Rodrigo Nestor viveu um ano de 2022 marcado por altos e baixos. Foto: Carla Carniel/Reuters

Nestor não é o único do elenco que foi visado pela torcida – e protegido por Dorival Júnior. Ele encabeça uma lista de atletas renegados. Além dele, Caio Paulista, emprestado pelo Fluminense, chegou no início do ano, pedido pelo então treinador Rogério Ceni. O lateral, que recebeu o suporte de Fernando Diniz para se firmar na posição, foi decisivo na classificação diante do Palmeiras, nas quartas de final. Foi dele o gol de empate na virada por 2 a 1.

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Antes de se firmar na lateral-esquerda, Caio Paulista chegou a atuar como ponta, nos dois lados do campo. Com Diniz, ainda no Fluminense, garantiu sua permanência na defesa, mas foi com Dorival que ele se colocou como o principal jogador da posição no elenco são-paulino. Nesta temporada, disputou 39 jogos, com quatro gols e duas assistências.

Para contar com o lateral em 2024, o São Paulo precisa negociá-lo em definitivo junto ao Flu. O título da Copa do Brasil, com Caio Paulista como um dos destaques da competição, pode garantir que o São Paulo decida contratá-lo. “Vai acontecer o que tiver de acontecer. Estou feliz, vou seguir trabalhando e focado”, afirmou o jogador, em julho deste ano.

Caio Paulista evoluiu sob o comando de Dorival Júnior.  Foto: Carlos Ortega / EFE

“Cria de Cotia”, Pablo Maia é outro jogador renegado do São Paulo, mas que elevou o nível de seu futebol nesta temporada. Aos 21 anos, ele já vinha sendo titular do time no início do ano, com Ceni, mas ainda era questionado. Com Dorival, Maia conquistou seu espaço com a torcida tricolor; no último mês, o jogador completou 100 partidas como profissional.

Um mês antes, Maia teve de lidar com a morte do pai. “Essa dor irá nos transformar e nos unir mais ainda, sua família está aqui por você”, escreveu o jogador, em suas redes sociais. Fora do duelo com o Palmeiras nas quartas de final da Copa do Brasil, retornou para reassumir a titularidade do meio-campo são-paulino, ao lado de Alisson.

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O companheiro de Pablo Maia é quem melhor se adequa ao adjetivo de “renegado”. Aos 30 anos, Alisson é o mais velho dentre os citados e tem uma carreira longa no futebol. Com passagens por Cruzeiro, Vasco e Grêmio, chegou ao São Paulo no início de 2022 para ser uma liderança no meio de campo de Ceni.

Alisson chegou ao São Paulo como camisa 7, mas cedeu o número a Lucas Moura. Foto: Rubens Chiri / Saopaulofc.net

Então camisa 7, abriu mão do número para que Lucas Moura o utilizasse em seu retorno ao São Paulo. A postura do atleta é a de um companheiro, que se coloca à disposição para auxiliar o elenco em qualquer posição – a depender da vontade de Dorival. “Feliz por conseguir cumprir uma nova função. Ponta direita, ponta esquerda ou joga de meia, agora volante. Como eu disse, estou muito feliz, tenho muito a aprender”, afirmou.

Contra o Flamengo, Alisson iniciou a partida como volante, ao lado de Pablo Maia. Nesta temporada, disputou 40 jogos, alternando entre as posições. Os números mostram a sua importância para a equipe. Nas últimas cinco partidas do Brasileirão, Alisson foi reserva ou não atuou em três delas; em nenhuma o São Paulo saiu com os três pontos. “A humildade é o que eu falo: o São Paulo vence, o Alisson vence. Isso é o que é importante, independentemente se estou jogando ou fora. O que quero é que o São Paulo vença e conquiste títulos.”

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