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Roberto Dinamite pulverizou recordes e redefiniu significado de artilheiro

Maior ídolo da história do Vasco morreu neste domingo após lutar contra um câncer no intestino

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Foto do author Pedro Ramos

Se o termo “artilheiro” é usado para um jogador que marca muitos gols em um determinado espaço de tempo, como definir Roberto Dinamite, que fez isso em toda a carreira, balançando as redes mais de 700 vezes? “Goleador” pode parecer uma definição aquém de alguém que é o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro (190 gols), do Campeonato Carioca (284 gols), do estádio de São Januário (184 gols) e dos clássicos entre Vasco e os rivais Flamengo (27 gols), Fluminense (36 gols) e Botafogo (25 gols). Roberto morreu neste domingo após lutar contra um câncer no intestino.

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Carlos Roberto de Oliveira, conhecido ainda na adolescência como Calu, deixou uma marca indelével. No campo frutífero do futebol brasileiro que se acostumou a formar goleadores safra após safra, Dinamite foi expoente.

Dos mais de 700 gols, não faltou repertório. Marcou com o pé direito e também o esquerdo. De cabeça, também foram aos montes. A frieza nas cobranças de pênaltis e a precisão nas faltas também se fizeram presentes.

Foram incríveis 1.110 jogos vestindo a faixa transversal com a cruz de malta em vermelho bordada no peito, sendo superado apenas por Rogério Ceni no São Paulo e Pelé no Santos.

Os feitos de Roberto Dinamite também vão além dos números frios. Enquanto o rival Flamengo dotava de um time estelar liderado por Zico e vivia grande fase, o Vasco, de Roberto, bateu de frente em muitos momentos mesmo com uma equipe considerada tecnicamente inferior.

Pelo clube, conquistou o Campeonato Brasileiro de 1974 (onde foi o artilheiro da competição com 16 gols), e os Estaduais de 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992, além de taças e torneios no Brasil e exterior.

Dentre os vários jogos em que se destacou, um deles está marcado na memória da torcida. Após uma passagem discreta pelo Barcelona, o atacante se preparava para voltar ao futebol brasileiro em 1980. O então presidente do Flamengo, Márcio Braga, negociou com o jogador e estava confiante no acerto. O Vasco atravessou as conversas, superou a concorrência do rival e assinou contrato com o centroavante.

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Na sua volta ao Vasco, esteve em campo no duelo com o Náutico, em Recife, mas foi no retorno ao Rio que teve uma das atuações mais memoráveis de sua carreira. Ele marcou os cinco gols da vitória sobre o Corinthians por 5 a 2 em um Maracanã lotado em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 1980.

Roberto Dinamite, maior ídolo do Vasco, marcou 190 gols no Campeonato Brasileiro, marca nunca superada Foto: Daniel RAMALHO/CRVG

Pela seleção brasileira, precisou disputar espaço com outros grandes artilheiros de sua geração. Ele marcou 25 gols e foi artilheiro no vice-campeonato do Brasil na Copa América de 1983. Ele também disputou as Copas do Mundo de 1978 e 1982.

Roberto ganhou apelido Dinamite logo no início de sua carreira, em um jogo entre Vasco e Internacional, no Maracanã, em 1971. O Jornal dos Sports destacou o chute forte do jovem e o chamou de “Garoto Dinamite” no seu primeiro gol com a camisa do time.

Em abril de 2022, Roberto Dinamite ganhou uma estátua dentro do gramado de São Januário em celebração que contou com o amigo e maior ídolo do rival Flamengo, Zico. A emoção da festa emocionou o artilheiro.

Neste domingo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou que a Avenida General Américo de Moura, no trecho que passa em frente ao estádio de São Januário, passará a se chamar Roberto Dinamite. Já a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) anunciou que o prêmio de artilheiro do Campeonato Carioca 2023 ganhará o nome do craque.

O Vasco informou que o velório de Roberto Dinamite será aberto ao público, no gramado de São Januário, nesta segunda-feira, de 9h a 19h.

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