Robinho ri e debocha da vítima em novos áudios da condenação de estupro: ‘Vai ser difícil provar’

Gravações utilizadas pela Justiça da Itália na sentença de nove anos de prisão contra o jogador são divulgadas nesta terça pelo ‘Uol’; atleta demonstra, ainda, ter medo de que a vítima tivesse engravidado

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Por Redação
Atualização:

Áudios inéditos de Robinho, utilizados pela Justiça italiana no processo que condenou o jogador a nove anos prisão por estupro, foram divulgados nesta terça-feira pelo podcast “Os Grampos de Robinho”, do Uol. Nas gravações, o brasileiro ri e debocha da condição da vítima, uma mulher albanesa, afirmando que ela teria dificuldade para comprovar a agressão sexual naquela dia na boate em Milão.

Entre os áudios divulgados está uma conversa entre Robinho e o músico Jairo, responsável por ceder o camarim onde Robinho e os amigos praticaram o crime. Jairo diz que viu o jogador colocar o pênis na boca da mulher. Robinho ri e diz que “isso não é transar”. Posteriormente, o atleta demonstra ter medo de que a vítima tivesse engravidado. “Como não tinha câmera, vai ficar embaçado pra mina provar que estupraram ela se ela não tiver grávida”, diz.

Robinho foi condenando a nove anos de prisão por estupro contra mulher albanesa.  Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos

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Em outro trecho, Robinho e os amigos usam linguagem chula para comentar sobre a noite do ocorrido. “Tu comeu a nega também, eu te tirei”, diz Jairo. “Eu não, pô, eu tentei, eu tentei. Eu só fiz a tentativa”, diz Robinho, alegando que não a penetrou porque não conseguiu ter uma ereção. Em conversa com Galan, outro amigo que estava naquele dia, Robinho e ele elaboram sobre o fato de um dos membros ter ejaculado na mulher. “C... E quem jogou dentro?”, diz Galan. “Acho que foi o Claytinho, né”, responde Robinho, aos risos.

No primeiro episódio da série, Robinho disse que daria um soco na cara da vítima se ela fizesse a denúncia e demonstrou preocupação com a divulgação do caso. “A mina sabe que tu não fez porra nenhuma com ela, ela é idiota? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘Porra, que que eu fiz contigo?”, disse. “C..., se esse bagulho sair na imprensa, eu vou me f...”

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O atacante do Santos e da seleção brasileira foi sentenciado em última instância a nove anos de prisão pelo crime de estupro cometido contra uma mulher albanesa numa boate em Milão, em 2013, quando atuava pelo Milan. Ele entregou o passaporte e está proibido de deixar o Brasil, mas continua em liberdade pelo fato de o País não extraditar brasileiros. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve retomar o julgamento da ação no dia 2 de agosto. Robinho nega as acusações.

Caso Robinho

De acordo com as investigações e condenação na Justiça Italiana, Robinho e cinco amigos estupraram uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava seu aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Ele foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação e, por isso, a participação deles no ato é alvo de outro processo.

Os defensores de Falco também dizem que seu cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação. O Estadão esteve na boate em Milão e constatou que o local passou por reforma após o episódio. Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que seu cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher. Robinho é casado.

Em entrevista ao Estadão, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou à época que ela poderia ter solicitado o pagamento de aproximadamente R$ 400 mil (60 mil euros) por danos morais, mas optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos. Na sua visão, o tribunal de Milão que condenou Robinho fez uma análise correta do caso.

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Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os áudios revelados agora já estavam transcritos nos processo.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são “auto acusatório”. As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou ao atleta sobre a investigação.

Robinho e Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, obrigando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”.

Os advogados de Robinho afirmam que o atleta não cometeu o crime do qual é acusado e alegaram que houve um “equívoco de interpretação” em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano.

A repercussão negativa sobre o caso de estupro fez com que Robinho tivesse a contratação suspensa pelo Santos em outubro de 2020. Ele foi anunciado como reforço pelo clube da Vila com vínculo por cinco meses. Porém, a pressão de patrocinadores e a divulgação de conversas sobre o caso provocaram forte repercussão, e o clube optou por suspender o contrato do jogador. Ele vive em Santos.

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