Robinho chega à penitenciária de Tremembé onde irá cumprir pena por estupro cometido na Itália

Jogador foi encaminhado ao sistema penitenciário para cumprir nove anos de reclusão, conforme decidido pela Justiça italiana e homologado no Brasil por decisão do STJ

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Atualização:

O atacante Robinho foi preso, em Santos, e encaminhado para a penitenciária 2 de Tremembé, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologar a condenação do jogador por estuprar uma mulher albanesa em Milão, em 2013. Ele foi conduzido à sede da Polícia Federal de Santos na noite de quinta-feira, 21, para realizar exame de corpo de delito e iniciar o cumprimento da pena de nove anos de reclusão que recebeu da Justiça da Itália. Após o exame, o jogador passou por audiência de custódia e foi encaminhado ao sistema prisional, onde chegou por volta das 1h da madrugada desta sexta-feira, 22.

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A penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, no interior de São Paulo, costuma receber condenados em casos de grande comoção social e repercussão, como Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos e Lindenberg Alves.

A defesa do jogador chegou a entrar com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar a prisão imediata determinada pelo STJ. No início desta noite, o ministro Luiz Fux, sorteado como o relator do processo, negou o pedido e manteve a determinação do cumprimento da pena em solo brasileiro.

Robinho foi preso nesta quinta-feira, em Santos, por crime cometido na Itália. Foto: Reprodução/Sportv

“Ao homologar a sentença estrangeira, o Superior Tribunal de Justiça, em princípio, deu cumprimento à Lei 13.445/2017, aos acordos firmados pelo Brasil em matéria de cooperação internacional e às normas que regem a matéria, com especial atenção ao fato de o paciente ter respondido ao processo devidamente assistido por advogado de sua confiança e ter sido condenado definitivamente à pena de 9 anos de reclusão por crime de estupro – o qual, no Brasil, consta da lista de crimes hediondos (Lei 8.072/1990), preenchendo todos os requisitos do art. 100, parágrafo único, da Lei 13.445/2017″, diz a decisão do ministro.

Os advogados de Robinho pediam a suspensão da pena e que ele aguardasse o trânsito em julgado da discussão, quando não há mais a possibilidade de recurso. Agora, um novo recurso será apresentado pela defesa para que a decisão de Fux seja analisada por um colegiado.

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Por que Robinho foi preso?

Nesta quinta, depois de o STJ concordar com o pedido da Justiça italiana, a ministra Maria Thereza de Assis Moura enviou à Justiça de Santos um ofício sobre a decisão do julgamento realizado pela Corte no dia anterior. Ficou determinado que Robinho cumpriria pena “de imediato”. No documento, a ministra destaca que o pedido da Justiça italiana, para que o jogador cumpra a sentença no Brasil, foi deferido pela maioria dos ministros que participaram do julgamento no STJ. Ao todo, foram 11 votos: nove a favor e dois contra.

Então, um mandado de prisão foi expedido pela Justiça Federal de Santos, assinado pelo juiz Mateus Castelo Branco Firmino da Silva e encaminhado à Polícia Federal (PF). Pouco depois de Fux indeferir o pedido de habeas corpus no STF, duas viaturas descaracterizadas da PF foram ao encontro de Robinho, no condomínio que o jogador vive em Santos. Em seguida, ele foi encaminhado para a sede da PF, no centro da cidade santista. Um dos carros, com a sirene ligada, foi usado para desviar a atenção dos jornalistas que estavam no local, enquanto Robinho chegava no segundo veículo, por outra entrada.

Robinho foi conduzido à sede da Polícia Federal de Santos, na noite desta quinta-feira. Foto: Miguel Schincariol/AFP

Entenda o caso

Robinho foi condenado na Itália pelo estupro de uma mulher albanesa em 2013. A decisão em terceira e última instância da Justiça italiana ocorreu em janeiro de 2022, quando o atacante já estava no Brasil, motivo de ele não ter sido preso no país europeu.

O Ministério de Justiça da Itália solicitou a extradição de Robinho no final de 2022, mas o pedido foi negado porque o governo do País não extradita cidadãos brasileiros. Com isso, a Justiça italiana requereu uma homologação de sentença, ou seja, pediu que a decisão ocorrida na Itália pudesse ter efeitos no Brasil. O STJ não realizou novo julgamento sobre o caso ocorrido em 2013 ou discutiu a decisão tomada pelos italianos, mas deu o aval para que a pena fosse cumprida em território brasileiro.

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