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Rodrygo, o ‘Raio’, tem ascensão fulminante na hierarquia da seleção e pode substituir Neymar

Versatilidade e talento jogam a favor do atacante do Real Madrid na disputa para assumir a vaga do camisa 10 contra a Suíça

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Foto do author Ricardo Magatti

ENVIADO ESPECIAL A DOHA - Rodrygo Silva de Goes, 21 anos, experimenta a sensação de jogar uma Copa do Mundo pela primeira vez. O peso sobre seus ombros era pequeno até Neymar se machucar e o atacante do Real Madrid despontar com principal substituto do craque da seleção brasileira. Ele é o mais cotado para entrar na vaga do camisa 10 diante da Suíça nesta terça-feira, 28.

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A carreira de Rodrygo cresce na velocidade de um raio, como é chamado por sua agilidade. De promessa, passou a ser realidade em pouco tempo. Brilhou na base do Santos a ponto de ser comparado com Neymar e agora pode substituir o seu maior ídolo. Parte da trajetórias dos dois, ambos formados no time alvinegro, até se confunde.

Em quase um ano, Rodrygo foi do brasileiro mais jovem a marcar na Libertadores para se tornar o brasileiro mais novo a fazer um gol na Champions League. Tudo é acelerado na carreira do paulista de Osasco, vendido ao Real Madrid aos 17 anos por 45 milhões de euros.

Aos 18, apresentou-se ao gigante espanhol, no qual levou um tempo para se adaptar. Quando o fez, deslanchou. Hoje, aos 21, orgulha-se de ter tido protagonismo no título da Champions League neste ano ao marcar cinco gols em 11 jogos na trajetória vitoriosa, incluindo os dois na semifinal contra o Manchester City. Aquele momento representou o seu auge no clube.

Rodrygo com Thiago Silva durante o treino da seleção brasileira no Catar Foto: Antonio Lacerda / EFE

“Estou me sentindo muito bem, de ter tido toda essa evolução desde que cheguei lá. Sabia que não seria fácil, mas sempre treinei e batalhei, suportei todos os momentos até a hora de ter o protagonismo chegar”, disse o atacante em Turim, na Itália, onde a seleção brasileira se preparou antes de chegar ao Catar.

Foram as atuações de brilho no Real Madrid que convenceram Tite de que Rodrygo não podia ficar fora da lista dos 26 convocados. Ele é o segundo mais jovem da relação. O caçula do grupo é o atacante Gabriel Martinelli, do Arsenal. Ambos têm 21 anos, mas Rodrygo está prestes a completar 22, em janeiro.

Rodrygo não tem memória do Brasil campeão mundial. Tinha um ano e cinco meses quando a seleção de Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, comandada por Felipão, conquistou o penta, em 2002. Era quase um recém-nascido. Se antes torcia pelos ídolos, agora está do outro lado ao integrar o elenco que persegue o hexa.

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Seu talento, eficiência e, principalmente, versatilidade podem lhe garantir uma vaga entre os titulares diante dos suíços. No Real Madrid, já atuou como ponta, falso 9 e até de 10, função que também fez na base. “Ele é um curinga, mas um curinga que faz muito bem todas essas funções”, elogiou Matheus Bacchi, filho de Tite e um dos integrantes da comissão técnica.

“É um atacante completo”, enalteceu o italiano Carlo Ancelotti, treinador do brasileiro no Real Madrid. Em Turim, Rodrygo avisou que treinaria para “ficar mais especialista” jogando como um 10, na armação das jogadas, caso preciso fosse, e que poderia atuar em qualquer posição no setor ofensivo.

“Estou à disposição, não tenho um lugar específico. Onde o Tite quiser me usar, estou aí”. Ele entrou na estreia diante dos sérvios e agradou nos 15 minutos que ficou em campo. Foi seu oitavo jogo pela seleção brasileira. Marcou um gol nesse período.

Tite manteve a postura de esconder a escalação sob a justificativa de não municiar os adversários com informações. Mas fez elogios ao “Raio”. “O Rodrygo corre que parece que tem a bola grudada no pé”, disse.

Fora de campo, Rodrygo é discreto. Mas se ele não fala sobre a vida pessoal, as mulheres com quem se relaciona falam. Luana Atik, ex-namorada do jogador, expôs às vésperas da estreia do Brasil na Copa, que havia se separado do atleta.

Rodrygo tem dois filhos. É pai dos gêmeos Ravy e Rayan. A mãe das crianças, Pamella Souza, acusou o jogador de humilhá-la e menosprezar os filhos. Em fevereiro deste ano, a Justiça determinou que o jogador deveria pagar o equivalente a 30 salários mínimos mensais aos gêmeos, mas a defesa dele apresentou um recurso para diminuir esse valor.

Pamella afirmou que o atacante se recusou a assumir a paternidade, e até a fazer o exame de DNA, que foi realizado depois com o material genético de seus pais. O resultado apontou 99% de chance de ele ser pai dos bebês.

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