O meio-campista Matías Rojas entrou com uma ação contra o Corinthians na Fifa cobrando dívida de aproximadamente R$ 40 milhões. O valor é referente à quantia que o jogador paraguaio teria a receber, incluindo salários e direitos de imagem, até o fim de seu vínculo com o clube, em junho de 2027. Recentemente, ele rescindiu contrato com o time do Parque São Jorge, mas não chegou a um acordo pelo pagamento.
Rojas pediu a rescisão de contrato com o Corinthians por justa causa no fim de fevereiro. Ele alegou a falta de pagamento de direitos de imagem de 2023. Desde então, a diretoria busca um acordo com os representantes do jogador. As conversas não avançaram e o atleta optou por levar o caso à Fifa. Procurado pelo Estadão, o clube afirmou que já foi notificado, sem entrar em detalhes da dívida.
Em dezembro, ainda quando o clube era presidido por Duílio Monteiro Alves, o meia de 28 anos se queixou pela falta de pagamento. A nova gestão, então, firmou um acordo para quitar as pendências. A primeira parcela foi paga em janeiro, mas a de fevereiro não foi depositada. Ainda há a possibilidade de um acordo extrajudicial até o julgamento do caso.
Caso a Fifa julgue que a denúncia procede, o Corinthians, além de pagar o valor devido, pode sofrer punições como transfer ban. Essa medida impede que um clube inadimplente possa registrar novos atletas até o pagamento da dívida. Foi o que aconteceu com o Santos, quando o clube não pagou a rescisão do técnico Fabián Bustos. Em fevereiro deste ano, a Fifa aplicou a punição. Cerca de 20 dias depois, o clube santista quitou a dívida e mandou os comprovantes à entidade, que comunicou o encerramento da medida punitiva. Há, ainda, possibilidade de o período de punição continuar por mais tempo, mesmo com o pagamento, a depender da interpretação da Fifa.
O presidente Augusto Melo afirmou na última semana que a questão estava “resolvida”, mas o paraguaio alegou que não estava contente e desejava sair do clube. Segundo o atual mandatário, a diretoria anterior não pagou uma única parcela dos direitos de imagem do meio-campista. Neste domingo, Duílio rebateu os comentários e culpou a nova gestão pela saída de Rojas sem qualquer contrapartida.
“É muito simples: se a cláusula de saída imediata existisse em 2023, ele teria saído em 2023. É evidente que a gestão Augusto Melo renegociou em janeiro as pendências do fim de ano com Rojas e incluiu uma nova cláusula (de saída imediata em caso de não pagamento)”, disse Duílio.
Rojas chegou ao Corinthians em julho do ano passado após se destacar pelo Racing e não renovar contrato com o time argentino. Ele acumulou lesões e não conseguiu corresponder às expectativas, passando a maior parte no banco de reservas. Foram 30 jogos pelo time do Parque São Jorge, com três assistências e nenhum gol. O paraguaio é especulado no Inter Miami, time de Lionel Messi nos Estados Unidos.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.