Saiba história de Júnior Santos, ex-pedreiro que virou maior artilheiro do Botafogo na Libertadores

Ex-Ituano e Ponte Preta, atacante já foi desejado pelo Palmeiras e tem média de dois gols por jogo no torneio continental

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Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

No clube cujo maior ídolo é Garrincha, o anjo das pernas tortas, brilha o talento de Júnior Santos, artilheiro da Copa Libertadores pelo Botafogo. Após deixar o time em 2022, o atacante foi desejado por Abel Ferreira e quase parou no Palmeiras, mas voltou ao clube do Rio, viveu o fracasso no Campeonato Brasileiro de 2023, mas atualmente lidera a equipe que se classificou à fase de grupos do torneio continental, com média de dois gols por jogo. O Botafogo bateu o Bragantino nesta quarta-feira e se classificou.

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A trajetória de Júnior Santos, porém, vai muito além das vitórias na fase prévia da competição sul-americana. Enquanto clubes buscam contratar atletas cada vez mais jovens para a formação na base, o jogador atuou profissionalmente pela primeira vez aos 23 anos, idade considerada avançada para começar no profissional. Nascido em Conceição do Jacuípe, cerca de 100 km de distância de Salvador, Júnior Santos foi para a capital baiana aos 20 anos em busca de trabalhos para se bancar. Foi quando começou a trabalhar como pedreiro.

Paralelo às obras, o futebol amador foi de lazer a compromisso mais sério. O atacante se tornou uma estrela da várzea local e chegou a receber propostas profissionais de clubes de Feira de Santana (BA). Ele as recusou e já revelou que ganharia ainda menos do que recebia nos torneios amadores. O destino mudou quando o um convite foi para morar em São Paulo e jogar profissionalmente pela primeira vez, em 2018, pelo Osvaldo Cruz, da quarta divisão estadual.

Júnior Santos fez todos os gols do Botafogo nos confrontos contra o Bragantino pela terceira fase da Libertadores. Foto: Vitor Silva/Botafogo

O futebol do ponta veloz chamou a atenção de clubes maiores e, assim, ele passou por Ituano e Ponte Preta até ser emprestado para o Fortaleza, em 2019. Foi a estreia de Júnior Santos na elite do futebol nacional. Durou pouco, já que o Kashiwa Reysol o levou para disputar a segunda divisão japonesa no meio do ano. Em seguida, um empréstimo ao Yokohama Marinos, da elite do país, fez com que o atacante tivesse a temporada mais artilheira até então. Foram 13 gols em 23 jogos entre 2020 e 2021.

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O último clube no Japão foi o Hiroshima Sanfrecce. Ele chegou por lá no começo de 2022, mas logo foi emprestado ao Botafogo. No clube carioca, foi peça importante na equipe montada pelo português Luís Castro. Sanfrecce e Botafogo não chegaram a um alinhamento financeiro, o que faria com que ele voltasse ao Japão.

Neste momento, o Fortaleza, clube onde teve a primeira oportunidade na Série A do Brasileiro, contratou o jogador. Contudo, ele teve poucas chances no time comandado por Juan Pablo Vojvoda, jogando somente oito partidas em três meses.

Júnior Santos quase parou no Palmeiras no começo de 2023, mas preferiu ir para o Rio. Foto: Vitor Silva/Botafogo

De volta ao mercado, Botafogo e Palmeiras tiveram interesse no jogador. A sondagem palmeirense não avançou, e Júnior Santos confirmou o retorno ao clube carioca. John Textor, dono da SAF do Botafogo, provocou o Palmeiras na época. O atacante esteve em 37 dos 38 jogos do Botafogo no Campeonato Brasileiro, inclusive na decadência que fez o Palmeiras assumir a liderança e conquistar o 12º título do Brasileirão.

Aos 29 anos, com somente seis de carreira, isso não abala Júnior Santos. “Com certeza já esquecemos o que aconteceu em 2023. Não tem como voltar atrás e fazer diferente. A torcida voltou a apoiar e fez uma festa linda”, declara. Quando questionado sobre a artilharia, o camisa 11 solta a máxima da humildade: “Realmente não imaginava, estou muito feliz”. São oito gols na Libertadores em quatro jogos - cinco contra o Aurora e três diante do Red Bull Bragantino.

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Mesmo com os pés no chão, Júnior Santos vive o auge. Ele se tornou o maior artilheiro do Botafogo na competição continental, superando Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970, que tinha cinco gols. Se mantiver o ritmo e marcar mais oito vezes, o atacante alcança a marca de Pelé, algo que ele confessa nem pensar sobre. Não que precise. A trajetória já mostrou que o destino pode ser feliz, mesmo com caminhos tortuosos.

O sorteio da fase de grupos da Libertadores será na próxima segunda-feira, dia 18. Por ter se classificado na fase prévia, o Alvinegro entrará no pote 4 e pode ser sorteado em chaves de outros clubes brasileiros. Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Flamengo e São Paulo integram o pote 1. Atlético-MG, o 2.

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