O homem responsável por balear e praticamente encerrar a carreira do ex-atacante paraguaio Salvador Cabañas foi condenado, nesta segunda-feira, a 36 anos de prisão, no México. Segundo a Procuradoria Geral do país, José Jorge Balderas Garza recebeu a sentença por crimes relacionados ao tráfico de drogas e posse de arma de fogo.
Cabañas vivia o auge da sua carreira quando, em janeiro de 2010, foi baleado na cabeça por Balderas após uma briga nos banheiros de um bar na Cidade do México. A bala ficou alojada no pescoço do jogador, que ficou três meses internado e sobreviveu por um milagre. O atleta tinha 29 anos na época do crime e era a principal estrela do América-MEX, além de ser uma das referências no ataque do Paraguai.
Preso em 2011, Balderas já havia recebido outra condenação por crimes relacionados ao tráfico de drogas em 2019. Dez anos após o incidente, Cabañas disse em entrevista para a agência de notícias AFP que perdoou seu agressor e não guarda mágoas.
“Estou bem. Já me esqueci disso. Perdoo o cara que fez isso comigo e destruiu minha carreira. Não tenho problema em dizer isso. O importante é que estou vivo”, disse o paraguaio naquela ocasião.
Salvador Cabañas ficou marcado no futebol brasileiro ao marcar um hat-trick na vitória por 3 a 0 do América sobre o Flamengo, em 2008, pela Libertadores, diante de um Maracanã. O resultado é considerado histórico para os mexicanos, que haviam perdido o jogo de ida, no estádio Azteca, por 4 a 2.
O atacante paraguaio até tentou retomar a sua carreira nos gramados após o crime, mas nunca mais foi o mesmo. Acumulou rápidas passagens pelo 12 de Octubre e General Caballero, ambos do Paraguai, antes de pendurar as chuteiras. O atleta chegou a assinar com o Tanabi, time do interior de São Paulo, mas jogou apenas um amistoso antes de retornar ao Paraguai e se despedir de vez do futebol profissional.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.