Análise|Santos é reprovado no teste contra o Bragantino, perde por 1 a 0 e leva preocupação para as quartas

Jogando com um homem a mais durante 42 minutos do segundo tempo e após uma segunda expulsão no finalzinho do jogo do anfitrião de Bragança, time de Carille não consegue se impor

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Santos foi reprovado no teste diante do Red Bull Bragantino, neste domingo, em Bragança Paulista. Para a fase de grupos do Paulistão, não há problema algum, mas a derrota por 1 a 0 com dois jogadores a mais no segundo tempo (um durante quase os 45 minutos e o outro no finalzinho) faz o treinador Fábio Carille ficar com a pulga atrás da orelha para as quartas de final, quando o time da Vila mede forças com a Portuguesa. O Bragantino, também já classificado para o mata-mata, foi um anfitrião indigesto, bem posicionado e cheio de garra para segurar o resultado construído aos 21 do primeiro tempo, com Sasha. A semana vai ser de acertos em Santos. Com o resultado, o time de Carille se afasta da briga com o Palmeiras pela melhor campanha da etapa classificatória.

Quem esteve em Bragança Paulista, uma cidade linda e receptiva, viu dois times entrosados e bastante organizados, com jogadores voluntariosos e bem posicionados. Parecia um jogo de xadrez acelerado, com as peças andando de casa em casa para ferir o adversário. As duas equipes estão classificadas para a fase de quartas de final do Paulistão, com chances de avançar. São bons times, apesar das dificuldades dos santistas neste jogo. O Bragantino é uma realidade há alguns anos, um time regular que vende caro as derrotas e sabe ganhar partidas. Mas esse Santos também é forte. Se tivesse esse espírito e postura, não teria caído para a Série B do Brasileiro.

Red Bull Bragantino e Santos se enfrentaram neste domingo pelo Paulistão, em Bragança Paulista Foto: Diogo Reis/Ag. Paulistão

Em Bragança Paulista, o mandante ficou com a bola no começo e demorou um pouco para entrar no jogo. Esperou o Santos se posicionar para fazer uma leitura da disputa e atacar. Preferiu o lado direito, com Helinho. Foi com o atacante que o Red Bull Bragantino fez seu gol no primeiro tempo. Helinho, que já tinha tomado algumas broncas do treinador Pedro Caixinha por enfeitar jogadas, tocou de primeira desta vez, nas costas dos marcadores, para a penetração de Sasha: 1 a 0.

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Sem estrelas, os dois treinadores prepararam suas respectivas equipes para o jogo coletivo. A defesa santista estava fora de sintonia, arrumada em alguns momentos pelo bom Pituca. O volante e capitão santista, camisa 8, sabe ajeitar o meio de campo. É peça importante de Carille para o mata-mata contra a Lusa, em duelo já decidido do grupo. Existe a possibilidade de essa partida acontecer na Neo Química Arena, do Corinthians. Mas isso ainda não está decidido. Semana passada, o Santos jogou no MorumBis e levou 50 mil torcedores para o estádio.

Não foi um jogo de muitas chances de gol. Os goleiros trabalharam sem sustos ou defesas importantes, principalmente na etapa de abertura. O primeiro tempo teve Helinho bem pela direita do Bragantino e Pedrinho tentando fazer o mesmo do outro lado, na direita santista. Ambos jogaram com velocidade. Mas o Santos esteve longe do gol. A produção ofensiva deixou a desejar.

SEGUNDO TEMPO: 10 CONTRA 11 E DEPOIS 11 CONTRA 9

Logo de cara, Luan Cândido meteu o cotovelo no rosto do Patati, com bastante força e violência, e foi expulso. O lance aconteceu aos 3 minutos. O VAR dedurou e o árbitro, que não tinha nem dado falta, tirou o vermelho do bolso de trás do calção e o aplicou. Dessa forma, o jogo ficou para o Santos. O time de Carille pressionou mais e obrigou o goleiro do Bragantino a fazer boas defesas. Mas deu o contra-ataque ao rival, que soube se valer da condição antes de desistir dela.

Era jogo franco, corrido e sem previsão. A marcação do anfitrião era boa. Caixinha fez as cinco alterações em menos de 20 minutos. A disposição dos jogadores compensou a expulsão de Luan Cândido. O Santos não sabia como tirar proveito de um atleta a mais em campo. Carille fez mudanças na esperança de pressionar mais e acertar os passes. Quase virou uma “pelada” no ataque santista. E assim foi até o fim. Faltando quatro minutos, o Bragantino teve outra expusão, de Thiago Borbas, que já tinha amarelo. O Bragantino se apegou ao resultado e segurou o placar bravamente, com seus jogadores (9) se atirando na direção da bola para impedir de ela chegar ao gol. O Santos martelou desorganizadamente e não conseguiu nada.

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RED BULL BRAGANTINO 1 X 0 SANTOS

  • RED BUL BRAGANTINO: Cleiton; Nathan Mendes, Lucas Cunha, Luan Cândido e Juninho Capixaba; Jadsom, Gustavinho (Eric Ramires), Lincoln (Realpe); Helinho (Guilherme), Vitinho (Nacho) e Eduardo Sasha (Thiago Borbas). Técnico: Pedro Caixinha.
  • SANTOS: João Paulo; Aderlan (Felipe Jonatan), Gil (Rincón), Joaquim e Hayner; João Schmidt, Pituca (Nonato) e Cazares (Patati); Guilherme, Morelos e Pedrinho (Julio Furch). Técnico: Fábio Carille.
  • GOL: Sasha, aos 21 minutos do primeiro tempo.
  • ÁRBTIRO: Fabiano Monteiro dos Santos
  • CARTÕES AMARELOS: Cleiton e Aderlan
  • CARTÃO VERMELHO: Luan Cândido e Thiago Borbas.
  • PÚBLICO: 7.085 pagantes.
  • RENDA: R$ 313.820,00.
  • LOCAL: Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP).
Análise por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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