Classificado às quartas de final do Campeonato Paulista, o Santos celebrou com a torcida sua melhor fase na reconstrução do time após o rebaixamento para a Série B. De volta ao MorumBis como mandante após dez anos, a equipe alvinegra derrotou, sob os olhares de mais 50 mil torcedores na manhã paulistana (maior público do Paulistão nesta temporada), o São Bernardo por 2 a 1, com gols de Morelos e Willian Bigode; João Paulo, contra, após chute de Romisson, descontou para os visitantes.
Com o resultado, o Santos garante a primeira colocação do Grupo A e vai poder disputar as quartas de final como mandante. O time também reassume a liderança da classificação geral do torneio, mas com aproveitamento inferior ao do Palmeiras – a equipe de Abel Ferreira tem um jogo a menos.
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O confronto colocou frente a frente as duas melhores defesas do Paulistão – sete gols sofridos de cada lado antes do apito inicial. Melhor para os mandantes, que se recuperam após derrota para o Novorizontino. O resultado é favorável também para o rival São Paulo, que luta diretamente pela classificação às quartas contra o São Bernardo no Grupo D.
O Santos foi a campo com seu segundo uniforme listrado, em referência ao título do Paulista de 1984, que completa 40 anos. Serginho Chulapa, autor do gol da conquista naquela ocasião, esteve presente e recebeu homenagens do clube no intervalo. A festa bonita, além da efeméride, se deve também à importância do centroacante para a história do São Paulo, do qual é o maior artilheiro. A boa relação com o rival fez com que Marcelo Teixeira, presidente santista, escolhesse esta oportunidade para relembrar a conquista.
O reencontro da equipe com o torcedor paulistano foi cercado de expectativa, já que não atuava como mandante na capital desde o último ano; na ocasião, empatou por 1 a 1 com a Ferroviária, no Canindé. Além do público recorde desde a despedida de Neymar em 2013, em Brasília, a renda da partida foi superior à soma de todos os jogos do clube no Paulistão de 2022: R$ 2.026.735,00.
Sem Giuliano, preservado por Fábio Carille para a fase final da competição, o Santos encontrou dificuldade para trocar passes e se infiltrar no campo do São Bernardo, apostando em lançamentos e conexões diretas. Era o São Bernardo, que apesar de visitante, mantinha a posse da bola e chegava com perigo à meta de João Paulo, pelo meio e pelas pontas.
O meio-campo, com Otero, Diego Pituca e João Schmidt pouco conseguiu fazer para controlar a dinâmica da partida. Com os lançamentos, o Santos levava mais perigo. Foi assim que Joaquim, no campo de defesa, encontrou Guilherme, que rolou para Morelos, embaixo das traves. De carrinho, o atacante colombiano furou e perdeu chance de abrir o placar.
Pouco minutos depois, aos 28, o atacante se redimiu, em uma das primeiras jogadas mais trabalhadas da equipe santista. Otero virou o jogo e Pedrinho encontrou Morelos livre na área. De cabeça, o colombiano marcou o primeiro da partida, seu segundo nesta edição do Paulistão.
Mesmo à frente, o Santos continuava tendo dificuldades diante de um time bem montado por Márcio Zanardi, treinador que chegou a ser especulado para assumir o comando do Corinthians. O São Bernardo atacava, parando em uma defesa santista bem postada, com Gil e Joaquim. Além deles, Guilherme, quase onipresente, auxiliava tanto no ataque quanto na marcação.
Santos decide partida no fim
A dinâmica dos 45 minutos iniciais continuou na volta do intervalo. O São Bernardo conseguia manter a bola próximo à área santista, enfiando seus jogadores na zona de perigo. Quando perdia a bola, o Santos tinha dificuldades para realizar a ligação com o meio-campo. O cenário era favorável à equipe visitante, mas perdeu força com as lesões de Rodrigo Souza e Helder. Ao longo dos minutos, o São Bernardo foi perdendo as forças e mostrando-se confuso com as mudanças de formação decorrente das substituições.
Assim como na primeira etapa, Guilherme era a válvula de escape e destaque do Santos, caindo pela esquerda e pelo meio-campo. No entanto, a partir de um erro individual do atacante, teve sua defesa exposta.
Guilherme se atrapalhou com a bola no ataque e possibilitou um contra-ataque veloz do São Bernardo. Romisson, que entrou em campo após a lesão de Hélder, teve liberdade para finalizar de fora da área, entre as linhas defensivas: a bola acertou o travessão e voltou nas costas do goleiro João Paulo, que marcou contra involuntariamente.
O gol ocorreu no pior momento do São Bernardo no jogo, desmontado após as lesões, e quando Carille havia tirado os principais destaques de campo – Morelos, Otero e Pedrinho. O cenário era desfavorável e o Santos pouco conseguia criar, enquanto os visitantes cresceram e ameaçaram, de fora da área principalmente, a meta de João Paulo.
Mas foram as mudanças de Carille que deram a alegria para os mais de 50 mil torcedores no MorumBis. Weslley Patati cruzou, Vitor Ricardo tentou cortar, mas ‘serviu’ Willian Bigode, que teve apenas o trabalho de empurrar de cabeça, com o gol vazio, para garantir a vitória aos 42 minutos do segundo tempo e dar números finais ao jogo. Eleito melhor do jogo, o atacante exaltou a conexão com a torcida santista nesse retorno à capital paulista.
SANTOS 2 x 1 SÃO BERNARDO
- SANTOS - João Paulo; Aderlan, Gil, Joaquim e Felipe Jonatan (Tomás Rincón); João Schmidt, Diego Pituca e Otero (Willian Bigode); Morelos (Julio Furch), Pedrinho (Weslley Patati) e Guilherme. Técnico: Fábio Carille.
- SÃO BERNARDO - Alex Alves; Hélder (Romisson), Alan Santos e Rafal Forster; Hugo Sanches (Vitor Ricardo), Rodrigo Souza (Vitinho), Lucas Lima, Matheus Régis e Arthur Henrique; Kayke e Luiz Filipe (Kauã Jesus). Técnico: Márcio Zanardi.
- ÁRBITRO - Flávio Rodrigues de Souza.
- GOLS - Morelos, aos 28 minutos do primeiro tempo; João Paulo (contra), aos 25 minutos, e Willian Bigode, aos 42 do segundo tempo.
- CARTÕES AMARELOS - Otero e Willian Bigode (Santos) e Rafael Forster, Vitinho, Matheus Régis e Lucas Lima (São Bernardo).
- PÚBLICO - 50.132 pagantes.
- RENDA - R$ 2.026.735,00.
- LOCAL - MorumBis, em São Paulo (SP).
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