Santos tenta se adaptar à ‘Neymarmania’ e ouve ‘pitacos’ do craque em logística e estrutura

Torcedores têm tido dificuldade para comprar ingressos, enquanto clube ouviu críticas à estrutura do CT Rei Pelé

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Por Felipe Mendonça, especial para o Estadão

A volta de Neymar tem abalado as estruturas do Santos. Apesar do impacto financeiro positivo, o aumento de número de sócios criou um caos na venda de ingressos para a estreia do craque e já gera preocupação para a sequência de partidas na Vila Belmiro.

Antes de acertar o retorno de Neymar, o Santos tinha cerca de 48 mil associados. Atualmente, passa dos 74 mil. Plano do Sócio Rei mais caro, o Black, é limitado a cinco mil pessoas e está esgotado. Associados dos planos Gold e Silver estão encontrando dificuldades na compra de ingressos.

Neymar em ação pelo Santos no Campeonato Paulista Foto: Alex Silva/Estadão

Na reestreia de Neymar, contra o Botafogo-SP, o site do Sócio Rei acabou saindo do ar no primeiro dia de vendas, não aguentando a alta procura pelos ingressos. Quando o sistema normalizou, torcedores reclamaram que não existiam mais lugares disponíveis.

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“Foi uma experiência frustrada, pois não consegui ingresso. O site trava todo jogo, pela demanda. O próprio Santos fez uma nota, dizendo que seria normalizado 19h, mas quando abriu já não tinha mais ingresso. A gente vê shows internacionais e as plataformas nunca caem. O Santos sempre na mesmice”, desabafou Diogo Luiz dos Santos Gonçalves, que é sócio Gold.

Presente em todos os jogos do Santos na Vila Belmiro desde 1998, Bruno Luiz Opasso, presidente da página Portão 17, contou com a sorte para não perder a reestreia de Neymar.

“Não consegui ingresso no começo. Sou sócio Gold. O site caiu e quando voltou já tinham esgotado os ingressos. Quase fiquei fora, mas na última hora apareceram algumas unidades e consegui comprar. Está muito difícil para quem é Gold, quem dirá para Silver, que nem chega a abrir”.

No duelo contra o Botafogo-SP, a Vila Belmiro recebeu 15.377 pessoas. Existe uma pressão dos associados para o Santos mandar jogos em estádios maiores. A diretoria santista chegou a conversar com o Palmeiras para ser mandante no Allianz Parque, mas as conversas não evoluíram também por influência de Neymar. O craque quer evitar jogar em gramado sintético.

“Inicialmente, as dificuldades para compra de ingressos são naturais, pelo grande interesse em torno do Santos Futebol Clube, principalmente após a chegada do atacante Neymar Júnior. Sempre que a demanda é maior do que a oferta, em qualquer evento, como jogos, shows e grandes promoções, existe a dificuldade para a compra de ingressos. Em relação ao site, a procura foi muito grande e o acesso simultâneo causou certa instabilidade. Num prazo curto, passamos de cerca de 43 mil associados para mais de 70 mil sócios pagantes. E mais de 100 mil não pagantes. Nossa área técnica está trabalhando intensamente para superar quaisquer instabilidades e assegurar o melhor tratamento ao associado e simpatizante do Santos Futebol Clube”, disse o Santos, em comunicado à reportagem do Estadão.

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Logística e Estrutura

O efeito Neymar na estrutura santista não se resume aos ingressos. O craque tem influenciado na logística de viagens, escolha de hotéis. O Santos tem se preocupado com segurança e privacidade do atacante. Tendência é de mais viagens de voo fretado e andares isolados para o elenco nos hotéis.

Neymar também fez críticas às condições do Centro de Treinamento Rei Pelé. O astro cobrou uma modernização das instalações, não somente na área de trabalho, mas também da parte interna, incluindo os quartos.

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