O São Paulo assinou um contrato com a WTorre, construtora responsável por erguer o Allianz Parque, do rival Palmeiras, visando a reforma do Morumbi. O acordo entre as partes foi selado nesta sexta-feira e a expectativa é de que a modernização do estádio seja concluída em 2030, ano do centenário do tricolor paulista. A notícia foi divulgada primeiramente pela colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e confirmada pelo Estadão. O clube não se manifestou oficialmente. O orçamento da reforma ainda não foi definido.
A WTorre tem seis meses para apresentar o projeto ao São Paulo, que precisará de aprovação do conselho deliberativo. A construtora vai ser a responsável por captar 100% dos recursos financeiros do estádio. A obra prevê a ampliação da capacidade do Morumbi para 85 mil pessoas em jogos de futebol, e 100 mil em shows — atualmente, o estádio comporta cerca de 60 mil em partidas, e 70 mil em espetáculos musicais. Também está previsto uma cobertura nas arquibancadas, estacionamento para dois mil veículos em um anfiteatro modular para 20 mil pessoas.
Ficou acertado, ainda, que o São Paulo terá o poder de vetar shows em eventuais datas de jogos importantes da equipe, priorizando o calendário do futebol. O Palmeiras, por exemplo, precisou recorrer à Arena Barueri na reta final do Brasileirão pois o estádio estava ocupado recebendo os shows da cantora americana Taylor Swift e do grupo mexicano RBD.
Recentemente, o São Paulo assinou um contrato com a produtora LiveNation para a realização de 20 shows no estádio até 2025. O clube também fechou um acordo pela venda de naming rights do Morumbi com a Mondelez, multinacional do ramo alimentício e dona de famosas marcas de chocolate. O tricolor paulista receberá R$ 90 milhões ao longo dos próximos três anos e, durante o período, será chamado de “MorumBIS”, em referência a uma das marcas mais conhecidas da empresa.
WTORRE, SANTOS E PALMEIRAS
Além do acerto com o São Paulo, a WTorre assinou contrato com o Santos, em setembro, para a reforma da Vila Belmiro. A futura arena terá capacidade para receber 30 mil torcedores, quase o dobro da atual, que é de 16 mil. A previsão é que a reconstrução do estádio dure de 24 a 30 meses. O acordo segue o formato de direito de superfície, similar ao contrato celebrado com o Palmeiras pelo Allianz Parque. Assim, o clube cede o local à empresa por 30 anos, com prazo contando a partir da inauguração da nova arena. O clube continua sendo dono do terreno e do estádio e a empresa tem o direito de uso do local.
Em abril deste ano, veio à tona desavenças entre Palmeiras e WTorre por causa de dinheiro. O clube afirma que a Real Arenas, empresa criada pela construtora para gerir o Allianz Parque, não faz repasses das receitas pelo uso da arena palmeirense desde 2015 que somam quase R$ 130 milhões. A presidente Leila Pereira afirmou que a parceria é um “péssimo negócio” para o clube e detonou mais de uma vez a gestora, que contesta a versão. Em junho, a Justiça de São Paulo suspendeu a execução solicitada pelo Palmeiras contra a WTorre cobrando o valor milionário.
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