As polêmicas que marcaram o empate por 1 a 1 no clássico entre São Paulo e Palmeiras na noite deste domingo, no MorumBis, se estenderam ao período pós-jogo. A diretoria são-paulina se recusou a ceder a sala de entrevistas para o treinador palmeirense Abel Ferreira dar a coletiva de imprensa e ele deixou o clássico sem conversar com os repórteres. Por isso, o clube tricolor recebeu uma multa administrativa da Federação Paulista de Futebol (FPF) no valor de R$ 5 mil. O time pode recorrer da pena pecuniária.
O espaço disponibilizado pelos são-paulinos a Abel, segundo o próprio clube tricolor, foi a zona mista do estádio. Ao ter negada a sala de entrevistas, o Palmeiras decidiu não colocar o técnico português para falar com os jornalistas. O São Paulo alegou que tomou essa decisão porque entende que o rival alviverde, quando mandante, não disponibiliza estrutura adequada no Allianz Parque, onde já ocorreu de treinadores visitantes atenderem à imprensa em um local improvisado.
“O São Paulo Futebol Clube esclarece que, por reciprocidade, disponibilizou a zona mista do MorumBIS para a realização das entrevistas da Sociedade Esportiva Palmeiras. A utilização ou não do espaço fica a cargo do clube visitante. Vale ressaltar que, na última partida disputada no Allianz Parque, o São Paulo precisou realizar a entrevista coletiva em um pequeno espaço anexo à zona mista do estádio, local de passagem de muitas pessoas, que dava acesso ao vestiário dos gandulas, sem direito a fixar adequadamente o backdrop com os patrocinadores. Os jornalistas, inclusive, ficaram sentados no chão e sem o sistema de som ideal para a realização do trabalho de todos os envolvidos”, diz a nota do clube.
Depois da partida, o Palmeiras publicou um comunicado oficial dizendo que apenas ao fim da partida foi informado que o local não seria disponibilizado. De acordo com o clube, o backdrop com os patrocinadores já estava instalado na sala de coletivas. O texto também contradiz a versão do rival sobre a zona mista. “Como o mandante não nos ofereceu nenhuma alternativa (nem mesmo a área da zona mista), a coletiva do treinador teve de ser cancelada. O argumento usado pelo São Paulo (“reciprocidade”) não condiz com a verdade, já que o Palmeiras, quando mandante, sempre oferece um espaço para a entrevista do treinador adversário”, diz o clube.
O episódio ocorre em meio a outras polêmicas. Revoltado com a arbitragem, o presidente Julio Casares fez um desabafo após o clássico e citou Abel Ferreira em meio às reclamações. “Hoje foi um absurdo. A Federação Paulista, que nós apoiamos, que faz o melhor campeonato do Brasil, não pode atuar dessa forma. Eu vi agora o auxiliar do árbitro xingando o Calleri. Vi o auxiliar do Abel, acho que é João o nome dele, rindo, ironizando. Chega do Abel apitar jogo no Paulistão”, afirmou o dirigente.
Quais lances revoltaram o São Paulo?
São duas as principais reclamações do São Paulo em relação ao Choque-Rei deste domingo. O clube acredita que houve uma falta para expulsão cometida por Richard Ríos em Pablo Maia, punida apenas com amarelo pelo árbitro, e defende que não foi marcado um pênalti legítimo em Luciano, após consulta ao VAR.
Com um discurso bastante forte, Casares fez cobranças no sentido de a entidade que comanda o futebol tomar uma atitude drástica relacionada ao comportamento do treinador à beira do campo. “Ou a Federação tem autonomia, ou nós vamos repudiar inclusive em todas as instâncias. Hoje foi uma vergonha o que vimos aqui no MorumBis”, declarou o mandatário são-paulino bastante exaltado.
Irritado, ele disparou críticas a todos os integrantes do quadro de arbitragem. “Hoje foi um conjunto desastroso. Arbitragem e VAR”, disse. O São Paulo, com o empate, chega na última rodada sem ainda ter garantido a vaga às quartas de final. Já o Palmeiras está garantido na sequênia do Paulistão. Falta uma rodada para o fim da etapa classificatória.
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