São Paulo tem a maior média de público no Estado no 1º semestre; Palmeiras lidera arrecadação

Levantamento feito pelo ‘Estadão’ registra disputa entre os quatro grandes de SP. Corinthians e Santos são lanterninhas

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Julio Casares não se cansa de elogiar a torcida do São Paulo. O presidente do clube sempre prometeu “ingressos” populares para voltar a lotar o Morumbi e vem colhendo os frutos de sua intenção. O time tricolor fechou o primeiro semestre de 2023 com a maior média de torcedores presentes (como mandante) no Estado, superando os rivais Corinthians e Palmeiras. O Santos é lanterninha. De quebra, viu um crescimento gigantesco na comparação com o mesmo período de 2022, com a equipe saltando de 29.365 pagantes por partida para 40.049 neste ano, em levantamento feito pelo Estadão. Flamengo e Palmeiras, que vêm dominando o futebol do País nas últimas temporadas, são quem mais lucraram com bilheteria, com os cariocas também na ponta em presença de público.

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Viver um bom momento ou ter jogadores de renome servem para trazer de volta o torcedor ao estádio. O São Paulo vem fazendo a diferença em seus domínios beneficiado pela força da arquibancada. O Morumbi tem capacidade para 67 mil torcedores, o que ajuda o time a ter grandes públicos. Jogo após jogo, a presença de tricolores só aumenta. Foram 680.849 pagantes nos seis primeiros meses do ano, com a bela média de 40.049 por jogo. Em receita, mesmo com o valor dos ingressos mais baixo em relação aos rivais, o clube já embolsou R$ 29.592.637,00, o que significa R$ 1.740.743,35 cada vez que entra em campo.

Os valores são ligeiramente mais baixos do que os embolsados por Palmeiras e Corinthians justamente pela política de ingressos “para todos os bolsos.” O Alviverde, com elenco caro e sempre emplacando conquistas, é quem mais lucra no Estado. O clube teve 744.661 pagantes em 20 partidas, o que dá uma média de 37.233, a quarta no geral e a terceira entre os paulistas. Como tem ingressos mais caros, manda em bilheteria em São Paulo, com R$ 2.448.960,49 em média. Já arrecadou R$ 48.979.209,87. A força palmeirense é comprovada até mesmo com seu menor público no semestre. Os 28.699 pagantes diante da Ferroviária, pelo Paulistão, superam a média de outras 13 equipes da Série A do Brasileiro. A capacidade do Allianz é de 43.713 pagantes.

Estado de São Paulo tem três das cinco maiores médias de público do país no primeiro semestre Foto: Marcelo Sants / Frame

“Somos muito gratos pelo apoio incondicional dos nossos torcedores, e nada mais justo do que retribuirmos este carinho trazendo-os para mais perto do clube”, declara Everaldo Silva, diretor de marketing do Palmeiras. Por causa da harmonia entre time e torcida, o clube criou um tour por sua Academia e, em breve, levará os torcedores para treinos e até jogos com ídolos históricos.

A fidelidade também vem sendo marca registrada dos corintianos, mesmo com ano atípico de muitas derrotas, trocas de técnicos, eliminações no Paulistão e na Libertadores e ameaça de queda no Brasileirão. São 625.058 pagantes registrados em 16 partidas em Itaquera, média de 39.066, atrás apenas de Flamengo e São Paulo no semestre. Isso representa renda de R$ 2.357.429,51 por apresentação em casa.

O bom lucro das bilheterias já fez o Corinthians pagar mais uma parcela do acordo com a Caixa Econômica pelo financiamento da Neo Química Arena. O Corinthians pagou cerca de R$ 25 milhões de uma vez só. O acordo vai até 2041 e a meta é pagar apenas com lucro vindo da bilheteria. A dívida é de R$ 650 milhões. Mesmo satisfeito com os números, o clube estuda ampliar a capacidade do estádio de 49 mil para 67 mil lugares.

Além do trio de ferro, o Top 5 do semestre tem o Flamengo, que lidera em ambos os quesitos (público e arrecadação) e é o único a passar de 1 milhão de torcedores nos seis primeiros meses do ano. Sempre com o Maracanã lotado, cuja capacidade é de 78 mil torcedores, o rubro-negro registrou 1.008.079 pagantes, com média de 50.403 por jogo. E R$ 59.444.216,50 de renda bruta, o que significa R$ 2.972.210,82 de média por partida. O rival Fluminense, outro a utilizar o maior estádio do País, é o quinto colocado no levantamento do Estadão.

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Fora do eixo Rio-São Paulo, o primeiro a aparecer na lista é o Fortaleza, superando rivais de Minas e do Rio Grande do Sul. Na sexta posição, a equipe que vem surpreendendo nos últimos anos conta com torcida apaixonada que sempre enche o Castelão, onde já foram registrados 622.925 pagantes neste ano, com média de 27.083 pessoal e renda bruta de R$ 8.390.729,09 no total.

“O torcedor, além de todo o apoio apresentado nas arquibancadas, também tem contribuição direta com os investimentos que fazemos tanto dentro quanto fora das quatro linhas. O nosso programa de sócios é de grande relevância dentro do orçamento anual do Fortaleza e queremos que esta marca continue crescendo”, diz Gigliani Maia, gestor da plataforma de sócio-torcedor do clube. Outro forte representante do Nordeste é o Bahia, que tem média ainda maior de público, mas menos presença no geral por ter mandado menos jogos em casa.

O início do Brasileirão, na segunda semana de abril, contribuiu, e muito, para o crescimento das rendas e públicos. A competição, com astros como Hulk, Suárez, Arrascaeta, Marcelo, Cano, Dudu, Raphael Veiga e Calleri, fez os clubes melhorarem seus públicos, consequentemente, o dinheiro arrecadado. De anos para cá, a bilheteria, aliada aos programas de sócio-torcedor, passaram a representar uma boa fatia das receitas anuais dos clubes brasileiros.

“O comparecimento do público nos duelos do Campeonato Brasileiro é imprescindível para a valorização da partida enquanto produto. Além de ser extremamente importante no âmbito financeiro, a elevada taxa de ocupação das arquibancadas contribui para que consigamos internacionalizar a marca do principal torneio do País”, avalia Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo.

Não por acaso, o Atlético-MG finaliza sua nova casa e o Athletico-PR amplia a Ligga Arena para conseguir lucrar ainda mais. O clube mineiro teve prejudicada suas cifras por não ter sempre um estádio grande para jogar - mandou algumas partidas no Independência, a exemplo do rival Cruzeiro, mesmo assim, já registrou 509.509 pagantes em seis meses.

Já o Santos, para melhorar os decepcionantes números de renda e público, estuda a construção de um novo estádio onde está a Vila Belmiro para 30 mil pessoas. Atualmente, o estádio onde brilhou Pelé tem capacidade para 18 mil, mas recebe menos de 10 mil por jogo. Para piorar, está cumprindo punição com portões fechados.

Dar aconchego aos torcedores também é uma maneira de melhorar a presença de público. Líder do Brasileirão com sobras diante da concorrência, o Botafogo fez oito jogos no Estadual com menos de 4 mil pessoas nas arquibancadas. O bom momento do time fez a diretoria repensar o uso do estádio e agora até setor VIP está introduzindo no Nílton Santos, onde cabem 46 mil torcedores, a fim de aumentar a média de 13 mil presentes por partida. Os torcedores reclamaram do valor dos ingressos e decidiram boicotar algumas partidas.

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O camarote definido como FireZone deve ser inaugurado entre julho e agosto. “Temos uma grande expectativa para inaugurar este ambiente, que proporcionará as melhores experiências ao torcedor botafoguense”, destaca Léo Rizzo, responsável pela produção desses espaços diferenciados e já com enorme sucesso nos quatro grandes de São Paulo.

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