Por que Thiago Carpini foi vaiado mesmo após vitória do São Paulo? Entenda crise com a torcida

Equipe tricolor sofre para vencer a primeira na Libertadores, diante do Cobresal, mas desempenho questionável vem desde o Paulistão

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Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

Os torcedores do São Paulo sentem saudade de Dorival Júnior, que deixou o clube pela seleção brasileira. O emergente Thiago Carpini encara dificuldades e pressão de um time grande pela primeira vez. Mesmo com a vitória contra o Cobresal pela Libertadores, ele viveu um dos momentos de maior tensão desde que chegou ao cargo, com vaias e um time que jogou menos do que já mostrou que pode. A bronca da torcida, contudo, vem desde a eliminação no Campeonato Paulista.

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Em 16 jogos no comando do São Paulo, Carpini tem oito vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Acontece que, mesmo avançando como líder do Grupo D no Paulistão, o time já vinha com dificuldades: perdeu para Ponte Preta, Santos, Guarani e o clássico contra o Palmeiras, marcado por brigas, além do empate com Red Bull Bragantino. No mata-mata, apenas empatou com o Novorizontino e caiu precocemente nos pênaltis.

Com tempo para treinar até a estreia na Libertadores, o time teve um revés com três lesões no primeiro tempo diante do Talleres, na Argentina. As mudanças necessárias fragilizaram a escalação, e a equipe da casa não teve dificuldades em vencer. Mesmo quando não há lesões, contudo, a torcida contesta os times montados e as alterações feitas por Carpini, que conta com praticamente o mesmo elenco campeão da Copa do Brasil 2023.

Thiago Carpini é criticado por escalações e mudanças que faz no time são-paulino. Foto: Rubens Chiri/São Paulo Futebol Clube

Contra Cobresal, por exemplo, o placar de 2 a 0 mascarou a dificuldade que foi a partida para a equipe tricolor. Postado com três zagueiros, o time são-paulino teve dificuldade para furar bloqueios dos chilenos. Não só isso, como sofreu com as poucas chances criadas pelo adversário. Apesar da trinca defensiva, Rafael precisou salvar o São Paulo mais de uma vez. A cautela defensiva, além de não funcionar, impediu maior dedicação no ataque, com os gols saindo apenas nos últimos dez minutos de jogo.

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Ainda antes, na última rodada da fase de grupos do Paulistão, o São Paulo passou sufoco contra o rebaixado Ituano. A equipe precisava vencer e tinha o placar favorável, quando o treinador sacou o atacante Luciano para a entrada do zagueiro Diego Costa. A mudança atraiu o adversário, que empatou a partida. Lucas Moura salvou os tricolores de um vexame.

O começo do Brasileirão dará mais regularidade, e também mais aperto no calendário, além de exigir que o time seja mais consistente. O desafio de Carpini é montar uma equipe que convença com bom futebol, não apenas se valendo de talentos individuais, como James Rodríguez, Calleri, Lucas ou o novato André Silva. Apesar da dificuldade que tem encontrado para isso e da compreensão com as vaias, o técnico está tranquilo sobre o seu posto.

“Eu me sinto respaldado, senão não estaria aqui. Eu vivo o que vejo, meu dia a dia, quem me dá respaldo, a diretoria do São Paulo e principalmente meu grupo. Eu acho que foi a melhor semana de trabalho nossa. O tamanho do compromisso desses caras, da grandeza de eles entenderem o momento delicado por uma sequência ruins, a eliminação do Campeonato Paulista, que também ficamos muito chateados assim como nossos torcedores, é muito compreensível”, disse após a vitória na Libertadores.

O São Paulo volta a campo novamente no MorumBis no sábado, às 21h, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro. O adversário da estreia será o Fortaleza. A equipe cearense vem de uma derrota na final do Estadual, mas teve a moral reconstituída após golear o Nacional de Potosí por 5 a 0 na Copa Sul-Americana.

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