Análise | São Paulo paga caro por erros de Zubeldía e pênaltis e cai para o Botafogo na Libertadores

Calleri e Nestor erram cobranças após reação são-paulina no segundo tempo

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Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

O São Paulo sofreu a segunda eliminação em setembro após empatar por 1 a 1 com o Botafogo e perder nos pênaltis pela Libertadores. Os botafoguenses voltaram a dominar os são-paulinos, como foi no empate por 0 a 0 no Rio. O time de Luis Zubeldía conseguiu reagir na segunda etapa, com Calleri, mas o argentino e Nestor perderam as cobranças nas penalidades.

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Os cariocas agora esperam quem passar entre Penãrol e Flamengo, na quinta-feira, em confronto no qual os uruguaios têm vantagem de um gol. Na outra semifinal, jogam River Plate e Atlético-MG, que eliminaram Colo-Colo e Fluminense, respectivamente. O Botafogo retorna a uma semifinal do torneio continental após 51 anos.

Com a eliminação, resta apenas o Brasileirão para o São Paulo. O time joga no domingo, 29, em clássico contra o Corinthians, no Mané Garrincha, em Brasília, às 16h, pela 28ª rodada do Brasileirão. No mesmo estádio, mas no sábado, 28, às 21h, o Botafogo manda seu jogo contra o Grêmio.

Lucas perdeu pênalti no final do primeiro tempo, quando o Botafogo era melhor. Foto: Nelson Almeida/AFP

A decisão se apresentou no MorumBis conforme o tamanho que tinha. A noite de Copa Libertadores lotou todos os setores do estádio, incluindo a área de visitantes. O São Paulo converteu a festa de fumaça e sinalizadores em vontade. Calleri que o diga. O argentino disputou a posse de bola na intermediária como se a vida dependesse disso, com menos de cinco minutos. Arboleda deu continuidade nos passos do atacante, em um lance que afastou de carrinho a chegada do Botafogo.

Com a bola, porém, o São Paulo só conseguia trocar passes. O time via à sua frente botafoguenses com pressa. Eles queriam calar o MorumBis quanto antes. Mesmo abdicando da perfeição, os comandados de Artur Jorge decidiram que ficariam no setor ofensivo. Iriam ignorar a festa local e marcar com pressão.

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Quando o Botafogo passou a ter mais posse de bola, a arquibancada vaiou. O São Paulo não espelhava os botafoguenses, marcando em cima, e esperava o adversário no seu campo.

Não foi grande surpresa, portanto, quando, aos 15 minutos, Thiago Almada, de 1,71,m, teve liberdade para infiltrar na área tricolor e pegar, de cabeça, a sobra de um cruzamento de Alex Telles deixada por Rafael. Luiz Gustavo não acompanhou o argentino. O Botafogo fez com uma finalização, em um quarto de hora, o que não conseguiu em uma hora e meia e 20 chutes no Rio.

Almada cabeceou sozinho para abrir o placar. Foto: Nelson Almeida/AFP

Os problemas do São Paulo ficaram mais evidentes quando o time teve que correr atrás o prejuízo. O ímpeto de Calleri virou uma ilha. Somente com 22 minutos aconteceu o que pode ter sido considerada uma reação. Lucas fez fila, tentou tabelar com o centroavante, mas a bola foi cortada. Bobadilla ainda bateu prensado. Foi muito pouco.

Os erros do São Paulo quase foram punidos com um segundo gol botafoguense. Igor Jesus bateu para fora. A comissão técnica são-paulina, que só fez uma alteração, aos 44 minutos do segundo tempo, na derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG na Copa do Brasil, percebeu a inoperância e quis mudar logo com 35 minutos.

Luis Zubeldía fez o que devia ter feito desde o começo do primeiro jogo contra o Botafogo. William Gomes é um talento com grande potencial. Mas Luciano é o artilheiro do time na temporada, com 15 gols. Ele era a escolha mais adequada para uma decisão. A entrada do camisa 10 fez com que um ataque são-paulino tivesse um esboço melhor pela primeira vez, com cruzamento justamente para ele.

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Entretanto, o Botafogo mostrou que podia ditar o ritmo do jogo. Foi atacado, respondeu e inverteu a polaridade, voltando a pressionar nos minutos finais.

A chance são-paulina veio com um pênalti. Após cinco minutos de análise, o árbitro Dario Herrera constatou mão de Barboza a área. A tônica poderia mudar, mas Lucas isolou por cima do gol.

Lucas cobrou pênalti por cima da meta defendida por John. Foto: Nelson Almeida/AFP

O São Paulo teve que apostar todas as fichas no segundo tempo. Assim, o time recomeçou já buscando o ataque. Os botafoguenses, que chegaram com tanta pressa no primeiro tempo, reduziram as batidas. Queriam aproveitar, de penetra, a festa.

Com 15 minutos, o São Paulo chegou na chance mais clara até então. Luciano bateu cruzado, e a bola passou por John. Calleri poderia fazer como Almada e empurrar para o gol vazio, mas perdeu o tempo de bola e bateu por cima. A vontade foi maior que a técnica.

O São Paulo sofria, no MorumBis, do mesmo problema do Rio. Foi dominado e, quando finalmente teve chance, errou. Mas Zubeldía fez substituições, em busca de nova chance.

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Calleri também queria isso. Quando André Silva cruzou, aos 42 minutos, o argentino subiu sozinho e fez o 14º gol dele pelo São Paulo em Libertadores. O camisa 9 trouxe o time para a disputa novamente e igualou Rogério Ceni e Luis Fabiano como artilheiros do clube no torneio.

Calleri igualou o placar e recolocou o São Paulo na disputa. Foto: Nelson Almeida/AFP

Como Zubeldía disse no Rio, é preciso sofrer em Copas. O Botafogo bem que tentou, mas cedeu. São riscos aos quais o time que quer chegar a uma semifinal de Libertadores não pode se submeter.

Uma confusão entre Marçal e Zubeldía fez com que a partida parasse quase três minutos. A discussão acabou com Rafinha e Gatito Fernández expulsos e amarelo para o lateral-esquerdo do Botafogo.

Nas penalidades, Calleri e Nestor perderam para o São Paulo, e Vitinho, para o Botafogo. Os são-paulinos Luiz Gustavo, Lucas, Igor Vinicius e Luciano converteram. Tchê Tchê, Danilo Barbosa, Marçal e Almada fizeram para o Botafogo, Matheus Martins fechou a disputa.

SÃO PAULO 1 (4) X (5) 1 BOTAFOGO

  • SÃO PAULO - Rafael; Rafinha (Igor Vinicius), Arboleda, Alan Franco e Wellington (Michel Araújo); Luiz Gustavo e Bobadilla (Rodrigo Nestor); Wellington Rato (André Silva), Lucas e William Gomes (Luciano); Calleri. Técnico: Luis Zubeldía.
  • BOTAFOGO - John; Vitinho, Bastos, Barboza (Adryelson) e Alex Telles (Marçal); Gregore (Danilo Barbosa) e Marlon Freitas; Luiz Henrique (Matheus Martins), Savarino (Tchê Tchê) e Thiago Almada; Igor Jesus. Técnico: Artur Jorge.
  • ÁRBITRO - Dario Herrera (ARG).
  • GOLS - Thiago Almada, aos 10 minutos do primeiro tempo. Calleri, aos 41 minutos do segundo tempo.
  • CARTÕES AMARELOS - Bobadilla, Rodrigo Nestor e Igor Vinicius (São Paulo) e Barboza, John e Marçal (Botafogo).
  • CARTÃO VERMELHO - Rafinha (São Paulo) e Gatito Fernández (Botafogo).
  • PÚBLICO - 61.329 torcedores
  • RENDA - R$ 7.792.604,00
  • LOCAL - MorumBis, em São Paulo.

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Análise por Leonardo Catto

Jornalista natural de Santa Maria (RS), bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter de Esportes do Estadão. Antes, fez parte do 32º Curso Estado de Jornalismo.

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