Corinthians e Palmeiras têm tarefas diferentes e não menos importantes no confronto deste domingo na Neo Química Arena, em Itaquera, com torcida apenas do mandante. O jogo, válido pela 22ª rodada do Brasileirão, é um dos mais interessantes do fim de semana.
O Corinthians precisa mostrar futebol que combine com sua tradição. O torcedor não está mais satisfeito em apenas ganhar seus jogos e decisões, como aconteceu na classificação para a semifinal da Sul-Americana no meio da semana. Vanderlei Luxemburgo vai ter de mostrar uma estratégia melhor diante do seu maior rival. Os jogadores, da mesma forma, terão de ser mais inteligentes e ofensivos. O time terá de contar menos com a sorte e a trave e apresentar futebol mais organizado, tudo o que foi cobrado na partida diante do Estudiantes.
Na somatória dos pontos e colocação na tabela, a situação é, da mesma forma, periclitante. Não há brechas para respirar. O Corinthians tem 25 pontos em 20 jogos. Tem uma partida a menos do que seus adversários. Mas vê os rivais da parte inferior da tabela na sua cola, como Santos e Bahia (21 pontos) e ainda o Goiás (24). O Inter, que melhorou muito com a chegada de Eduardo Coudet, tem os mesmos 25 pontos, com uma partida a mais. Ou seja: Luxemburgo não pode vacilar que ficará para trás.
Da gestão corintiana, não há muito a comentar de forma positiva. O clube vendeu três jogadores em agosto e no fim do mandato do presidente Duílio Monteiro Alves. Foram eles: Róger Guedes, Adson e Murillo. Com isso, só enfraqueceu a equipe. Reforçou o cofre, mas tirou do treinador três titulares. Como elogiar a atitude numa campanha em que o Corinthians corre risco de cair? Ao que se sabe, o dinheiro, mais de R$ 100 milhões, não será reinvestido no elenco neste momento. Isso pode mudar, claro.
Nesse cenário, ganhar do Palmeiras é extremamente importante. Nem empate é bom em casa. Uma derrota não vai levar o Corinthians para a zona da bagunça nesta rodada porque os rivais não podem alcançá-lo. Mas pode ficar para a próxima se os concorrentes somarem três pontos. O corintiano está com a calculadora nas mãos. Há muitos ‘ses’ na campanha do Corinthians, mas nenhum deles é descabido.
Mas por que o jogo é importante também para o Palmeiras? Simples. Porque um resultado ruim pode tirar o time de Abel Ferreira da sua animada perseguição ao Botafogo. Caso a distância de 11 pontos aumentar (Botafogo e Flamengo jogam neste sábado), o time paulista vai desanimar. Abel não permitirá que a toalha seja jogada, mas o entusiasmo do elenco vai baixar. E o foco, naturalmente, se voltará para a Libertadores. Já sabemos que a diferença não vai aumentar porque o Botafogo perdeu na noite de sábado para o Flamengo, horas depois de eu escrever essa coluna que atualizo agora.
A necessidade de ganhar do seu maior rival na casa dele, diante de sua torcida, se mantém, mas agora por outro prisma, o de reduzir três pontos para o líder Botafogo, caindo para oito a diferença. Isso também daria um bom começo de semana ao Palmeiras, mais confiança para a Libertadores e para a sequência do torneio nacional. Há ainda o confronto direto entre Palmeiras e Botafogo. Seriam , portanto, seis pontos a menos para o time do Rio e seis a mais para o desafiante paulista. Mas precisa ganhar do Corinthians primeiro. Não será fácil. Nunca é. Tudo isso é conversado no vestiário.
Então, se entre Palmeiras e Corinthians o duelo não tem consequências imediatas entre eles, para a continuidade da competição o resultado é muito importante, diria até que decisivo e perigoso para quem ganhar e perder. Corinthians e Palmeiras está marcado para este domingo, às 16h.
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