Neymar, Antony e Paquetá tiveram sintomas gripais ou virose, mas seleção dispensa teste de covid-19

Atacante do PSG, que se recupera de lesão no tornozelo direito há quatro dias, apresentou febre, mas já está bem

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Foto do author Marcio Dolzan
Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

Os sintomas gripais que ao menos três dos 26 atletas da seleção brasileira apresentaram na primeira semana na Copa do Mundo do Catar não foram suficientes para que eles eles passassem poro testes covid-19, segundo avaliação dos médicos que compõem a delegação em Doha. Por isso, a junta médica fez a avaliação de que Neymar, Antony e Lucas Paquetá não precisavam ser submetidos ao exames para a detecção da doença.

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“Não passou nem perto essa questão de fazer teste de covid-19”, disse o coordenador da seleção brasileira, Juninho Paulista. Em recuperação de lesão ligamentar no tornozelo direito, Neymar teve febre no dia da partida do Brasil contra a Suíça, mas já está bem.

“O Neymar apresentou um episódio de febre que já está controlado. Isso não interfere no seu processo de recuperação do tornozelo”, limitou-se a dizer o médico da seleção, Rodrigo Lasmar., que ficou incumbido de se aprofundar sobre os quadros gripais dos atletas, mas não o fez.

O médico confirmou que tanto Neymar como Danilo estão fora do duelo com Camarões, o último da fase de grupos, sexta-feira, 2, no Estádio Lusail. Alex Sandro teve lesão muscular no quadril e também não enfrenta o rival africano.

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Jogadores do Brasil comemoram a classificação às oitava de final da Copa. Foto: Anne-Christine Poujoulat/AFP
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Os jogadores ficam em quartos individuais, mas fazem todas as atividades no hotel, como as refeições, juntos, além dos treinamentos no Grand Hamad Stadium. “Tivemos alguns casos de virose, como o Antony. Alguma coisa nesse sentido. Nada que pudesse influenciar na participação deles, tanto que o Antony entrou e entrou bem (na partida)”, afirmou o auxiliar César Sampaio.

O protocolo da Fifa não exige exame de covid-19 nem o uso de máscaras, acessório pouco visto em Doha. O governo do Catar também retirou desde o início do mês a obrigatoriedade de exames de covid para os torcedores, jornalistas e todos que fossem ao país árabe acompanhar a Copa do Mundo. Também não existe exigência de comprovantes de vacinação.

Na avaliação dos médicos do Brasil, os quadros de gripe são resultado do clima no Catar, seco e quente. A capital Doha apresenta altas temperaturas, mesmo no outono, e os atletas tiveram dificuldade na adaptação, uma vez que, antes de chegar ao país-sede da Copa do Mundo, passaram cinco dias treinando em Turim, na Itália, cujos termômetros marcaram temperaturas inferiores a 10ºC e umidade superior a 90%.

O choque térmico causado pela variação brusca de temperatura nos ambientes em Doha, com o frio do ar-condicionado em lugares fechados e o calor em locais abertos, também atrapalhou os atletas.

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Na Itália, os membros da delegação disseram que não havia problema algum em treinar no frio de Turim nessa época do ano e depois seguir para Doha, com temperaturas opostas. Mas eles esperavam uma temperatura maior do que a que encontraram na cidade italiana e menor do que a que enfrentam na capital catariana, com mais de 30ºC durante o dia.

Nos estádios, a temperatura é menor, já que sete das oito arenas são climatizadas com um moderno sistema de ar refrigeração. O Brasil venceu a Sérvia no Lusail sob 23ºC. No Estádio 974, a temperatura estava em 26º no momento do jogo contra os suíços, um pouco mais alta porque a arena é a única sem o sistema de ar condicionado, alimentado por energia solar, pois ficar perto da praia e recebe a brisa do mar. Cabe lembrar que as duas partidas foram disputadas à noite. O primeiro compromisso começou às 22h e o segundo, às 19h, no horário local.

“O clima influencia do primeiro para o segundo tempo. Eles baixam muito o nível de intensidade, o jogo fica mais monótono”, avaliou Sampaio. “A saúde do atleta é fundamental para que ele possa ter um bom desempenho, ainda mais aqui, em um país diferente.

Os casos não causam preocupação no departamento médico, que acompanha cada situação de perto e os trata como uma “indisposição”.

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Em recuperação de lesão no tornozelo direito há cinco dias, Neymar sentiu uma indisposição na tarde desta segunda-feira, dia 28, quando, sem ele, a seleção brasileira derrotou a Suíça e garantiu vaga de forma antecipada às oitavas de final da Copa do Mundo. Vini Jr entregou que o camisa 10 teve febre. Neymar não esteve no estádio.

O caso de gripe não preocupa, garantiu a CBF. Neymar permaneceu no hotel para dar sequência ao tratamento da torção em seu tornozelo direito que o tirou da partida diante dos suíços e assistiu de lá à seleção vencer por 1 a 0. Antony perdeu dois treinamentos devido a um mal-estar e apresentou sintomas gripais, assim como Lucas Paquetá, que permaneceu no hotel no dia seguinte à vitória sobre a Sérvia.

A comissão técnica não se preocupa porque tanto Paquetá quanto Antony treinaram posteriormente e participaram da partida contra a Suíça. O meio-campista foi titular e saiu no intervalo. O atacante entrou na etapa final. “Foi mais um enjoo, a garganta, ar condicionado, outros jogadores estavam assim. E é difícil eu ficar doente”, descreveu Antony sobre o resfriado que o acometeu.

Como a seleção já está classificada e joga por um empate diante de Camarões na última rodada da fase de grupos para confirmar a primeira colocação (o jogo será na sexta-feira, no Lusail), Tite vai preservar seus principais jogadores e escalar uma equipe alternativa. “Não vamos correr o risco de perder o jogador por não estar bem fisicamente ou por lesão”, reiterou Sampaio.

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