BUENOS AIRES - Dorival Júnior tinha razão quando disse que a vitória sobre a Colômbia, nos minutos finais, não era de alívio. Esse sentimento não chegou nem perto de aparecer na capital da Argentina, onde a seleção local goleou o Brasil, com um humilhante olé aos sete minutos. A Data Fifa encerra com dúvida sobre quem será o técnico no próximo compromisso, em junho. Mas com a certeza de que quem poderá escolher este ou qualquer outro treinador até 2030 será Ednaldo Rodrigues.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi protagonista entre os dias que a própria seleção deveria ter os holofotes. Ednaldo teve toda a calma do mundo para marcar a eleição que o elegeu. Pôde esperar que Ronaldo anunciasse sua desistência para convocar o pleito, quatro dias depois. A aclamação foi a coroação, e ele fica no cargo por mais dois ciclos de Copa do Mundo.
Após a derrota, as expectativas caíam sobre uma possível fala dele, dpeois do primeiro resultado, em campo, pós-eleição. Também porque Dorival falou que não sabia sobre sua permanência. “Foge do meu comando”, explicou, ainda que tenha ressalvado: “Acredito muito no meu trabalho. É um processo complicado, difícil. Não tenho dúvidas de afirmar que nós encontraremos o caminho. Jamais desisto e sempre consegui encontrar caminhos nos clubes que dirigi”.

Entretanto, o mandatário, aclamado há um dia, silenciou. Assim como o garoto Endrick entrou “na fogueira” no jogo, coube a Vinicius Júnior, Matheus Cunha e Marquinhos darem explicações. Nenhum falou algo diferente da constatação de que a seleção precisa melhorar.
Enquanto isso, como contou Marcel Rizzo, colunista do Estadão, Filipe Luís, Carlo Ancelotti, Roger Machado e Rogério Ceni são citados como nomes que poderiam treinar a seleção. “Aguardar o meio do ano, após o Mundial de Clubes, era um cenário interessante, mas a surra que o Brasil levou dos maiores rivais deve antecipar a saída de Dorival e alterar os planos de Ednaldo”, escreveu Rizzo.
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O que se viu em campo na noite de terça-feira, em Buenos Aires, foi um espetáculo por parte dos argentinos. E uma bagunça no lado brasileiro. Na casamata, só restam dúvidas. No gabinete, a certeza de que são mais quatro anos sem grandes expectativas e caminhando para o maior jejum de títulos mundiais da história da seleção brasileira.
Se não vencer em 2026, chegará em 2030 com 28 anos desde o penta, quatro a mais que a distância entre o Tri, de 1970, e o Tetra, de 1994. No dia anterior, ao baile argentino, quando foi aclamado, Ednaldo Rodrigues, porém, pareceu não dimensionar o tempo e comemorou: “Vamos continuar construindo um futebol que orgulha o país, gera empregos, promove o desenvolvimento e, acima de tudo, faz a alegria de milhões de torcedores”.