Prazo para decisão sobre caso Daniel Alves é de até 20 dias após depoimentos, diz jornal

Juíza Isabel Delgado Pérez ouve o jogador nesta quarta-feira, dia 7, mas ainda não deve definir a sentença

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Por Redação
Atualização:

O Tribunal de Barcelona tem até 20 dias, depois de ouvir todos os depoimentos, para tomar uma decisão sobre o caso de Daniel Alves, conforme informações do jornal espanhol Marca. O ex-jogador é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate e, nesta quarta-feira, dia 7, ele dá a sua versão dos fatos à juíza Isabel Delgado Pérez, que já ouviu a denunciante e outras testemunhas. Enquanto a decisão não é tomada, o brasileiro continuará preso.

Existe a possibilidade de que seja realizada uma nova sessão de depoimentos, na quinta-feira, dia 8, dependendo da duração da fala de Daniel Alves nesta quarta, quando ainda serão ouvidas algumas testemunhas. Também serão analisados dados periciais, como imagens das câmeras de segurança da boate onde aconteceu o episódio e exames médicos da denunciante. Se o jogador for considerado culpado, ainda poderá recorrer ao Tribunal de Apelação, a segunda instância da Justiça espanhola, mas terá de aguardar o novo processo na prisão. Ele está preso desde 20 de janeiro do ano passado.

Decisão sobre caso Daniel Alves deve sair em 20 dias. Foto: Alberto Estevez/ AP

A pena máxima para este tipo de crime é de 12 anos de prisão, mas o Ministério Público pede nove anos. A tendência é que, se condenado, o jogador tenha, no máximo, seis anos de cárcere. O motivo é o pagamento da defesa à Justiça, ainda no início do processo, de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil). Ainda assim, a acusação contesta a possível redução da pena. O MP indica, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar ou se comunicar com a vítima pelo mesmo período. A acusação recusou um proposta de quatro anos de prisão feita pela defesa. Daniel já cumpriu um ano.

Relembre o caso

O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda no ano passado. No dia 31 de dezembro, o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima.

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No dia 10 de janeiro, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro, que, por muitos anos, defendeu a camisa do Barcelona e disputou a Copa do Mundo de 2022. Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão do atleta no dia 20 de janeiro.

Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado e teve negado outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio com a modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não indo adiante. Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava. Depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual.

Como foi o julgamento até aqui

O primeiro dia do julgamento teve o depoimento da mulher que acusa Daniel Alves. Ela teve a identidade protegida por um biombo para não ter contato visual com o jogador e preservar sua identidade. A fala durou 1h30. Testemunhas foram ouvidas na sequência, com relatos que corroboram a versão da acusação.

Na segunda sessão foram ouvidos três amigos do jogador que estavam na boate; três empregados da casa noturna; advogado convocado por uma amiga da denunciante; 11 policiais; policial que gravou o relato da vítima da suposta agressão do brasileiro com uma câmera na farda.

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Joana Sanz, mulher de Daniel Alves, também depôs. A versão dela, dos amigos e do gerente mencionam o estado de embriaguez do jogador no dia do caso. Além deles, um sócio da boate foi ouvido e chegou a dizer que a mulher confessou a ele que entrou no banheiro da boate de maneira voluntária, mas foi impedida de sair depois.

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