Startup oferece ao torcedor chance de pagar ‘bicho’ aos jogadores do seu time

Motbot surgiu em julho deste ano e já trabalha com CRB, CSA, Náutico, Campinense e Gama; em dois meses foram arrecadou mais de R$ 300 mil

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Foto do author Marcius Azevedo

Quando se fala em ‘bicho’ no futebol surgem mais dúvidas do que respostas. Apesar de ser uma prática legal e realizada há muito anos, o assunto é visto como uma incógnita por grande parte da sociedade, uma prática que remete aos tempos do amadorismo. Com o objetivo de desmistificar essa prática e torná-la mais transparente, surgiu, em julho deste ano, a Motbot.

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Trata-se de uma startup mineira, que é a primeira plataforma de crowdfunding (financiamento coletivo) esportivo do País. Ela possibilita que torcedores contribuam diretamente em prol da sua equipe. Com apenas dois meses de operação, somando agosto e setembro, a empresa já arrecadou mais de R$ 300 mil.

Rogério Neves, formado em International Business pela Universidade de Miami (EUA) e CEO da Motbot, explica como surgiu a ideia de criação desse projeto. “Como torcedor, sempre quis fazer minha parte motivando o clube, porém nunca existiu uma forma de premiar atletas pelos resultados positivos obtidos. A única maneira de se contribuir com a equipe era, até então, por meio dos programas de sócio-torcedor, em que valores são recebidos independentemente do resultado”, explicou.

Rogério Neves (dir.), CEO da Motbot, startup que abre espaço para os torcedores incentivarem os jogadores da sua equipe Foto: Motbot Divulgação

“A partir desta realidade, elaboramos um novo modelo de negócio que permitisse uma premiação aos atletas pelos resultados conquistados dentro de campo, tudo feito de maneira transparente e legal. Ou seja, somos uma plataforma de crowdfunding baseada em resultados e esse se torna o nosso diferencial”, acrescentou.

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Com aproximadamente 2.500 usuários cadastrados em seu sistema, a Motbot permite que, em caso de vitória ou empate fora de casa, os jogadores sejam recompensados com o dinheiro enviado pelos apoiadores por meio da plataforma de financiamento coletivo.

O torcedor que investe nisso passa a fazer parte de um programa de recompensas que apresenta benefícios exclusivos oferecidos pelos próprios clubes. Se a equipe do doador não tiver um resultado positivo, a verba voltará integralmente para a conta de origem e a quantia poderá ser usada em outras ocasiões. Não apenas os jogadores, mas o clube e uma instituição beneficente indicada pelo time também são favorecidos na hipótese de haver um placar favorável.

“É um sistema positivo para todas as partes. O clube não tem nenhum custo para participar, o torcedor apoia o seu time e recebe benefícios em troca. Além disso, há outro aspecto muito importante, que é a questão social. Um porcentual de todos os valores arrecadados sempre será destinado às instituições filantrópicas indicadas. Por isso, podemos considerar que esse modelo atua em três frentes: esportiva, financeira e social”, explicou Rogério Neves.

Além do “bicho virtual”, que passa a ser real quando o time ganha seus partidas, a empresa disponibiliza a possibilidade de uma agremiação realizar a captação de recursos para determinados projetos por meio da plataforma, como reformas no Centro de Treinamento, por exemplo. Neste modelo, a instituição esportiva estabelece o valor desejado e o prazo para arrecadação. Após o fim da campanha, o time deve exibir com detalhes o direcionamento do dinheiro.

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Neste momento, a empresa está presente apenas no futebol masculino, porém, a partir de novembro, habilitará o financiamento para a categoria feminina e, nos próximos meses, passará a abranger também outros esportes. “Sabemos que o principal desafio é educar o mercado em relação ao nosso modelo de negócio. Por ser um método inovador e inédito, a comunicação com os clubes, atletas e torcedores tem de ser feita de forma clara e transparente. Através dos cases de sucesso que já temos, queremos conquistar a confiança dos profissionais que fazem parte do cenário esportivo e assim, gradativamente, expandir a plataforma para outras modalidades e outros países”, disse Rogério Neves.

O nome da companhia vem do termo Motivational Robot, que em inglês significa Robô Motivacional, levando para a marca o conceito de uma ferramenta que estimula jogadores e clubes. Hoje, a startup possui parceria com os seguintes clubes: CRB, CSA, Náutico, Campinense e Gama. Nenhum deles ainda de destaque nacional.

A Motbot também está aberta gratuitamente para instituições beneficentes que queiram se cadastrar para receber doações, sem a necessidade de estarem atreladas a algum clube de futebol.

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