Esquema de apostas: STJD bane Romário do futebol e suspende Gabriel Domingos por 720 dias

Ex-jogadores do Vila Nova são os primeiros julgados pelo tribunal por envolvimento em esquema fraudulento descoberto pelo MP de Goiás

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu banir do futebol o jogador Marcus Vinícius Alves Barreira, conhecido como Romário, por participação no esquema de apostas descoberto pela Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Além disso, o ex-atleta do Vila Nova terá de pagar multa estipulada em R$ 25 mil.

Romário foi enquadro nos seguintes artigos do Códigos Brasileiro de Justiça Desportiva:

  • 242: Dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente;
  • 191: Deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento: de regulamento, geral ou especial, de competição;
  • 243: Atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende;
  • 243-A: Atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente.

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O STJD também condenou Gabriel Domingos no julgamento desta segunda-feira, 29. O também ex-jogador do Vila Nova foi suspenso por 720 dias e recebeu multa de R$ 15 mil, com pena baseada no artigo 243 do CBJD: “atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende”.

O julgamento foi conduzido pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD e teve Miguel Ângelo Cançado como auditor relator. Romário participou à distância da sessão, por videoconferência, enquanto Gabriel esteve presencialmente na sede do órgão, no Rio. A sessão durou quase quatro horas.

Os auditores do STJD se basearam nas provas colhidas pelo MP de Goiás para decidir a pena e ouviram depoimentos de envolvidos nos casos de manipulação de partidas do futebol brasileiro.

Romário e Gabriel foram os dois primeiros condenados pelo tribunal desportivo. Cabe recursos em ambos os casos, uma vez que o julgamento aconteceu em primeira instância. Os dois jogadores estão entre os oito jogadores denunciados ainda na primeira fase da Operação Penalidade Máxima e respondem em liberdade pelo crime de manipulação de competições, previsto no Estatuto do Torcedor. Seus contratos com o Vila Nova foram rescindidos.

Romário foi apontado pela investigação do MP de Goiás como o pivô do esquema fraudulento. Segundo os promotores, o atleta recebeu dinheiro dos apostadores para cometer um pênalti em duelo com o Sport, pela última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022, mas não foi relacionado para a partida. Por isso, passou a procurar outros atletas para participarem do esquema, descoberto pelo próprio presidente do Vila Nova, Hugo Major Bravo.

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Foi Bravo, um major da Polícia Militar de Goiás, que começou a apuração sobre o grupo que manipulava jogos. Ele fez uma investigação e enviou os achados ao Ministério Público, que passou meses investigando o esquema de manipulação que envolve empresários, jogadores da elite do futebol brasileiro e aliciadores.

Um dos apostadores fez contato com Gabriel Domingues, que, segundo a investigação, aceitou cometer o pênalti, mas depois voltou atrás. No entanto, ele já havia emprestado a conta bancária para que Romário recebesse o sinal de R$ 10 mil - a promessa era ganhar mais R$ 140 mil posteriormente.

Na próxima quinta-feira, dia 1º, o STJD vai julgar outros oito atletas investigados pela Operação Penalidade Máxima, que trouxe à tona um esquema de apostas no futebol brasileiro.

Os jogadores intimidados são Eduardo Bauermann (Santos), Fernando Neto (São Bernardo), Gabriel Tota (sem clube), Igor Cariús (Sport), Kevin Lomónaco (Bragantino), Matheus Gomes (sem clube), Moraes (Aparecidense-GO) e Paulo Miranda (sem clube).

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