Doze grandes clube europeus anunciaram a criação de uma 'Superliga', competição que promete reunir as melhores equipes da Europa e substituir os atuais torneios continentais. A Fifa se disse contra a realização do torneio, assim como a Uefa, que prometeu punir os times envolvidos em sua elaboração. O Estadão destaca tudo o que se sabe até o momento sobre o novo campeonato.
Nova disputa na Europa
O torneio ganhou esse nome para dar a impressão de que ele seria mais importante do que a Liga dos Campeões, torneio com o qual competeria em importância no continente.
Formato e fundadores
A nova disputa teria um formato de mata-mata e também fase de grupos. Inicialmente, 12 clubes são originalmente os fundadores da Superliga. São eles: Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, Inter de Milão, Juventus, Milan, Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid. Mas a competição teria 20 times ao todos.
Versão feminina
A ideia também abraça o futebol feminino, ainda em fase mais embrionária.
Clubes oposicionistas
Alguns clubes importantes foram convocados a participar da nova competição, mas se recusaram. Entre eles estão PSG, Bayern de Munique e Porto. Os dois primeiros foram finalistas na Liga dos Campeões da edição passada, com vitória do time alemão.
Racha no continente
A iniciativa vai provocar uma divisão entre os times europeus e haverá gigantes dos dois lados. Não está descartada a pressão que os clubes vão sofrer de suas torcidas e de seus próprios jogadores, que podem querem estar numa competiçao quando estarão em outra. A liga dos times ingleses já se manifestou. Ela definiu o novo torneio como "desconcertante, egoísta e contrária aos valores do esporte".
Punição
Fifa e Uefa prometem se juntar, deixando as divergências de lado, para cobrar os "rebeldes" e impedir que a Superliga avance. Vai se valer de punições a times e a atletas, com proibição de jogos nas seleções de seus respectivos países. Não está descartada multa em dinheiro para os clubes. As cotas de transmissão podem ser canceladas aos times da nova liga.
Recusa
Nem todos os personagens do futebol e da politica na Europa viram com bons olhos o lançamento oficial da nova disputa. O primeiro ministro inglês, Boris Johnson, por exemplo, foi contrário à ideia. Ele promete fazer tudo o que estiver ao seu alcance para travar o projeto. "Vamos ver tudo o que podemos fazer com as autoridades do futebol para garantirmos que isto não vai para frente como está planejado", disse Boris, que, no Twitter. O lendário técnico Alex Ferguson e Gary Neville também detonaram a iniciativa. "Torcedores de todo lugar amam a competição como é, a Liga dos Campeões", disse Ferguson.
Opinião forte de Gery Nevile
"Eu não sou contra a modernização das competições de futebol, nós temos a Premier League (Campeonato Inglês), temos a Liga dos Campeões. Mas trazer essas propostas em meio à pandemia de covid-19, em meio à crise econômica que existe para todos os clubes é um escândalo absoluto. O United e o resto dos 'seis grandes' que assinaram por isso deveriam ter vergonha de si mesmos" opinou o ex-atacante, hoje comentarista do canal de TV Sky Sports.
Como seriam os jogos
As partidas seriam disputadas no meio da semana. Os clubes participantes da Superliga não jogariam mais a Liga dos Campeões da Europa.
Motivação
A motivação mais forte dos clubes é por uma premiação maior nas competições nacionais e na Liga dos Campeões. Os exemplos seriam o sucesso da NBA e da NFL, ambas competições dos Estados Unidos.
Fifa e Uefa
A superliga não descarta no futuro negociar com as entidades do futebol, como Fifa e Uefa. "No futuro, os clubes fundadores desejam o início de negociações com a Uefa e a Fifa a fim de trabalhar juntos para obter os melhores resultados possíveis para a nova liga e o futebol em seu conjunto", informa comunicado da Superliga.
Critérios
Os clubes participantes da Superliga não seriam rebaixados. Portanto, não haveria critérios para a entrada de outros no grupo.
Calendário
De agosto a maio de cada temporada.
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