O técnico da Chapecoense, Vágner Mancini, disse nesta quinta-feira que as promessas dos outros clubes em ajudar a equipe catarinense ainda são apenas discurso. Em entrevista ao canal SporTV, o treinador reclamou que a palavra empenhada por dirigentes de outros times brasileiros não têm sido cumprida, pois as ofertas de empréstimos enviadas incluem o plano de repassar jogadores que não são desejados.
"Existe uma grande diferença entre ajudar cedendo atletas com salário pago nesse momento difícil da Chapecoense, e existe um outro ponto que é oferecer aqueles atletas que você não quer no seu elenco", afirmou Mancini. O técnico, contratado na última semana, aguarda a vinda de reforços para remontar o elenco da Chapecoense, dizimado pelo acidente aéreo na Colômbia no dia 29 de novembro.
Para o treinador, o discurso do auxílio à equipe precisa deixar de ser retórico para se concretizar na prática. "O que aconteceu na verdade é que muita gente, após o acidente, ofereceu ajuda até com atletas sendo pagos, mas na prática isso não tem acontecido", comentou. "Lógico que todo mundo tem liberdade e não vamos alongar isso, mas eu gostaria sinceramente que essa ajuda viesse do coração", afirmou. Mancini explicou que, apesar dessa reclamação, algumas equipes têm ajudado no trabalho de reconstrução.
O novo comandante da equipe acompanha à distância o trabalho da diretoria. Mancini está em Teresópolis para fazer um curso de técnicos da CBF e conversa por telefone com os dirigentes da Chapecoense para saber sobre as contratações. O plano do clube é trazer 25 atletas até o começo da pré-temporada, em janeiro, e completar o trabalho de remontagem com possíveis destaques dos campeonatos estaduais.
"É algo atípico. Nunca tinha visto um clube que necessitaria de 25 atletas no mínimo. Tem sido desgastante. Temos alguns atletas, perto de uns dez já acertados", explicou. O primeiro reforço já encaminhado é o zagueiro Douglas Grolli. O Cruzeiro vai emprestar o jogador e pagar a maior parte do salário.
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