ENVIADO ESPECIAL A DOHA (CATAR) -A proibição da venda e consumo de cerveja nos estádios anunciada às vésperas da Copa do Mundo do Catar gerou enorme polêmica mundo afora - menos na CBF. Neste domingo, horas antes da partida de abertura do Mundial, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, disse que é preciso “respeitar a cultura” do país que sedia a Copa. Além da polêmica sobre o consumo de bebidas alcoólicas, o Catar tem sido alvo de críticas do mundo inteiro em questões envolvendo direitos humanos.
“A gente vive focado somente ali pra dentro de campo, exclusivamente. As outras bandeiras, a gente respeita todas, os posicionamentos”, sustentou. “[Mas o Catar] é um outro país, e temos também que respeitar a cultura. A gente respeita todas as reivindicações, todas as bandeiras, mas a CBF está focada somente em se manifestar com o futebol.”
O alegado foco no futebol vem do fato de que, neste Mundial, Ednaldo Rodrigues acumula também o cargo de chefe da delegação brasileira, um fato inédito entre cartolas do País. Por isso, ele tem acompanhado a seleção desde a preparação do grupo em Turim. Neste domingo, antes de ir ao jogo de abertura da Copa, o dirigente fez uma rápida visita ao CT da seleção brasileira em Doha.
Mais cedo, o presidente da CBF divulgou um vídeo em que reforça a necessidade de se combater o racismo e o preconceito. Primeiro presidente negro da história da confederação, Ednaldo Rodrigues tem feito da luta contra essa chaga uma de suas principais bandeiras à frente da entidade. Desde setembro, por exemplo, a sede da CBF no Rio passou a hastear uma bandeira Arco-Íris, símbolo do movimento LGBT+. No Catar, porém, a homossexualidade é considerada crime e prevista no código penal.
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