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Textor pede teto salarial no Brasileirão e alerta: ‘Se não, o Bahia vai comer nosso almoço’

Empresário demonstrou preocupação com investimentos do exterior no futebol brasileiro e citou o caso do Bahia, que pertence ao Grupo City

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Foto do author Vinícius Harfush
Atualização:

Dono da SAF do Botafogo há pouco mais de dois anos, o empresário norte-americano John Textor acumula uma série de discursos polêmicos ao falar do futebol brasileiro. De acusações sobre esquemas de corrupção na arbitragem até desavenças pessoais com outros dirigentes de clubes. Dessa vez, Textor demonstrou preocupação com outros investimentos do exterior no Brasil e defendeu teto salarial para as equipes do País.

A fala aconteceu em entrevista ao portal ge, onde o empresário diz que há um problema com a injeção de dinheiro por países como o Catar, que investe no PSG (rival do Lyon de John Textor na França), e os Emirados Árabes, donos do Grupo City (CFG), que controla a SAF do Bahia no Brasil e é concorrente do Botafogo.

RIO DE JANEIRO RJ ESPORTES TEXTOR 29-03-2022 John Textor. Luis Castro do Botafogo no Estadio Nilton Santos. 29 de Marco de 2022, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. FOTO Vitor Silva/Botafogo. 

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Para o empresário, é urgente a criação de uma liga no futebol nacional e estabelecer um teto salarial para os clubes. Segundo ele, o teto é uma forma de manter equilíbrio entre os clubes.

“Se queremos paridade, deveríamos fazer um teto salarial. A NBA, a NFL fazem isso funcionar muito bem. É negociado com o sindicato de jogadores. Cuida não só dos grandes jogadores, mas estabelece um pagamento mínimo para jogadores que estão começando. Estabelece dinheiro para aposentadoria de jogadores”, diz.

No discurso, Textor cita diretamente os investimentos do CFG no Bahia e mostrou receio sobre o trabalho do grupo com o tricolor baiano. “Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa [Salvador], ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos”.

Por outro lado, o norte-americano se diz contra o fair play financeiro, como existe na Europa. Pelas regras, os clubes só podem gastar uma porcentagem em cima daquilo que geram de receita. Para John Textor, isso só manteria a distância entre clubes grandes e pequenos no Brasil.

“O fair play financeiro no mundo é construído para manter os grandes times grandes, e os pequenos, pequenos. Pense nas regras. Você só pode investir 70% das suas receitas nos seus jogadores. Se você já é o Liverpool, ou o Flamengo, tem mais receitas que todo mundo. Se você colocar uma regra dessa aqui no Brasil, você sempre vai ter o Coritiba na parte de baixo da tabela. Essas regras são feitas para manter o status quo”.

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