Lionel Messi optou por uma temporada de 2023/2024 reclusa. Depois de se sagrar campeão mundial no Catar, o atacante argentino deixou o Paris Saint-Germain, se transferiu para o Inter Miami, dos Estados Unidos. Mesmo assim, e tendo vencido apenas Campeonato Francês e Leagues Cup no último ano, foi escolhido pelos eleitores da Fifa como o melhor jogador da temporada. O resultado surpreende após Erling Haaland, campeão da tríplice coroa pelo Manchester City, chegar como favorito para a disputa. Desde 2016, quando o The Best foi criado, é a primeira vez que o vencedor de melhor do mundo não esteve presente.
Sem Messi, Thierry Henry, um dos cerimonialistas, se colocou para aceitar a premiação de Lionel Messi. Na cerimônia, foi possível ver os olhares surpresos do público com a vitória do atacante argentino. “Nunca venci a premiação, ficaria bem com ela”, afirmou o ex-atacante francês. Clima de constrangimento marcou o evento, no qual apenas mulheres entregaram as premiações da noite, em homenagem à Copa do Mundo feminina de 2016.
Messi terminou empatado em pontos com Erling Haaland (48 para ambos). O argentino ganhou o prêmio por ter sido escolhido mais vezes como primeiro lugar na votação. Mbappé terminou na terceira colocação, pela escolha do eleitorado. Nenhum dos três esteve presente na cerimônia, realizada em Londres. Segundo o regulamento, se os finalistas ficassem empatados em pontos, o prêmio será dado ao jogador que for escolhido mais vezes como primeiro lugar na votação. .
A avaliação do eleitorado leva em consideração os feitos de cada um dos atletas no período entre 19 de dezembro de 2022 – um dia após a final da Copa do Mundo, que não foi considerada – e 20 de agosto de 2023. Doze jogadores foram indicados ao prêmio por um conselho técnico, composto por ex-atletas; a partir desta lista, três finalistas foram escolhidos por um júri formado por quatro categorias: treinadores das seleções masculinas, capitães de seleções masculinas, jornalistas de futebol e torcedores que votaram no site da Fifa.
Cada eleitor formou seu top 3 ideal, com pontos sendo distribuídos de acordo com cada posição – cinco para o primeiro colocado, três para segundo e um para o terceiro. Cada grupo teve 25% de peso na decisão final, independentemente do número de eleitores. A avaliação do eleitorado leva em consideração os feitos de cada um dos atletas no período entre 19 de dezembro de 2022 – um dia após a final da Copa do Mundo, que não foi considerada – e 20 de agosto de 2023. Fernando Diniz e Casemiro, representantes da seleção brasileira, votaram em Messi e Haaland, respectivamente.
Messi foi escolhido pela maioria dos capitães das seleções afiliadas pela Fifa e pelos fãs, no site oficial da entidade; Haaland foi vencedor nas outras duas categorias: técnicos e jornalistas, estes escolhidos pela entidade. O pai do atacante do Manchester City esteve presente na cerimônia, enquanto o filho se recupera de uma lesão.
Erling Haaland era o favorito para a conquista. No ano de 2023, superou o recorde de gols em uma só edição da Premier League (36) e ajudou o Manchester City a chegar à inédita conquista da Champions League. Mesmo sem marcar nas fases decisivas dos mata-matas (semi e finais), chegou à marca de 35 gols e seis assistências, por Manchester City e seleção norueguesa, no período avaliado pela eleição. Uma média de 81,36 minutos para participar de um gol no ano.
Guilherme Madruga se junta a Neymar e Wendell Lira no Prêmio Puskás
“Hoje é um dia único na minha vida. Está marcado na minha história e na memória de todos que acompanham minha trajetória”, diz Guilherme Madruga. O brasileiro se junta a Neymar e Wendell Lira, como os únicos brasileiros a vencerem a premiação do Prêmio Puskás, pelo gol mais bonito da última temporada. Emocionado, o jogador se lembrou de seu início no futebol em seu discurso, ao lado de Thierry Henry.
O brasileiro disputou o Prêmio Puskás ao lado do paraguaio Julio Enciso, do Brighton, e do português Nuno Santos, do Sporting. O gol do brasileiro de bicicleta foi registrado contra o Novorizontino no mês de junho de 2023.
Vini Jr. e seleção brasileira são lembrado na luta contra o racismo
Campeão da Supercopa da Espanha neste domingo, 14, na Arábia Saudita, Vinícius Júnior recebeu novo prêmio nesta segunda-feira, em Londres, na premiação do The Best. O brasileiro não pôde estar presente, pela viagem da Arábia Saudita à Europa, mas foi lembrado pela Fifa como referência da seleção brasileira na luta contra o racismo em 2023. Ele foi representado por Roberto Carlos, Júlio César, Roque Júnior, Ronaldo, Beletti e Cafu, referências do Brasil nas últimas décadas.
“Racismo é uma questão de educação. Vamos educar as pessoas para viver em um mundo de igualdade. Vamos usar o futebol para uma ferramenta da sociedade”, afirmou Cafu, que foi porta-voz da seleção brasileira na premiação da Fifa. Em 2023, em amistoso contra Guiné, o Brasil entrou pela primeira vez com uma camisa preta, em apoio na luta contra o racismo. A partida ocorreu na Espanha, onde Vini Jr. sofreu ataques racistas em partida contra o Valencia no mesmo ano.
Pep Guardiola eleito melhor técnico pela primeira vez; Manchester City domina seleção
Dominante desde 2009, ainda pelo Barcelona, Pep Guardiola nunca havia vencido a premiação de melhor técnico do mundo, desde que foi instituída em 2016. Ele já havia terminado três vezes na segunda colocação da eleição, mas sem ter sido agraciado pelo prêmio. “Quero dividir essa premiação com Inzaghi e Spaletti. Esse ano foi impressionante o trabalho deles no Napoli e na Inter de Milão. Também gostaria de dividir este momento com os jogadores e direção do Manchester City. Uma ideia que cresceu e dominou o mundo. Agradeço por terem confiado em mim”, afirmou o treinador
O agradecimento ao elenco se reflete na seleção da temporada. Seis atletas do Manchester City foram eleitos, por 28 mil jogadores profissionais da Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro), para a seleção ideal de 2023. John Stones, Rúben Dias e Kyle Walker na defesa; Kevin de Bruyne e Bernardo Silva, no meio-campo; e Erling Haaland no ataque. Thibaut Courtois, Jude Bellingham e Vinícius Júnior, do Real Madrid, além dos finalistas Kylian Mbappé e Lionel Messi completam a equipe.
Em outro resultado surpreendente, e mesmo sem entrar na seleção ideal da FIFPro, Ederson foi eleito melhor goleiro do mundo. “Quero agradecer a Deus por todas as bençãos em minha vida, à minha família, à minha equipe pelo ano maravilhoso que tivemos”, afirmou. Ele se junta a Vini Jr. como os únicos brasileiros a vencerem alguma premiação na noite de Londres.
Surpresa no futebol feminino
Vice-campeã da Copa do Mundo, Sarina Wiegman, da seleção inglesa conquistou seu quarto título de melhor treinadora do mundo no The Best. A escolha pela holandesa surpreendeu, principalmente pela derrota de Jonatan Giraldez, multicampeão com o Barcelona, na premiação.
A Copa do Mundo feminina, que terminou com o título da seleção espanhola, entrou no critério de avaliação. Mesmo assim, apenas dois nomes, da campeã, entraram na seleção da temporada da FIFPro – Olga Carmona e Aitana Bonmati. Jennifer Hermoso e Linda Caicedo, finalistas ao prêmio de melhor jogadora do mundo, não foram eleitos pelos 28 mil atletas da entidade.
Com sete representantes, Inglaterra dominou seleção da temporada. Mary Earps; Olga Carmona, Lucy Bronze e Alex Greenwood; Keira Walsh, Alessia Russo, Lauren James, Ella Toone e Aitana Bonmati; Alex Morgan e Sam Kerr. Earps também foi eleita melhor goleira da temporada. Bonmatí, melhor atleta do Mundial, venceu o prêmio de melhor jogadora também da temporada.
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