Desprezado pelos concorrentes ao prêmio de melhor jogador do mundo em 2023, o The Best, da Fifa, teve o Brasil como protagonista. Nomes importantes do futebol do País ganharam troféus e relevantes homenagens na noite desta segunda-feira, em Londres.
Ederson, do Manchester City, foi escolhido o melhor goleiro. Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi condecorado pela sua luta antirracista. Guilherme Madruga, do Cuiabá, ganhou o Puskás pelo gol mais bonito do ano, marcado com a camisa do Botafogo de Ribeirão Preto. Marta, por toda a sua relevância no futebol feminino, fez um discurso emocionante e terá seu nome em premiação a partir de 2025. Zagallo, que morreu no dia 5 deste mês, foi reverenciado.
“Hoje é um dia único na minha vida. Está marcado na minha história e na memória de todos que acompanham minha trajetória”, diz Guilherme Madruga. O brasileiro se junta a Neymar e Wendell Lira, como os únicos brasileiros a vencerem a premiação do Prêmio Puskás, pelo gol mais bonito da última temporada. Emocionado, o jogador se lembrou de seu início no futebol em seu discurso, ao lado de Thierry Henry.
O brasileiro disputou o Prêmio Puskás ao lado do paraguaio Julio Enciso, do Brighton, e do português Nuno Santos, do Sporting. O gol do brasileiro de bicicleta foi registrado contra o Novorizontino no mês de junho de 2023. Guilherme Madruga iniciou a carreira no Desportivo Brasil e jogou no Catanduva e Botafogo-SP antes de chegar ao Cuiabá. Pelo clube paulista, Madruga disputou 46 jogos com dois gols marcados e três assistências no ano passado.
O atleta é o sétimo reforço confirmado pelo clube do Mato Grosso na atual temporada. Anteriormente, o clube já havia anunciado as contratações do goleiro Mateus Pasinato, dos zagueiros Bruno Alves e Gabriel, do lateral-direito Railan, do meia Max e do atacante André Luís. Todos já treinam com o grupo e devem ficar à disposição do técnico Antônio Oliveira para a estreia no Campeonato Mato-grossense, marcada para o dia 20 de janeiro, contra o Primavera, na Arena Pantanal.
Vini Jr ganha prêmio por luta antirracista
Campeão da Supercopa da Espanha neste domingo, 14, na Arábia Saudita, Vinícius Júnior recebeu novo prêmio nesta segunda-feira, em Londres, na premiação do The Best. O brasileiro não pôde estar presente, pela viagem da Arábia Saudita à Europa, mas foi lembrado pela Fifa como referência da seleção brasileira na luta contra o racismo em 2023. Ele foi representado por Roberto Carlos, Júlio César, Roque Júnior, Ronaldo, Beletti e Cafu, referências do Brasil nas últimas décadas.
“Racismo é uma questão de educação. Vamos educar as pessoas para viver em um mundo de igualdade. Vamos usar o futebol para uma ferramenta da sociedade”, afirmou Cafu, que foi porta-voz da seleção brasileira na premiação da Fifa. Em 2023, em amistoso contra Guiné, o Brasil entrou pela primeira vez com uma camisa preta, em apoio na luta contra o racismo. A partida ocorreu na Espanha, onde Vini Jr. sofreu ataques racistas em partida contra o Valencia no mesmo ano.
Ederson é o melhor goleiro de 2023
Além dele, Ederson foi eleito melhor goleiro do mundo na eleição do The Best. O jogador do Manchester City venceu a concorrência de Thibaut Courtois, do Real Madrid, e Yassine Bounou, que atuou no Sevilla na última temporada e defende atualmente o Al-Hilal da Arábia Saudita. Zagallo, morto no dia 6 de janeiro, por complicações de saúde, foi lembrado na cerimônia, e homenageado por Ronaldo.
“Zagallo escreveu uma história que dificilmente será repetida. Deixou um legado, uma paixão pela seleção brasileira, que será difícil de ser copiado. Ele deixou um legado inigualável. O futebol perdeu o maior apaixonado pela seleção brasileira. Foi com ele que aprendi a amar essa camisa da seleção. Que descanse em paz, seu legado será eterno”, afirmou Ronaldo.
Marta homenageada
Jogadora mais premiada na história da Fifa, Marta foi homenageada na premiação nesta segunda-feira. Com seis troféus de melhor do mundo entre 2006 e 2018, a camisa 10 do Brasil vai dar nome a um novo prêmio criado pela Fifa, para a autora do gol mais bonito do mundo no futebol feminino a partir do próximo ano. Ela subiu ao palco ao lado de Márcia Aoki, viúva de Pelé, que já havia sido homenageado no último ano.
“É muito difícil subir nesse palco. Eu já venci esse prêmio seis vezes, mas isso aqui é sem dúvida algo muito mais especial, difícil até de encontrar palavras, mas eu quero que assim como eu estou enxergando nessa homenagem, eu quero que todas as mulheres possam também enxergar um futuro promissor”, afirmou a atleta, que se despediu dos Mundiais em 2023. É a primeira vez que uma homenagem do tipo é dada à uma jogadora ainda em atividade.
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