Campeão do mundo, Toni Kroos acusa condições de trabalho 'inaceitáveis' nas obras da Copa do Catar

Jogador alemão cita problemas como o calor e a falta de alimentação adequada para os operários dos estádios para 2022

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O meia alemão Toni Kroos classificou nesta quarta-feira como "inaceitáveis" as condições de trabalho em vigor no Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, considerando que estas não defendem a segurança dos trabalhadores. Kroos foi campeão do mundo no Brasil, em 2014, quando a seleção alemã bateu a Argentina por 1 a 0 no Maracanã. "Os imigrantes são submetidos a jornadas de trabalho contínuas, sob temperaturas de 50ºC, não são alimentados de forma digna e não têm acesso a água potável", afirmou o jogador do Real Madrid, em um podcast conjunto com o seu irmão Félix, que relatou ainda que os trabalhadores não têm as condições de segurança mínimas, nem acesso a cuidados médicos, considerando que a decisão de realizar o Mundial no Catar "não foi boa".

Kroos critica condições de trabalho dos operários nas obras dos estádios no Catar Foto: Daniele Mascolo/Reuters

PUBLICIDADE

Kroos ressaltou ainda que no país do Oriente Médio a homossexualidade é punida legalmente e denuncia a prática de "uma certa violência" sobre os trabalhadores. "Tudo isso é absolutamente inaceitável", considerou o alemão, manifestando a esperança de que o futebol possa chamar a atenção para esses problemas.

Em fevereiro, o jornal britânico The Guardian revelou que mais de 6.500 trabalhadores migrantes morreram no Catar, desde a escolha da Fifa, em 2010, para o país ser sede da Copa do Mundo de 2022.

No último dia 24, em uma partida contra Gibraltar, pelas Eliminatórias do Mundial, os jogadores da seleção da Noruega usaram camisetas com a inscrição "direitos humanos dentro e fora do campo" na entrada em campo para denunciarem a situação dos trabalhadores migrantes no país anfitrião do evento. Um dia depois, a Alemanha repetiu o gesto no jogo contra a Islândia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.