O torcedor argentino preso pela Polícia Militar por racismo na noite desta terça-feira, durante o jogo do Corinthians contra o Boca Juniors, foi liberado na manhã desta quarta-feira, 27, após o pagamento de fiança no valor de R$ 3 mil. Leonardo Ponzo estava detido na Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), no prédio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), no centro de São Paulo.
O torcedor do Boca, cuja identidade não foi revelada oficialmente, foi preso no intervalo da partida, no setor sul das arquibancadas da Neo Química Arena. Ele provocava a torcida corintiana desde antes do início do jogo com gestos imitando macaco, de acordo com vídeos feitos por brasileiros que foram entregues aos policiais presentes no estádio corintiano, em Itaquera.
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"A equipe (da PM) agiu prontamente e localizou o homem no intervalo da partida", informou a PM, em comunicado oficial. Após a detenção no estádio, o argentino foi levado para o 24º Distrito Policial (da Ponte Rasa), de onde foi transferido para a Drade na madrugada desta quarta-feira. Ele não viu o fim do jogo em que seu time perdeu por 2 a 0.
Pego em flagrante, o homem deve responder pelo crime de injúria racial (artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal brasileiro), que prevê reclusão de um a três anos e multa. Provavelmente, ele não poderá acomopanhar seu time em outros estádios da América do Sul.
Após vencer o rival argentino, pela fase de grupos da Copa Libertadores, o Corinthians se manifestou sobre o caso nas redes sociais. "O Corinthians repudia todo e qualquer ato de racismo e discriminação e agradece à Polícia Militar pela eficiência no apoio prestado. Esse fato só reforça a importância de nossa luta por um futebol sem ódio."
Em nota, o Boca se manifestou sobre o caso. "O Clube Atlético Boca Juniors expressa seu absoluto repúdio aos gestos racistas e xenófobos de um torcedor para os simpatizantes do Corinthians. Na próxima reunião da Comissão Diretiva se analisarão as medidas a implementar e as possíveis sanções a aplicar", divulgou o clube.
Trata-se do segundo episódio de racismo envolvendo times argentinos e vítimas brasileiras em menos de duas semanas. No dia 13, na partida entre River Plate e Fortaleza, também pela Libertadores, um torcedor do time da casa foi flagrado jogando uma banana na direção da torcida do time cearense, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
A direção do River Plate revelou que ele era sócio do clube e foi suspenso por seis meses. Além disso, o time anunciou que o torcedor passaria por um curso de conscientização sobre xenofobia.