Cuca no Athletico-PR: torcedoras denunciam ameaças após criticar contratação do técnico

Novo técnico foi condenado por estupro a menor de idade em 1987 e teve a sentença anulada, sem alteração no veredito, neste ano

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Foto do author Mirella  Joels

O Athletico-PR divulgou a contratação de Cuca na segunda-feira para substituir Juan Carlos Osorio, demitido no final de semana. O anuncio oficial dividiu os torcedores em dois grupos, os que apoiam a contratação e os que repudiam a atitude do clube, afinal, Cuca é conhecido por ter sido condenado por estupro a uma menor de idade em 1987, na Suíça. A sentença foi anulada, mas o veredito não foi alterado.

Contrárias a contratação, torcedoras do Athletico-PR formalizaram um ofício e relataram ameaças que sofreram após revelarem o posicionamento. Quem assinou e encaminhou o documento para a Polícia Civil e ao clube foi o coletivo Atleticaníssimas. “Torcedores, especialmente mulheres, vêm sofrendo ataques e ameaças privadas e públicas em redes sociais, além de ligações telefônicas ameaçadoras – com menção à localização de setor e cadeira dentro do estádio – simplesmente por manifestarem sua opinião”, revela um trecho do ofício.

No X, o coletivo Atleticaníssimas fez um vídeo em manifesto com o questionamento “Feliz Dia da Mulher para quem?”. A narradora do vídeo afirma que “o futebol ainda não gosta das mulheres”, e logo aparecem prints de tuítes misóginos com intuito de ofender as torcedoras.

Também nas redes sociais, o clube postou uma homenagem às mulheres. O que foi encarado com indignação por boa parte dos internautas.

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Entenda o caso

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No dia 3 de janeiro, a Justiça da Suíça anulou a sentença de 1989 que condenou o técnico Cuca por manter relação sexual com uma menina de 13 anos – o caso aconteceu em 1987, quando ele era jogador do Grêmio, durante um excursão do time. Em reportagem validada pelo Tribunal de Berna, é possível saber que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima.

A defesa solicitou a revisão do caso com o argumento de que Cuca não contou com um representante legal e foi julgado à revelia na época. O pedido de um novo julgamento foi aceito, mas o Ministério Público alegou não ser possível realizá-lo pelo fato de o crime ter prescrito. O órgão, então, sugeriu a anulação da pena e o fim do processo, o que acabou sendo acatado pela Justiça. Cerca de dois meses depois da anulação da sentença, o treinador foi contrato pelo Athletico-PR.

Apesar da sentença condenatória ter sido extinta, não é possível afirmar que o treinador é inocente, visto que o veredito não foi alterado.

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