Pacaembu tem reabertura total adiada; veja fotos da obra e saiba quando o estádio será reinaugurado

Prefeitura e concessionária dizem que local reabrirá parcialmente em 25 de janeiro, com capacidade para 10 mil pessoas; imagens do ‘Estadão’ mostram terreno sem gramado e sem arquibancadas

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

O Pacaembu, tradicional estádio paulistano que está em obras há mais de dois anos, teve sua reabertura total adiada para julho, conforme confirmou a Prefeitura de São Paulo ao Estadão. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) disse para a reportagem, no entanto, que a reinauguração parcial do local está prevista para 25 de janeiro, data do aniversário da capital paulista.

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A Allegra Pacaembu, concessionária detentora da outorga do estádio Paulo Machado de Carvalho por 35 anos, afirmou ao Estadão na semana passada que as obras de reforma, modernização e restauro do complexo esportivo “seguem em ritmo acelerado” e que o estádio “estará apto” a receber a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas com restrições de público. Apenas uma arquibancada, a norte, está disponível, já que foi a única que não foi derrubada. Com isso, a capacidade de público cai para 10.400 mil torcedores, menos de um terço do que comportava o estádio antes da reforma e da destruição do tobogã.

A previsão era de que o local fosse palco da decisão da mais importante competição de base do Brasil em 2024. Contudo, a pouco mais de um mês da partida, a Federação Paulista de Futebol (FPF) cogita buscar uma alternativa, ao passo que a reforma não está perto de acabar, como mostram imagem do Estadão feitas de drone.

A FPF deseja que o Pacaembu seja o palco da partida, conforme apurou a reportagem. Porém, se ao menos um time grande do Estado e de muita torcida chegar à decisão, como aconteceu nos últimos anos, a final terá de ser transferida para um novo local. Não há possibilidade de realizar o jogo com apenas 10 mil torcedores na arquibancada em caso da presença de um grande time.

Veja na galeria abaixo as imagens do estágio atual da obra

A concessionária passou a operar o espaço em janeiro de 2020, mas as obras só começaram em junho de 2021. A empresa estipulou há meses que o estádio seria reinaugurado em 25 de janeiro, aniversário de São Paulo e sempre o dia em que é disputada a final da Copinha.

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Canteiro de obras

A empresa não admite que as obras estão atrasadas, mas, pelas imagens panorâmicas do espaço, fica claro que resta muito a se fazer até o local estar em condições de receber uma partida de futebol. Hoje, as fotos evidenciam que o Pacaembu é, ainda, um grande canteiro de obras. O gramado não foi instalado - será um campo sintético, como do Allianz Parque - e o prédio que ficará no lugar do demolido tobogã continua em construção. No local, o que se vê são entulhos, andaimes, estruturas provisórias e materiais de construção.

Antes da reinauguração do equipamento, também é necessário cumprir uma série de burocracias, como a liberação dos alvarás de liberação por parte do poder público. Não é possível saber como estão os espaços internos, como a área de imprensa e vestiários. A reportagem questionou o consórcio, mas não recebeu retorno.

A Allegra pôs abaixo as arquibancadas leste e oeste, mas garante que, ao fim da reforma, elas terão a mesma geometria das originais. Serão construído banheiros, bares e restaurantes sob as novas estruturas. Debaixo do setor laranja, haverá uma arena de eSports com capacidade para 2 mil pessoas e um restaurante com 400 cadeiras VIPs. Do outro lado, onde ficavam as cadeiras numeradas, no setor manga, haverá camarotes.

Maquete com visão ampla do que será o novo Pacaembu Foto: Divulgação/Allegra Pacaembu

Nova arena

O grupo que assumiu o complexo do Pacaembu em 2020 pagou R$ 111 milhões pelo direito de gerir o local por 35 anos. Além do pagamento das outorgas fixa e variável, a concessionária está investindo cerca de R$ 400 milhões na recuperação e modernização do estádio.

A concessionária planeja levar para o Pacaembu ao menos 20 partidas de futebol e 80 apresentações musicais por ano. Está nos planos dos administradores do estádio resgatar a vocação de ser um complexo de cultura e lazer no bairro e ampliar a exploração comercial do espaço. O Santos tem um acordo para mandar jogos no estádio na capital em 2024.

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Os torcedores não ficarão mais pendurados nos alambrados porque não haverá mais alambrados ao redor do gramado. A área entre a arquibancada e o antigo gradil será rebaixada em um metro, formando uma espécie de fosso. A distância para o campo será a mesma. Para ao menos 100 eventos entre shows e jogos, o gramado tem de ser sintético, entende os gestores.

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O complexo é tombado, portanto, nenhuma estrutura dentro dele pode ser descaracterizada, menos a área onde ficava o Tobogã, já demolido porque ele não fazia parte do projeto arquitetônico original. No lugar da arquibancada, será erguido um prédio multifuncional com um hotel de luxo, centro de reabilitação esportiva, cafés, restaurantes, escritórios, um mercado gastronômico, um centro de convenções e eventos e um novo espaço para até 8,5 mil pessoas no subsolo do Pacaembu. São cinco andares e mais quatro subsolos.

O ginásio, a quadra de tênis e o complexo aquático também estão sendo reformados e restaurados e ainda não estão prontos. Segundo a concessionária, a reabertura do espaço será “faseada”, isto é, espaços do complexo serão abertos em datas diferentes. “A reinauguração vai ser um pouco mais tarde em função do andamento das obras. Deve ser entregue em julho, completa”, disse Paulo Galli, secretário-executivo de Desestatização e Parcerias, da Prefeitura de São Paulo, em entrevista à TV Globo.

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