Vila Viva Sorte: entenda imbróglio entre Santos e WTorre no contrato de naming right

Acordo selado neste mês é válido até início das obras da nova arena; no último ano, clube e construtora firmaram parceria para reconstrução do estádio

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Foto do author Murillo César Alves
Atualização:

A Viva Sorte, empresa de capitalização, adquiriu o naming right da Vila Belmiro, estádio do Santos. O contrato já está assinado – inclusive com o estádio sendo oficialmente chamado de Vila Viva Sorte nas transmissões oficiais do clube –, mas sofreu alterações até esta formalização, diante da chegada de uma terceira parte envolvida na ‘negociação’: a construtora WTorre, com quem o clube tem um memorando assinado para a construção de seu novo estádio, e gerou um imbróglio nas últimas semanas.

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Conforme noticiado pelo Estadão, Santos e Viva Sorte discutem os termos do acordo desde o último mês. Ao longo dessas discussões, um dos planos debatidos era de que fosse assinado um contrato de dez anos entre as partes – próximo a R$ 15 milhões por ano. Entretanto, quando anunciado, ele passou a ser válido somente até o início das obras da construção do novo estádio – não há um prazo definido para isso.

A WTorre e o memorando de intenções, assinado pela gestão do presidente Andrés Rueda, colocaram um obstáculo nesses planos do presidente Marcelo Teixeira. Este memorando liberou o início dos processos para a regularização do projeto e captação de verbas para as obras do novo estádio, previsto para receber mais de 35 mil torcedores – muito superior ao limite atual, que é de 16 mil.

Segundo apurou o Estadão, a WTorre não intermediou o acordo entre Santos e Viva Sorte – e não sentou na ‘mesa de negociações’ entre as partes. Além disso, o clube não procurou a construtora até que houvesse um entendimento com a empresa de capitalização. Quando o fez, descobriu um impedimento para firmar um vínculo de longo prazo para o naming right, já considerando a nova arena.

Viva Sorte será patrocinadora do Santos até o início das obras da nova arena. Foto: Fernanda Luz/Estadao

A parceria entre Santos e Viva Sorte – classificada como “primeira fase” – foi anunciada pelo clube no dia 15 de agosto, por meio de seus canais de comunicação. Havia uma entrevista coletiva marcada com Marcelo Teixeira e Renato Ambrósio, CEO do Viva Sorte, mas foi cancelada – justamente pelas alterações nos termos da nova parceria.

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“O Viva Sorte é o novo patrocinador do Santos. O acordo com a empresa de capitalização, nessa primeira fase, envolverá propriedades nos uniformes dos jogadores e da comissão técnica e o naming rights até início das obras de construção do novo estádio. A partir de hoje, o estádio passará a se chamar Vila Viva Sorte”, afirmou o clube, em nota. Por respaldo jurídico, o contrato precisou passar uma análise minuciosa até ser, de fato, selado.

O acordo foi visto como uma vitória santista para possibilitar o aporte financeiro necessário para a construção do novo estádio, e foi discutido para ele continuar após a inauguração do novo estádio. Além disso, a marca será exibida na parte frontal e posterior do calção dos atletas e nos uniformes dos membros da comissão técnica.

Patrocínio do Viva Sorte é exibido no uniforme do Santos. Foto: Raul Baretta/ Santos FC

No estágio atual, o contrato com o Viva Sorte se encerra assim que as obras da nova arena forem iniciadas. Não está descartada que, eventualmente, a empresa de capitalização continue como detentora dos direitos na “segunda fase”.

O acordo entre Santos e WTorre, responsável por erguer o Allianz Parque, do rival Palmeiras, segue o formato de direito de superfície. Assim, o clube cede o local à empresa por 30 anos, com prazo contando a partir da inauguração da nova arena. O clube continua sendo dono do terreno e do estádio e a empresa tem o direito de uso do local. Como ainda não tem direito sobre a Vila Belmiro, não atuou para selar o novo acordo de naming right.

No caso do Palmeiras, foi a WTorre quem fechou contrato com a seguradora alemã para dar nome ao novo estádio do Palmeiras, por 20 anos. A construtora recebe a maior parte do montante – atualmente avaliado em R$ 28 milhões ao ano – e repassa uma pequena parcela ao clube alviverde.

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Procurada, a WTorre não se manifestou até a publicação desta reportagem. Caso ocorra, a matéria será devidamente atualizada.

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