Vinícius Junior segue recebendo apoio e homenagens após ter sofrido racismo mais uma vez na Espanha. No início da noite desta segunda-feira, o Cristo Redentor, ponto turístico no Rio de Janeiro, teve as luzes apagadas no começo da noite. Através das redes sociais, o atacante do Real Madrid voltou a agradecer toda a solidariedade que vem recebendo.
“Preto e imponente. O Cristo Redentor ficou assim há pouco. Uma ação de solidariedade que me emociona. Mas quero, sobretudo, inspirar e trazer mais luz à nossa luta. Agradeço demais toda a corrente de carinho e apoio que recebi nos últimos meses. Tanto no Brasil quanto mundo afora. Sei exatamente quem é quem. Contem comigo porque os bons são maioria e não vou desistir. Tenho um propósito na vida e, se eu tiver que sofrer mais e mais para que futuras gerações não passem por situações parecidas, estou pronto e preparado”, agradeceu o jogador nas redes sociais.
Após mais um caso de racismo durante uma partida do Campeonato Espanhol, Vinícius Junior se revoltou em campo e os brasileiros se revoltaram pelo mundo. Durante a noite do último domingo e toda segunda-feira, mensagens de apoio e carinho foram publicadas por diversas personalidades do esporte, como Neymar, Mbappé e Casemiro.
Apesar das mensagens de apoio, Vinícius Junior também usou as redes sociais para publicar um vídeo mostrando todos os momentos em que sofreu algum tipo de ataque racista nas partidas na Espanha. Além disso, o governo brasileiro pediu explicações para a explicações para a embaixadora espanhola no país e solicitou uma reunião com o governo da Espanha para tratar do assunto.
Do lado esportivo, o Real Madrid também se posicionou. A equipe espanhol denunciou os insultos racistas sofridos por Vinícius Junior para a Procuradoria-Geral do país. Em comunicado, o Real Madrid considera que “os ataques constituem um crime de ódio”, por isso apresentou denúncia perante o Ministério Público contra crimes de ódio e discriminação. O clube exige que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.
O sindicato dos jogadores de futebol da Espanha (AFE), juntamente com a associação Movimento Contra a Intolerância, também foram à Procuradoria pelo novo incidente contra Vinícius Júnior, de 21 anos. Ambas as organizações afirmam que os casos não são isolados e pedem medidas “agora, e com força”.
ENTENDA O CASO
O brasileiro Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro por causa das ofensas.
Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.
O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.
São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.
O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”
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