Um dos principais ativos da Nike, o atacante Vinicius Junior trabalha com o seu estafe para romper o acordo que tem com a fornecedora esportiva americana desde 2013. O jogador do Real Madrid e da seleção brasileira está insatisfeito com o tratamento dado a ele pela empresa e avalia como os seus representantes a melhor maneira de desfazer o vínculo.
O Estadão apurou que a insatisfação de Vini Jr com a Nike vem de meses e que o desejo de rompimento de contrato existe desde o início do ano. A inconformidade não tem relação direta com a questão financeira, mas sim com o fato de o atleta entender que é desvalorizado pela empresa.
Vini Jr não participou da campanha de lançamento da nova camisa da seleção brasileira em agosto. A Nike usou como garotos-propaganda Lucas Paquetá, Philippe Coutinho, Rodrygo, Richarlison e Ronaldo Fenômeno, além do rapper Djonga, do cantor MC Hariel e do velocista Paulo André. A estrela do Real Madrid também não participou de outros eventos da patrocinadora no ano de Copa do Mundo.
O atacante tem se destacado em campo e fora dele vê crescer o interesse de grandes marcas em explorar sua imagem. Desde o fim do ano passado, ele tem sido procurado por anunciantes e, atualmente, além da Nike, tem parceria com 11 marcas: Zé Delivery, EA Sports, Pepsi, Vivo, Casas Bahia, BetNacional, JetEngage, Golden Concept, Royaltiz, Dolce Gabbana e Gagá Milano.
O primeiro contrato de Vini Junior com a Nike foi assinado quanto ele tinha 13 anos. O atual acordo vai até 2028. Pessoas próximas ao jogador acreditam não haver chance de reconciliação com a companhia. Na Copa do Mundo do Catar, Vini Jr. tem utilizado um modelo de chuteira da coleção antiga da marca, mas a opção pelo calçado nada tem a ver com o imbróglio - o atleta decidiu manter o modelo por vontade própria. Por força de contrato, ele tem de usar a chuteira da fornecedora esportiva.
Procurada, a assessoria do jogador informou que não iria se manifestar sobre o assunto neste momento. A reportagem também entrou em contato com a Nike, que ainda não respondeu até a publicação deste texto. Caso o faça, a reportagem será atualizada.
Caso viabilize o rompimento, Vini Jr será o segundo da seleção a desfazer o vínculo com a gigante dos Estados Unidos. Em setembro de 2020, Neymar deixou de ser atleta da empresa após 15 anos de parceria e assinou contrato com a Puma.
Meses depois, a conselheira geral da Nike, Hilary Krane, afirmou que a rescisão do contrato milionário com o astro do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira foi motivada pela recusa do jogador em cooperar numa investigação que envolvia uma acusação de abuso sexual contra o craque brasileiro.
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