Yuri Alberto esperou a Polícia Militar conter os torcedores santistas que atiraram bombas no gramado da Vila Belmiro para pagar uma promessa. Depois de todos os atletas deixarem o campo em segurança e escoltados, o atacante do Corinthians resolveu atravessar o gramado de joelhos. Ele cumpria a promessa por ter encerrado longo jejum de gols, fato que já o incomodava.
“Foi uma promessa que fiz antes do jogo. Minha família também me deu palavras bem confortantes nesse momento difícil que eu estava passando, que o clube está passando”, explicou o camisa 9 do Corinthians.
Yuri Alberto marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 sobre o Santos nesta quarta-feira e encerrou jejum de dez partidas sem balançar as redes. Não ia às redes havia quase um mês e meio. A última vez tinha sido em 8 de maio, contra o Fortaleza. “Falei que a gente sairia vitorioso e que eu faria meu gol. Esperei a confusão acabar para pagar a promessa”, relatou.
O atacante tem seis gols em 30 jogos e vinha sendo criticado pela longa seca. “Ele pode prometer todo jogo”, disse, aos risos o técnico Vanderlei Luxemburgo sobre a promessa feita e cumprida. “Vou ficar contente”.
“Ele não desaprendeu, bola bate na bunda e entra. Fez uma das chances que teve. Está na coisa do futebol. O tirei do time porque a gente tem que criar um ambiente propício. Deu resultado. Ele é um jogador que vai conseguir colocar a bola para dentro como foi hoje”, completou o treinador.
Relação com as organizadas
O presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, afirmou que vai repensar a relação de sua gestão com as torcidas organizadas. Esse pensamento é resultado de dois episódios de violência: os protestos de terça-feira que fizeram a delegação corintiana retornar à capital e os rojões e outro objetos atirados pelos santistas no clássico desta quarta, na Vila Belmiro.
“Precisamos repensar tudo isso”, refletiu o Duílio em entrevista coletiva depois de o Corinthians derrota o Santos por 2 a 0 na Vila.” O Corinthians também vai repensar a sua relação com as torcidas organizadas, vamos conversar internamente para ver qual caminho seguir”.
O mandatário alvinegro teme que o Corinthians seja prejudicado com isso com episódios de violência protagonizado pelos torcedores.
“Sabemos do momento e da responsabilidade, mas partir para a violência há uma distância muito grande”, disse. “Sempre fui a favor da conversa para que a gente tivesse paz. Se não está adiantando conversar, não faz sentido, mas não é uma decisão tomada, vamos conversar para ver como vai seguir”.
Duílio espera providências duras e rápidas contra o Santos, que deve ser punido em razão dos incidentes desta quarta-feira que fizeram os jogadores e o técnico Odair Hellmann deixar o gramado da Vila escoltados pela Polícia Militar. As ações violentas da torcida santista motivaram o árbitro Leandro Pedro Vuaden a encerrar o jogo antes dos 90 minutos.
“A gente espera providências da CBF, STJD, para que a gente não veja uma tragédia. Muitas famílias na Vila. Vuaden (árbitro) foi bem em encerrar o jogo, não havia condições de ir até os acréscimos”.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.