Olimpíadas 2024: Gabriel Medina supera peruano e conquista a medalha de bronze no surfe

Após ‘greve’ de ondas nas semifinais, brasileiro faz ótima exibição no Taiti, supera decepção de Tóquio e conquista a primeira medalha olímpica da carreira

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

Com uma excelente exibição no Taiti, Gabriel Medina superou o peruano Alonso Correa e conquistou a medalha de bronze no surfe masculino na Olimpíada Paris-2024. Após a decepção em Tóquio, e uma “greve” de ondas nas semifinais em Teahupo’o, o tricampeão mundial sobe ao pódio ao vencer por a bateria por 15.54 a 12.43 e fatura a primeira medalha da carreira. A disputa pelo ouro entre o australiano Jack Robinson e o francês Kauli Vaast acontece ainda nesta segunda-feira.

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Medina chegou ao Taiti como um dos favoritos ao pódio, se classificando de maneira direta ao mata-mata. Antes de cair nas semifinais, ele passou pelo compatriota João Chianca, o Chumbinho, e levou a melhor na revanche com o japonês Kanoa Igarashi, para quem foi eliminado na semifinal da Olimpíada Tóquio-2020. Na ocasião, o brasileiro perdeu o bronze para o australiano Owen Wright.

“Treinei bastante esse ano para isso. Claro que o que faltava era a medalha de ouro, mas sou medalhista olímpico. Estou muito feliz pelo meu trabalho. Sinto que merecia muito essa medalha. Sou apaixonado pelo meu país. Estou feliz de ter representado ele muito bem. Hoje vai rodar essa imagem com a medalha no peito”, disse Medina, ao canal Sportv.

“Infelizmente a minha primeira bateria teve poucas ondas, mas faz parte. Estou muito feliz porque dei o meu melhor e é isso que importa, independentemente do resultado”, completou.

A conquista no Taiti é especial para Gabriel Medina. O paulista de 30 anos disputou seis finais em Teahupo’o, com dois títulos da etapa do Circuito Mundial, em 2014 e 2018. O brasileiro demonstrou destreza no mar da polinésia francesa, com tubos e aéreos, virando cenário difícil na disputa com Correa.

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Gabriel Medina no mar do Taiti. Foto: Gregory Bull/AP

Com a bateria do ouro e do bronze passando de 30 para 35 minutos, os surfistas tiveram a chance estudar melhor quais ondas poderiam surfar para alcançar boas notas. Correa foi quem encontrou a melhor ondulação e abriu a disputa com um tubo muito bom, saindo com um 7.33. O peruano aproveitou ao máximo a onda baixa e parou longe, sendo obrigado a remar bastante para voltar à área de prova. Medina surfou logo em seguida, fazendo um 5.67.

Mantendo a postura ofensiva que adotou durante a competição, Correa buscou um novo tubo logo na sequência, mas foi espremido pelas ondas. Medina tentou responder, mas também caiu e tirou apenas um 0.87. Atento às marés, o peruano voltou a conseguir uma boa execução durante a prioridade e recebeu nota 5, subindo para 11.83. Pressionado, o brasileiro voltou a errar e perdeu a prioridade, ficando em cenário ruim na disputa.

Correa voltou a fazer boa manobra na parede e fez um 5.60, aumentando para 12.43 sua pontuação. Precisando reagir, Medina mostrou toda a sua experiência em Teahupo’o e conseguiu surfar um tubo apertadíssimo, conseguindo um 7.50 e indo para 13.17 na disputa, passando à frente. Com os dois surfistas na bancada, eles voltaram remando à área de disputa e o brasileiro ganhou a prioridade, gerando muita reclamação do peruano, que alegou ter chegando ao local primeiro.

Com a prioridade, Medina emplacou com um novo tubo seguido de um aéreo, conseguindo um 7.77, melhor nota da bateria, descartando a segundo nota e subindo a sua pontuação para 15.27, obrigando Correa a realizar uma manobra acima de nota 7. Apesar da prioridade, o peruano dispensou algumas marolas e abriu espaço para o brasileiro mais uma vez aumentar seus pontos.

Faltando pouco mais de cinco minutos para o fim, Medina empilhou mais uma nota, novamente um 7.77, fazendo o surfista do Peru precisar tirar algo acima de 8 para voltar à liderança. Sem ondas boas para tal execução, Medina acabou ficando com a medalha de bronze.

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