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Grêmio coloca o Brasil no 1º mundo das arenas

Espaço multiuso que será inaugurado esta noite se destaca pela modernidade e, a rigor, é o primeiro dentro do novo conceito

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Foto do author Almir Leite
Por Glauco Lara, Rubens Paiva, Almir Leite, Paulo Favero, INFOGRAFIA, INFOGRAFIA, FÁBIO AMANO, ILUSTRAÇÃO e REPORTAGEM

O futebol brasileiro entra hoje na era das arenas multiuso. Construída em pouco mais de dois anos, a imponente Arena do Grêmio vai ser inaugurada em Porto Alegre com show multimídia do grupo americano Blue Man, reunindo teatro e música, homenagens diversas e o jogo entre Grêmio e Hamburgo, revivendo a final do Mundial Interclubes de 1983 - a maior conquista dos 109 anos do Tricolor gaúcho - como ponto alto. Um dos objetivos da variedade da programação é justamente apresentar ao público o conceito multiuso do local.Num momento em que o País, empurrado pela Copa de 2014, começa a deixar de lado o velho entendimento de que estádio serve unicamente para jogos de futebol e abre os olhos para o conceito de arena, parece irônico que a primeira a ser utilizada não esteja entre as 12 do Mundial. Mas há motivos para isso.Obra com custo estimado em cerca de R$ 600 milhões, a Arena do Grêmio começou a ser planejada de maneira efetiva em 2006, quando o Brasil nem sequer havia assegurado a organização do maior evento do futebol. Também contribuiu a rapidez com que foi construída - teve início em 20 de setembro de 2010.O pioneirismo transforma a arena gremista em vitrine, mas também pode torná-la vidraça. "O fato de sermos os primeiros a inaugurar uma arena nos deixa engrandecidos, mas, ao mesmo tempo, sabemos que ela será testada'', disse Eduardo Pinto, presidente da Arena Porto-Alegrense, empresa criada pelo clube e pela Construtora OAS (responsável por fazer as obras) para administrar o empreendimento.A empresa com sede em São Paulo ergueu a arena com 55% de recursos próprios e 45% advindos de financiamento.Para o executivo, "o Brasil vai acompanhar nossa arena com os olhos bem abertos, até mesmo para adotar as coisas que se mostrem eficientes na prática''. Por causa disso, na visão de Pinto, existe a obrigação de fazer tudo de maneira perfeita.O projeto destinou cuidado especial com a questão com acessibilidade, sustentabilidade e conforto. "Foi tudo feito com muito cuidado e recorrendo à altíssima tecnologia'', enfatiza Pinto.Só o gasto com sistemas eletrônicos que comandam irrigação do gramado, monitoramento (são 239 câmeras de TV) e iluminação, entre outros, chegou a R$ 100 milhões.Casa de espetáculos. Presidente da Grêmio Empreendimentos - empresa criada a partir de proposta do Conselho de Administração do clube com a finalidade de representá-lo no contrato de gestão da arena -, Eduardo Antonini define a arena gremista como uma "casa de espetáculos''. "Não só para o torcedor como para o próprio atleta. Todos terão muito conforto. É um orgulho. Vai trazer resultado positivo em tudo o que o Grêmio fizer na casa nova dele'', afirma.Pelo modelo de negócio criado, pelos próximos 20 anos o Grêmio ficará com 65% do lucro líquido advindo da exploração do equipamento e a OAS com 35% - que pelo acordo receberá o terreno do Estádio Olímpico, onde irá erguer um empreendimento imobiliário. Entram nesse rateio receitas geradas por shows, área comercial (bares e restaurantes, por exemplo), naming rights, vendas de camarotes e bilheteria. Não há ainda estimativa segura de quanto a arena renderá anualmente para o clube. "Mas todos vamos trabalhar para que tenha a maior rentabilidade possível para o Grêmio'', diz Antonini.Pelos planos, pelo menos 200 eventos serão realizados por ano no espaço. Ativos como cota de tevê, contratos de patrocínio nos uniformes e placas ao redor do gramado, por exemplo, continuam integralmente com o Grêmio. E após os 20 anos o clube vai assumir integralmente a arena.

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